7 de dezembro de 2014 | 13:13 Autor: Miguel do Rosário
Essa vai ficar para os anais da história mundial do cinismo.
Em sua coluna de sábado, o principal analista político da Globo afirmou que há uma diferença entre o “petrolão” e o “trensalão”.
O petrolão é do mal, porque visava financiar partidos políticos.
O trensalão, por sua vez, é do bem, porque é uma corrupção “tradicional, digamos assim”. Ou seja, não faz tanto mal à república.
Merval, isso não existe.
Toda corrupção na política visa a preservação do poder político. Ou melhor, toda corrupção, em política, busca se preservar, por uma razão óbvia: para continuar roubando e para não ser pego.
A diferença é que alguns casos são investigados, outros não.
Além do mais, o trensalão envolveu nomes que faziam a arrecadação de recursos para o PSDB.
Então mesmo a sua hipótese cínica, mesmo a sua crise terminal de farisaísmo, não cola.
O Ministério Público já pediu a devolução de quase meio bilhão de reais roubados pelo cartel de trens de São Paulo, escândalo no qual políticos do PSDB estão profundamente mergulhados.
A diferença entre os escândalos é que ninguém jamais cogitou o impeachment de Geraldo Alckmin. Pensou-se um pouco nisso por causa da falta de investimento em infra-estrutura hídrica, mas não no caso do trensalão.
A menos, é claro, que se encontrem provas bastante concretas sobre seu envolvimento pessoal no esquema.
A hipocrisia merválica é tão suprema que ele esquece que o maior caso de corrupção visando a continuidade do poder político foi a compra de votos para a reeleição de FHC.
Havia gravação de deputado admitindo ter recebido dinheiro para votar em favor da emenda que garantia a reeleição para o então presidente Fernando Henrique Cardoso.
FHC mudou as regras do jogo com o jogo em andamento. Para beneficiar a si mesmo.
Os bolivarianistas, quando instituíram a reeleição em seus países, consultaram o povo através de plebiscito popular, elegeram novas assembleias constituintes, fizeram mudanças constitucionais sempre com a presença do voto.
FHC, não. Mudou uma regra de ouro da Constituição, instituindo a reeleição, sem fazer plebiscito, sem ouvir o povo. Preferiu fazer uma negociação palaciana à base de corrupção.
Mas isso pode, né, Merval? Porque é uma corrupção tucana, cheirosa, do bem.
Essa vai ficar para os anais da história mundial do cinismo.
Em sua coluna de sábado, o principal analista político da Globo afirmou que há uma diferença entre o “petrolão” e o “trensalão”.
O petrolão é do mal, porque visava financiar partidos políticos.
O trensalão, por sua vez, é do bem, porque é uma corrupção “tradicional, digamos assim”. Ou seja, não faz tanto mal à república.
Merval, isso não existe.
Toda corrupção na política visa a preservação do poder político. Ou melhor, toda corrupção, em política, busca se preservar, por uma razão óbvia: para continuar roubando e para não ser pego.
A diferença é que alguns casos são investigados, outros não.
Além do mais, o trensalão envolveu nomes que faziam a arrecadação de recursos para o PSDB.
Então mesmo a sua hipótese cínica, mesmo a sua crise terminal de farisaísmo, não cola.
O Ministério Público já pediu a devolução de quase meio bilhão de reais roubados pelo cartel de trens de São Paulo, escândalo no qual políticos do PSDB estão profundamente mergulhados.
A diferença entre os escândalos é que ninguém jamais cogitou o impeachment de Geraldo Alckmin. Pensou-se um pouco nisso por causa da falta de investimento em infra-estrutura hídrica, mas não no caso do trensalão.
A menos, é claro, que se encontrem provas bastante concretas sobre seu envolvimento pessoal no esquema.
A hipocrisia merválica é tão suprema que ele esquece que o maior caso de corrupção visando a continuidade do poder político foi a compra de votos para a reeleição de FHC.
Havia gravação de deputado admitindo ter recebido dinheiro para votar em favor da emenda que garantia a reeleição para o então presidente Fernando Henrique Cardoso.
FHC mudou as regras do jogo com o jogo em andamento. Para beneficiar a si mesmo.
Os bolivarianistas, quando instituíram a reeleição em seus países, consultaram o povo através de plebiscito popular, elegeram novas assembleias constituintes, fizeram mudanças constitucionais sempre com a presença do voto.
FHC, não. Mudou uma regra de ouro da Constituição, instituindo a reeleição, sem fazer plebiscito, sem ouvir o povo. Preferiu fazer uma negociação palaciana à base de corrupção.
Mas isso pode, né, Merval? Porque é uma corrupção tucana, cheirosa, do bem.
Tijolaço
Nenhum comentário:
Postar um comentário