7 de dezembro de 2014 | 15:27 Autor: Miguel do Rosário
Outro dia, o juiz Sergio Moro disse que a corrupção vai além da Petrobrás.
Que novidade.
Há corrupção, excelentíssimo, em toda a parte, inclusive aí no governo do Paraná, onde a sua mulher trabalha.
Inclusive no Judiciário, onde o senhor trabalha.
O que estamos assistindo, neste momento, é a tentativa da “República do Paraná” e da mídia de transformar a Lava Jato numa grande CPI do fim do mundo.
O que é a melhor maneira de melar a investigação.
Investigação sobre tudo é a mesma coisa que investigação sobre nada.
A notícia da Folha é um exemplo disso. O chapéu da matéria é “Escândalo da Petrobrás”.
A matéria, no entanto, não tem nada a ver com a Petrobrás.
Trata de um bilhetinho, não mostrado na reportagem, de um empreiteiro.
A matéria diz que o bilhete trata de “lobby” para “pôr de pé” o projeto do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Traz fotos de Lula, Sergio Cabral e Eduardo Paes.
Não há menção a nenhum crime.
A menos que, como crime, entenda-se a construção de um porto.
A imprensa brasileira está fazendo com os empreiteiros o mesmo que fez com Marcos Valério, o “operador do mensalão”.
Valério passou a vida inteira operando para os tucanos. A DNA tinha contratos com o Banco do Brasil desde 1994, e vinha se consolidando como a principal agência de publicidade de Minas Gerais. Sempre operando junto aos governos e estatais tucanas.
Operava para Daniel Dantas e para as empresas de telefonia privatizadas por FHC, controladas por Dantas.
Era um herói.
Bastou operar um ano para o PT e foi condenado a 40 anos de prisão, sentença duas vezes maior que a recebida pelo psicopata norueguês que matou dezenas de jovens do partido trabalhista local.
E Joaquim Barbosa ainda é pago para dizer, em palestras, que foi pouco, e que os outros réus também deveriam receber penas semelhantes.
Há um clima de ameaça produzido pela imprensa, que deixa bastante claro o seguinte: qualquer proximidade com o PT implicará em prisão preventiva perpétua, guantánamo, tortura psicológica, julgamento de exceção, linchamento na mídia.
A proximidade com o PSDB, por sua vez, gera proteção na mídia, alongamento de processos, direitos respeitados.
Prenda um amigo de tucano e a mídia imediatamente gritará: “Estado policial!”
Não foi isso que aconteceu, por tantas vezes, quando a PF começou a prender ricos, durante o governo Lula, após décadas e décadas varrendo escândalos para debaixo do tapete?
Prenda um empresário que fez negócios com o PT e a mídia gritará: “Maior escândalo do mundo!”
Qualquer bilhetinho, encontrado no fundo do armário, vira prova do crime.
Que crime?
Não importa, qualquer crime.
A justiça é representada por uma balança. Há um sentido profundo nisso. Ela não tem dois pesos e duas medidas.
Seu objetivo, numa democracia, é ser uma justiça moderada, eficiente, sábia.
A nossa mídia quer transformá-la numa justiça radicalizada, partidária e vulnerável às suas pressões.
Está conseguindo?
Outro dia, o juiz Sergio Moro disse que a corrupção vai além da Petrobrás.
Que novidade.
Há corrupção, excelentíssimo, em toda a parte, inclusive aí no governo do Paraná, onde a sua mulher trabalha.
Inclusive no Judiciário, onde o senhor trabalha.
O que estamos assistindo, neste momento, é a tentativa da “República do Paraná” e da mídia de transformar a Lava Jato numa grande CPI do fim do mundo.
O que é a melhor maneira de melar a investigação.
Investigação sobre tudo é a mesma coisa que investigação sobre nada.
A notícia da Folha é um exemplo disso. O chapéu da matéria é “Escândalo da Petrobrás”.
A matéria, no entanto, não tem nada a ver com a Petrobrás.
Trata de um bilhetinho, não mostrado na reportagem, de um empreiteiro.
A matéria diz que o bilhete trata de “lobby” para “pôr de pé” o projeto do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.
Traz fotos de Lula, Sergio Cabral e Eduardo Paes.
Não há menção a nenhum crime.
A menos que, como crime, entenda-se a construção de um porto.
A imprensa brasileira está fazendo com os empreiteiros o mesmo que fez com Marcos Valério, o “operador do mensalão”.
Valério passou a vida inteira operando para os tucanos. A DNA tinha contratos com o Banco do Brasil desde 1994, e vinha se consolidando como a principal agência de publicidade de Minas Gerais. Sempre operando junto aos governos e estatais tucanas.
Operava para Daniel Dantas e para as empresas de telefonia privatizadas por FHC, controladas por Dantas.
Era um herói.
Bastou operar um ano para o PT e foi condenado a 40 anos de prisão, sentença duas vezes maior que a recebida pelo psicopata norueguês que matou dezenas de jovens do partido trabalhista local.
E Joaquim Barbosa ainda é pago para dizer, em palestras, que foi pouco, e que os outros réus também deveriam receber penas semelhantes.
Há um clima de ameaça produzido pela imprensa, que deixa bastante claro o seguinte: qualquer proximidade com o PT implicará em prisão preventiva perpétua, guantánamo, tortura psicológica, julgamento de exceção, linchamento na mídia.
A proximidade com o PSDB, por sua vez, gera proteção na mídia, alongamento de processos, direitos respeitados.
Prenda um amigo de tucano e a mídia imediatamente gritará: “Estado policial!”
Não foi isso que aconteceu, por tantas vezes, quando a PF começou a prender ricos, durante o governo Lula, após décadas e décadas varrendo escândalos para debaixo do tapete?
Prenda um empresário que fez negócios com o PT e a mídia gritará: “Maior escândalo do mundo!”
Qualquer bilhetinho, encontrado no fundo do armário, vira prova do crime.
Que crime?
Não importa, qualquer crime.
A justiça é representada por uma balança. Há um sentido profundo nisso. Ela não tem dois pesos e duas medidas.
Seu objetivo, numa democracia, é ser uma justiça moderada, eficiente, sábia.
A nossa mídia quer transformá-la numa justiça radicalizada, partidária e vulnerável às suas pressões.
Está conseguindo?
Tijolaço
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