"O
Brasil é uma das poucas economias que têm todas as condições de
sustentar uma taxa expressiva de crescimento superior a 4% nos próximos
anos". Concordo plenamente com essa afirmação do presidente do BNDES,
Luciano Coutinho, assim como com o que vem em seguida: "Poucas economias
têm um desempenho fiscal tão saudável como o Brasil (...). Temos uma
dívida pública sob controle, estabilidade da economia e uma fronteira de
investimentos rentáveis".
As afirmações do economista foram feitas nesta 2ª (30.7), ao participar de encontro promovido pela Associação Nacional dos Economistas de Finanças e Contabilidade (ANEFAC), em São Paulo. Também estamos de acordo sobre o fato de que a crise internacional torna o cenário difícil – aliás, bem difícil – mas, por um conjunto de elementos, entre eles a compreensão que o governo tem do seu papel e a necessidade de termos um Estado forte, capaz de apoiar o desenvolvimento do país e promover a distribuição da renda, por tudo isso, estamos entre os "poucos países que reúnem as condições que o Brasil reúne” para crescer nos próximos anos.
Outros elementos
apontados por Luciano Cotinho e que merecem ser lembrados aqui: a
existência de um mercado bem estruturado e saudável, um Banco Central
capacitado para enfrentar os problemas, além evidentemente de o país
estar em processo histórico de redução de taxas de juros.
O desafio da infraestrutura
Para
o presidente do BNDES o desafio está claro: em quatro anos, o governo
pretende aumentar a formação bruta de capital fixo (investimento das
empresas) dos 19% do PIB – a projeção para este ano –, para "alguma
coisa superior a 22%".
Como chegar lá? É nisso que o governo está empenhado neste momento e a fala do presidente do BNDES serve, de certa forma, como uma introdução para o próximo passo que a presidenta Dilma Rousseff promete dar, que é convocar os principais empresários do país a investirem. E o Brasil está coalhado de oportunidades de investimento no setor de infraestrutura.
Vejam o que ele diz:
"Naquilo que a gente consegue enxergar, os investimentos em
infraestrutura vão crescer e exigem apoio também do sistema privado". Em
sua apresentação, ele citou que os investimentos na área fecharam 2011
no patamar de R$ 56 bi. No acumulado dos últimos 12 meses, até junho
deste ano, estavam um pouco abaixo, em R$ 54,6 bi. Mas, o Banco “quer
aumentar os projetos na área de infraestrura e logística”.
Um
dos problemas, segundo Coutinho, está no planejamento a longo prazo, de
"40 anos ou mais", segundo ele. "Precisamos consolidar a nossa
capacidade de crescer, precisamos ter planejamento e preparação prévia
de projetos, (e precisamos) fazer isso em parceria com o setor privado.
Estamos abertos e estimulando essa interação com o setor financeiro
privado", ressaltou.
Para chegar lá ele afirma que o BNDES tem trabalhado com entidades de mercados de capitais, visando aperfeiçoar a lei 12.431 (de 2011 que isentou de Imposto de Renda o rendimento das aplicações em títulos de dívida privada para investidores estrangeiros), de forma a torná-la mais eficiente. "Isso está prestes a ser aprovado no Congresso e esperamos que, com isso, o mercado de capitais possa crescer", afirmou.
Micro e pequenas empresas
Vejam
também como está sendo bem sucedida a intervenção do BNDES no setor das
micro e pequenas empresas. Segundo Coutinho, a participação desse
segmento no crédito do banco público saiu de 22% em 2006 para 36% no ano
passado (de um total de R$ 150 bi – façam as contas e se verá que é
bastante dinheiro).
Trata-se de uma iniciativa importantíssima
em direção à democratização do crédito para a pessoa jurídica,
utilizando principalmente o cartão BNDES (até junho foram emitidos 535
mil cartões). Ainda segundo ele, os desembolsos para este segmento
atingiram R$ 9,06 bi, representando uma alta de 56,4% em comparação aos
12 meses anteriores. Sem dúvida um resultado a ser comemorado.
(Foto: Elza Fiúza/ABr)
Blog do Zé Dirceu
Nenhum comentário:
Postar um comentário