quarta-feira, 4 de julho de 2012

Venezuela no Mercosul: “não fizemos pressão”, diz Brasil

Os jornalões brasileiros encontraram um novo mote para malhar a diplomacia brasileira. Foi dado pela fala do ministro de Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, em uma emissora de rádio daquele país, de que seu país era contrário à entrada da Venezuela no Mercosul "nessas circunstâncias" e que o país teria sido “pressionado pelo Brasil” para concordar com a decisão. O ministro teria ido além e questionado a própria legalidade da decisão.

A Venezuela foi admitida no bloco na reunião de sua cúpula, na sexta (22), em Mendoza. Foi marcada a data de 31 de julho, no Rio, para a incorporação da Venezuela, que ocorreu após a suspensão do Paraguai, motivada pelo impeachment de Fernando Lugo. O entrave para a Venezuela no MERCOSUL era justamente o Senado paraguaio que, ao dar o golpe afastando o presidente Lugo, criou a situação para o afastamento provisório do país do centro de decisões do Mercado Comum do Sul.

Resposta do Brasil

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Marco Aurélio Garcia
“Não fizemos pressão sobre nenhum país. Foi uma decisão tomada pelos três presidentes e suas chancelarias, refletiu um consenso político. O Brasil não faz isso e menos ainda o faria em relação a governos com os quais temos uma associação tão íntima, seja do ponto de vista geopolítico, seja do ponto de vista inclusive pessoal, como são os governos do Uruguai e da Argentina”, disse Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, ao rebater declarações do chanceler do Uruguai, Luis Almagro. "Isso não corresponde ao estilo da política externa brasileira e menos ainda da presidenta Dilma", afirmou ele.


De acordo com Marco Aurélio Garcia, a decisão de incluir a Venezuela no Mercosul foi proposta pelo presidente do Uruguai, José Mujica, e acatada pelos demais países. Marco Aurélio afirmou ter conversado com o presidente Mujica nesta segunda-feira e obtido confirmação do posicionamento daquele país, favorável à Venezuela. "Foi uma decisão unânime e uma decisão que refletiu um consenso político. Portanto, não corresponde a tese de que nós teríamos feito algum tipo de pressão sobre qualquer governo”.
(Foto: José Cruz/ABr)


Blog do Zé Dirceu

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