Em
um trabalho do jornalista Maurício Dias, a revista obteve o que seria a
contabilidade paralela da campanha do atual senador Eduardo Azeredo, em
1998, quando ele concorreu à reeleição ao governo de Minas Gerais. As
folhas, encadernadas, levam a assinatura
de Valério. Alguns dos documentos têm firma reconhecida. No total, esta
contabilidade administrou R$ 104,3 milhões. Houve um saldo positivo de
R$ 69,53. A reportagem teve a contribuição também do repórter Leandro
Fortes, que foi a Minas Gerais.Nesta contabilidade também aparece a captação de recursos
via empréstimos do Banco Rural, tal como aconteceu no chamado Mensalão
do PT. Mas não foi o único banco a emprestar dinheiro para a campanha do
tucano. Também contribuíram o BEMGE, Credireal, Comig, Copasa e a
Loteria Mineira. No total, via empréstimos bancários, foram captados R$
4,5 milhões, valor um pouco maior do que o registro da mais alta doação
individual, feita pela Usiminas. Ela, através do próprio Eduardo Azeredo
e do vice governador Walfrido Mares Guia, doou R$ 4.288.097. O banco
Opportunity, através de seu dono, Daniel Dantas, e da diretora Helena
Landau, pelos registros, doou R$ 460 mil.
As dez
primeiras páginas do documento apresentam os doadores para a campanha.
As demais 16 páginas relacionam as saídas de recursos. O registro em
nome de Gilmar Ferreira Mendes surge na página 17. Procurado através da
assessoria de imprensa do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar
Mendes não retornou ao Jornal do Brasil.
Toda
a documentação registrada aparece em papel timbrado da agência
publicitária SMP&B Comunicação, de propriedade de Marcos Valério.
Esta contabilidade paralela foi assinada
pelo publicitário mineiro, embora seja datada de 28 de março de 1999,
só teve a firma dele reconhecida no cartório do 1º Ofício de Belo
Horizonte.
Jornal do Brasil
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