Convido
a todos, neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data que marca
a passagem, hoje, dos 317 anos da morte de Zumbi dos Palmares, a
avaliarem comigo alguns números que atestam a persistência da
desigualdade e do inadimissível racismo ainda entranhado neste país.
Comecemos com os números divulgados ontem pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do DIEESE/Fundação SEADE. O levantamento aponta que apesar de a população constituída por negros e pardos já ser maioria (52%) entre os brasileiros, e dela ser também maioria da população economicamente ativa (PEA), ainda são eles – negros e pardos – que mais sofrem com o desemprego.
A pesquisa foi realizada nas principais regiões metropolitanas e aponta que à exceção de Fortaleza e Porto Alegre, a população economicamente ativa formada por negros e pardos já ultrapassa a não negra. Em Belo Horizonte, por exemplo, 57,3% da população negra participam da PEA, ante 56,7% da população não negra. No Distrito Federal (DF), o percentual é 63,7% (negra) e 62,7% (não negra).
PED é um alerta
A PED precisa e tem de funcionar como um alerta: os negros continuam a constituírem os maiores contingentes de desempregados, são eles as maiores vítimas do desemprego. A proporção de negros desempregados na maioria das regiões metropolitanas chega a ultrapassar 60%, com exceção de Porto Alegre (18,2%) e São Paulo (40,0%).
E pior: a remuneração dos trabalhadores negros permanece inferior à dos não negros em praticamente todas as regiões metropolitanas pesquisadas. A hora trabalhada pelo segmento (maioria da população, é bom lembrar) corresponde a 60,9% dos não negros em Salvador e a 61% em São Paulo. Já em Fortaleza e Porto Alegre, a porcentagem é de 73,3% (negros) e 70,6% (não negros).
É importante, também, destacarmos alguns avanços obtidos nos últimos anos. Segundo estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), dos 36 milhões de brasileiros que passaram à classe média nestes dez anos de PT, 75% são negros (leia mais). Já uma pesquisa da OIT aponta que desde 2004, o rendimento médio real da população negra brasileira obteve crescimento de 29,8% (passou de R$ 607 para R$ 788) - o dos brancos variou de R$ 1.143 para R$ 1.352 (aumento de 18,3%). E mais: a diferença da renda total entre trabalhadores brancos e negros foi reduzida em cerca de 5% - em 2004, eles recebiam 53% do rendimento dos brancos; em 2009, 58%.
É evidente que avançamos. Mas, há muito ainda a ser feito para que possamos viver em uma país sem racismo, mais justo e mais plural. O Brasil pelo qual lutamos.
Comecemos com os números divulgados ontem pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do DIEESE/Fundação SEADE. O levantamento aponta que apesar de a população constituída por negros e pardos já ser maioria (52%) entre os brasileiros, e dela ser também maioria da população economicamente ativa (PEA), ainda são eles – negros e pardos – que mais sofrem com o desemprego.
A pesquisa foi realizada nas principais regiões metropolitanas e aponta que à exceção de Fortaleza e Porto Alegre, a população economicamente ativa formada por negros e pardos já ultrapassa a não negra. Em Belo Horizonte, por exemplo, 57,3% da população negra participam da PEA, ante 56,7% da população não negra. No Distrito Federal (DF), o percentual é 63,7% (negra) e 62,7% (não negra).
PED é um alerta
A PED precisa e tem de funcionar como um alerta: os negros continuam a constituírem os maiores contingentes de desempregados, são eles as maiores vítimas do desemprego. A proporção de negros desempregados na maioria das regiões metropolitanas chega a ultrapassar 60%, com exceção de Porto Alegre (18,2%) e São Paulo (40,0%).
E pior: a remuneração dos trabalhadores negros permanece inferior à dos não negros em praticamente todas as regiões metropolitanas pesquisadas. A hora trabalhada pelo segmento (maioria da população, é bom lembrar) corresponde a 60,9% dos não negros em Salvador e a 61% em São Paulo. Já em Fortaleza e Porto Alegre, a porcentagem é de 73,3% (negros) e 70,6% (não negros).
É importante, também, destacarmos alguns avanços obtidos nos últimos anos. Segundo estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), dos 36 milhões de brasileiros que passaram à classe média nestes dez anos de PT, 75% são negros (leia mais). Já uma pesquisa da OIT aponta que desde 2004, o rendimento médio real da população negra brasileira obteve crescimento de 29,8% (passou de R$ 607 para R$ 788) - o dos brancos variou de R$ 1.143 para R$ 1.352 (aumento de 18,3%). E mais: a diferença da renda total entre trabalhadores brancos e negros foi reduzida em cerca de 5% - em 2004, eles recebiam 53% do rendimento dos brancos; em 2009, 58%.
É evidente que avançamos. Mas, há muito ainda a ser feito para que possamos viver em uma país sem racismo, mais justo e mais plural. O Brasil pelo qual lutamos.
Em tempo: a SEPPIR está promovendo durante toda a semana uma série de atividades sobre a inserção da população negra na sociedade. Confiram aqui a programação completa.
Leia também "Mulheres negras, as mais discriminadas.
Blog do Zé Dirceu
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