Do Diário do Comérico
Mensalão mineiro está parado há 7 anos
Uma ação civil com pedido de ressarcimento de dinheiro aos cofres
públicos por fatos relacionados ao mensalão mineiro está há sete anos
parada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Nela, o Ministério Público pediu o bloqueio de bens até o limite de
R$ 12 milhões do ex-governador, ex-presidente do PSDB e atual deputado
federal Eduardo Azeredo e de outros dez requeridos – entre eles Marcos
Valério Fernandes de Souza e o atual senador Clésio Andrade (PMDB-MG).
Além da ação civil, o suposto esquema de desvios de recursos públicos
e de empréstimos fraudulentos para bancar a campanha à reeleição de
Azeredo ao governo mineiro e de aliados em 1998 é alvo de três ações
criminais – duas no STF e uma na Justiça mineira.
O relator da ação civil no caso é Carlos Ayres Britto, que se
aposenta no domingo. O ministro indicado para substituí-lo deverá
assumir a relatoria da ação, cujo prosseguimento aguarda, desde 2005, o
julgamento pelo plenário de dois recursos de defensores.
A expectativa é que a ação civil do Mensalão mineiro só entre na pauta do Supremo após a conclusão do Mensalão federal.
Os procuradores e promotores apontam na ação civil que o governo de
Minas autorizou de forma ilegal o pagamento de R$ 3 milhões das estatais
Companhia Mineradora de Minas (Comig, atual Codemig) e Companhia de
Saneamento do Estado (Copasa) para a SMPB, de Marcos Valério, com o
objetivo de patrocinar o evento esportivo Enduro da Independência de
1998. Trata-se da maior parte do dinheiro do desvio apontado na ação do
Mensalão mineiro. "O esquema delituoso verificado no ano de 1998 foi a
origem e o laboratório" do Mensalão federal, segundo o
ex-procurador-geral da República Antonio Fernandes de Souza.
A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público também prepara nova ação
contra réus do Mensalão mineiro, pedindo bloqueio de bens e a devolução
de recursos públicos que saíram do antigo Banco do Estado de Minas
Gerais (Bemge) e foram parar na campanha à reeleição de Azeredo.
Outros R$ 500 mil de empresas do grupo Bemge foram destinados
supostamente para o patrocínio do Iron Biker, outro evento esportivo
organizado pela SMPB. A ação deverá cobrar o ressarcimento, em valores
corrigidos, de cerca de R$ 1,2 milhão .
Blog do Luis Nassif
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
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