Flávia Albuquerque*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou
hoje (21) que o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio
Ferreira Pinto, colocou seu cargo à disposição e que o novo secretário,
Fernando Grella, deve tomar posse amanhã (22). O anúncio foi feito
durante evento da Semana Estadual de Combate à Dengue, na zona Norte da
capital paulista.
“O doutor Fernando Grella foi duas vezes procurador-geral de Justiça
do estado de São Paulo, é presidente do Conselho dos Procuradores do
Ministério Público e tem quase 30 anos de experiência. O governo inteiro
vai se empenhar para garantir a segurança em São Paulo, proteger a
população e combater o crime, seja ele organizado ou não ”, disse.
O estado de São Paulo vive uma onda de violência, com aumento do
número de homicídios de civis e policiais. Só no último final de semana
18 pessoas foram assassinadas e sete baleadas, na Grande São Paulo.
Balanço da Secretaria de Segurança Pública, com dados do terceiro
trimestre, aponta que o número de assassinatos este ano ultrapassou o
resultado dos primeiros nove meses do ano passado. Até setembro de 2012,
foram registradas 3.536 mortes. No mesmo período de 2011, foram 3.225
assassinatos. Os dados também revelam aumento de 96% no número de
homicídios na cidade de São Paulo em setembro deste ano, na comparação
com o mesmo período do ano passado. Em 2011 foram registrados 69
homicídios, contra 135 em 2012.
Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança Pública, até o dia 14
deste mês 92 policiais militares tinham sido assassinados no estado de
São Paulo, contra 56 em todo ano passado – 56.
Essa onda de violência em São Paulo tem sido objeto de preocupação
de diferentes esferas de governo e do Poder Judiciário. Governo do
estado e Ministério da Justiça criaram, no início do mês, uma agência
integrada de inteligência com o objetivo de unir os serviços de
informação estadual e federal, para orientar a ação de combate ao crime
por parte da polícia paulista.
Dentre as ações propostas pela parceria, está o chamado
“asfixiamento financeiro” das organizações criminosas, impedindo o fluxo
de capital que abastece o crime organizado. Além da criação da agência,
outras cinco ações devem ser desenvolvidas: contenção nas fronteiras do
país, ações de enfrentamento e combate ao crack, criação de um centro
de controle de comando integrado, criação de um centro pericial e
possibilidade de transferência de presos.
O primeiro preso transferido foi Francisco Antônio Cesário,
conhecido como Piauí, na última quinta-feira (8). Ele foi levado para a
Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia. Piauí é líder de uma
facção criminosa e, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública
(SSP) de São Paulo, é responsável pelas ordens que resultaram nos
primeiros assassinatos de policiais militares no estado.
A transferência de presos para penitenciárias federais também foi
tratada em ofício dos promotores de Justiça de Execuções Criminais de
São Paulo ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do
estado, Márcio Elias Rosa, encaminhado no dia 6. No documento, eles
avaliam que o sistema prisional do estado não tem condições de assegurar
o isolamento de líderes criminosos.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo também anunciou medidas
de enfrentamento ao crime. No dia 7 de novembro, foi criado o Gabinete
Criminal de Crise no Tribunal de Justiça (GACC). Ele funcionará como
órgão de interlocução entre a Secretaria da Administração Penitenciária,
a Secretaria da Segurança Pública e a Polícia Federal, assim como
outros órgãos relacionados ao combate da criminalidade no estado.
*Colaborou André Muniz
Agência Brasil
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