Renato Maurício Prado
Agora nem o mais cauteloso ou pessimista dos tricolores pode deixar de reconhecer aquilo que já se desenhava há várias rodadas. O Fluminense é o campeão brasieiro de 2012, garantindo matematicamente o título com três rodadas de antecedência, graças a uma campanha espetacular e inédita na história dos pontos corridos.
Ataque
mais positivo, defesa menos vazada, artilheiro do torneio, dizer mais o
que? O Flu sobrou na competição e mesmo sem chegar a dar grandes shows
de bola, deu um impressionante show de eficiência. Perdeu apenas três
jogos em 35 e venceu 22.
O tricolor das
Laranjeiras pode se gabar, também, de ter os dois maiores destaques
individuais do Brasileirão: o artilheiro Fred, uma vez mais decisivo,
diante do Palmeiras, e o goleiro Diego Cavalieri, que também brilhou,
fazendo mais uma defesa portentosa, num momento dramático do jogo - se
os palmeirenses chegassem a fazer 3 a 2 (e naquele instante o placar era
2 a 2) o título seria adiado por mais pelo menos mais uma rodada.
Cavalieri,
porém, realizou mais um milagre e, pouco depois, Fred abençoou o
título, marcando o terceiro - já fizera o primeiro, abrindo o placar, e
foi também num chute seu, que a bola desviou na zaga, antes de entrar
na baliza palmeirense pela segunda vez. Assim como na maioria dos jogos
no certame, o goleiro e o artilheiro fizeram a diferença a favor do
Fluminense.
Seria injusto, contudo,
restringir o mérito do tetracampeonato a apenas esses dois. O Flu provou
ter, além deles, um senhor time, do goleiro ao ponta-esquerda, passando
pelo banco de reservas - também o mais forte do país.
Jogadores
como Jean e Wellinton Nem, além de Deco, quando pode estar em campo, e
Thiago Neves, apesar de irregular, ajudaram a garantir um brilho
especial ao time de Abel, que contou ainda com reservas de peso, como
Rafael Sóbis, Wagner, Samuel, Marco Júnior, Valência e até Diguinho.
Justiça
seja feita, na vitória em Presidente Prudente, os dois cabeças-de-área
foram os responsáveis diretos pela reação tricolor, depois que o
Palmeiras empatou e ameaçava tomar conta do gramado.
Com
os dois protegendo a defesa, o Flu se reequilibrou, evitou a avalanche
palmeirense e pode voltar a armar os contra-ataques que decidiram o
confronto e o título.
Foi 3 a 2, mas poderia
ter sido até 4 a 2, pois chances para tanto surgiram depois que o time
das Laranjeiras se reequilibrou em campo.
Juntamente
com o quarto campeonato brasileiro, a torcida tricolor ganhou, ao final
da partida, mais um presente: diante dos apelos de alguns torcedores,
que gritavam "Fica, Abel!", o treinador interrompeu a entrevista que
dava à beira das quatro linhas e garantiu:
- Fico!
Com
esse elenco fortíssimo e um ou dois reforços (fala-se em Conca ou
Montillo), o Fluminense é, desde já, um dos favoritos para o título da
Libertadores do ano que vem. Um dos poucos que lhe falta em sua gloriosa
história.
E que seus adversários não
duvidem disso. Em quatro anos, o Flu realizou três grandes campanhas (a
da reta final do Brasileirão de 2009, escapando milagrosamente do
rebaixamento; e as dos tíulos de 2010 e 2012).
Nenhum outro clube foi tão eficiente no mesmo período.
O Globo
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