E o blogue do Nassif entrou na pauta do Estadão em matéria sobre o advogado de Marcos Valério:
Do Estadão
Advogado de Valério acusou o ex-chefe do MP Federal de tratar ‘de forma diversa’ escândalo que envolve tucanos
Fausto Macedo
Na etapa derradeira do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal
Federal, que abrange a fixação das penas aos 25 réus, e sob clima de
forte tensão provocado pelo depoimento secreto de Marcos Valério
Fernandes de Souza, seu advogado, o criminalista Marcelo Leonardo,
acusou na terça-feira, 6, o ex-procurador-geral da República Antonio
Fernando de Souza de tratar "de forma diversa" dois fatos que teriam, em
sua visão, a mesma origem e finalidade: o mensalão mineiro, que envolve
tucanos, e o federal, que envolve petistas.
"No caso (do mensalão mineiro) ele (Antonio Fernando)
não ofereceu denúncia contra os deputados que receberam valores por
entender que participaram de caixa 2 eleitoral e o crime já estava
prescrito", disse Leonardo. "O procurador entendeu de maneira diversa a
ação penal 470 (mensalão do governo Lula)."
Na ação penal que está sendo julgada pelo STF, Antonio Fernando
denunciou 40 investigados, entre eles o ex-ministro José Dirceu (Casa
Civil), o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do
partido, Delúbio Soares. O ex-procurador não acolheu os argumentos das
defesas, que alegavam crime eleitoral, e denunciou o núcleo político por
corrupção ativa e quadrilha - crimes relacionados à compra de apoio
parlamentar no Congresso Nacional.
A mesma crítica já havia sido feita pelo defensor de Valério em
novembro de 2007, logo após Antonio Fernando apresentar a denúncia do
mensalão mineiro. Leonardo afirmou que o então procurador-geral foi
parcial ao analisar, em 1998, os fatos relacionados à campanha do
ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB) - atualmente deputado
federal.
Carta.
O advogado voltou ao tema ao enviar carta em resposta a um post publicado pelo jornalista Luis Nassif em seu blog. Leonardo sustentou que, assim como no caso do mensalão federal, Valério entregou à Procuradoria-Geral da República nomes de beneficiários dos repasses do valerioduto de 1998.
O advogado voltou ao tema ao enviar carta em resposta a um post publicado pelo jornalista Luis Nassif em seu blog. Leonardo sustentou que, assim como no caso do mensalão federal, Valério entregou à Procuradoria-Geral da República nomes de beneficiários dos repasses do valerioduto de 1998.
"Entreguei, na ocasião, a lista com os nomes de parlamentares e
ex-parlamentares, 79 nomes ao todo, com valores recebidos e
comprovantes. Mas ele (Antonio Fernando) entendeu que o crime
já estava prescrito porque os fatos se deram em 1998. O procurador
considerou que, como crime eleitoral, já estava prescrito, e a pena é
pequena", disse Leonardo ao Estado.
Na denúncia de novembro de 2007 ao STF, Antonio Fernando afirma que
um "esquema delituoso verificado no ano de 1998 foi a origem e o
laboratório dos fatos descritos" na acusação formal do mensalão. O
ex-procurador-geral apontou desvio de pelo menos R$ 3,5 milhões para a
campanha à reeleição, por meio da "retirada criminosa" de recursos
públicos da Copasa (R$ 1,5 milhão), Comig (R$ 1,5 milhão) e do antigo
Banco Estadual do Estado, Bemge (R$ 500 mil).
"Faz tanto tempo que saí de lá (da procuradoria), quase
quatro anos, que sinceramente não tenho lembrança desse caso
específico", disse Antonio Fernando. "Tenho quase certeza de que não se
tratou de crime eleitoral, mas acho que era a tal lista de Furnas sobre a
qual havia dúvida de sua autenticidade."
‘Vazamento seletivo’. Na carta ao jornalista, Leonardo trata como vazamento "parcial" as revelações do Estado e da revista Veja sobre o depoimento e os pedidos de delação premiada e proteção feitos por Valério.
"Se alguém ‘vazou’ de forma seletiva, parcial e ilicitamente alguma
providência jurídico-processual que está sujeita a sigilo, eu não tenho
absolutamente nada a dizer, a confirmar ou não confirmar", disse o
advogado de Marcos Valério.
Blog do Luis Nassif
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