O encontro entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o
ministro do STF Gilmar Mendes, noticiado na edição desta semana da
revista Veja, tem monopolizado a atenção da imprensa nos últimos três dias.
Desde sábado, houve tempo suficiente para que a oposição e entidades
como a OAB viessem a público se manifestar contra a suposta tentativa de
ingerência do ex-presidente em um assunto do Judiciário. Segundo a
semanal, Lula prometeu aliviar a situação de Mendes na CPI se tivesse
apoio para adiar o julgamento do mensalão.
Foi tempo suficiente também para que parte da imprensa escrevesse
editoriais sobre o choque de versões dos envolvidos – isso apesar de
Lula e o ex-ministro Nelson Jobim, o anfitrião do encontro, terem negado
com todas as palavras o relato de Veja, e Gilmar Mendes, negado em parte a versão atribuída a ele. (Leia mais AQUI)
Fato é que, nesses três dias, algumas perguntas ainda não foram respondidas. Até agora ninguém se mostrou capaz de explicar:
- Quem solicitou o encontro e por quê?
- Por que Gilmar Mendes levou mais de um mês para revelar a “pressão” de Lula?
- O que adiantaria Lula pressionar Mendes: ele não comanda mais o
Supremo, não é relator ou revisor do processo do chamado mensalão nem é
tão querido no tribunal a ponto de influenciar o voto da maioria?
- Por que, diante da tal pressão, Mendes não convocou uma reunião com
os demais ministros do Supremo Tribunal Federal para revelar os fatos e
exigir providências?
- Por que preferiu se manifestar por meio e tão somente da revista Veja?
- Por que parte da mídia que sempre incensou o ex-ministro Nelson
Jobim agora não dá a mínima para os seus desmentidos, que jogam por
terra a versão de Mendes?
- O ex-presidente do STF pegou ou não carona no jato de Carlos Cachoeira na volta de Berlim? (Na noite desta terça-feira, Mendes apresentou notas fiscais que, segundo ele, provam que o dinheiro das passagens saiu de seu bolso)
Carta Capital
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