quarta-feira, 16 de maio de 2012

"Todos os imigrantes africanos deveriam ser presos", diz ministro israelense

Segundo Yishai, a decisão “é dura, mas simples: pôr todos eles, sem exceção, em prisões e centros de detenção”

O ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, deu polêmicas declarações nesta quarta-feira (16/05) em relação a um dos temas mais debatidos no noticiário internacional nos últimos meses: a imigração. Para Yishai, um ultra-ortodoxo que faz parte do governo de coalizão do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, todos os imigrantes africanos no país “deveriam ser presos”.
Wikicommons

Eli Yishai é ministro do Interior no governo de coalizão de Netanyahu

Segundo ele, a decisão “é dura, mas simples: pôr todos eles, sem exceção, em prisões e centros de detenção”, afirmou o ministro ao jornal israelense Hayom, em sua versão online.
“Acho que a maioria deles não (cometem delitos). Mas aqueles que cometerem, incluindo o delito mais leve, devem ser presos. Desta forma, eles poderão receber uma bolsa de deportação para ser enviados de volta aos países de origem. Estamos perdendo o país. Estes incidentes não ocorriam há três anos”, completou.
Para o ministro, os imigrantes ilegais “não respeitam a lei em Israel, e a prisão não assusta. Não possuem trabalho e ainda cometem delitos sexuais e contra a propriedade. Não se pode pôr em perigo a segurança dos cidadãos de Israel”, completou.
Atualmente, cerca de 60 mil imigrantes vivem ilegalmente em Israel, sendo a maioria formada por africanos. Em janeiro, o Parlamento do país já havia criado polêmica ao aprovar uma lei que permite prender por até três anos os imigrantes ilegais e refugiados, ainda que não sejam julgados.
As declarações do ministro ocorrem após quatro imigrantes africanos, que estariam ilegais no país, terem sido detidos acusados de estuprar uma jovem de 19 anos em Tel Aviv.
O tema da imigração foi amplamente debatido nas últimas semanas por conta das eleições presidenciais na França e parlamentares na Grécia. O conservador, e derrotado nas urnas francesas, Nicolas Sarkozy defendia duras medidas de controle das fronteiras para impedir a entrada de imigrantes no país.
Na Grécia, o partido neonazista Amanhecer Dourado garantiu representatividade no Parlamento pela primeira vez com um discurso que prega a expulsão de todos os imigrantes do país.

Opera Mundi

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