Com a vinda a público das informações sobre as
operações Vegas e Monte Carlo a partir dos trabalho da CPI Mista do
Congresso, aos poucos perde força a tentativa que jornais como O Globo,
Estadão e Folha empreendem, de mudar o foco do noticiário sobre questões
espinhosas, seja para a Procuradoria Geral da República (PGR), seja
para a principal revista semanal do país, a Veja.
A verdade
começa a aparecer. Quando os áudios das gravações feitas pela Polícia
Federal (PF) vierem a público essas versões falsas e mentirosas cairão
por terra.
A subprocuradora da República Cláudia Sampaio disse em
entrevista ao Estadão publicada nesta 2ª feira (ontem) que pretendia
arquivar o inquérito da Operação Vegas, mas a pedido do delegado
responsável pela operação, Raul Marques de Sousa, decidiu aguardar novas
informações. Segundo ela, policiais envolvidos na investigação faziam
parte do esquema de Cachoeira. Portanto, a decisão de 'segurar' a
investigação Vegas teria sido tomada em conjunto com o delegado do caso.
Desmentido da PF
Ontem
mesmo a direção da PF desmentiu publicamente a informação: "O delegado
Raul Alexandre não pediu à subprocuradora Cláudia Sampaio, mulher do
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o arquivamento ou o não
envio da Operação Vegas ao Supremo Tribunal Federal (STF)", diz a nota
da PF, que detalha, também, os encontros ocorridos entre o delegado e
suprocuradora.
Segundo informa a Agência Brasil, a nota foi
divulgada depois que os delegados que já prestaram depoimento na CPI do
Congresso se reuniram por mais de cinco horas com o diretor-geral da PF,
Leandro Daiello e com o seu diretor-executivo, Paulo de Tarso Teixeira.
Portanto,
permanecem sem resposta perguntas importantes para o país.Por que a PGR
decidiu arquivar o inquérito se já havia informações importantes sobre o
envolvimento do senador Demóstenes Torres (DEM-GO até três semanas
atrás, ao desfiliar-se) com o esquema do contraventor Carlos Cachoeira?
Ou ainda: qual a razão do não encaminhamento do inquérito ao STF?.
A
alegação de que a PGR aguardava o andamento de novas investigações não
se sustenta, pois a operação Monte Carlo teve início bem depois, e não
teve nada a ver com iniciativa da Procuradoria e sim com três promotores
de Valparaíso (GO) para apurar a exploração ilegal de jogos no entorno
de Brasília.
Veja
No caso da troca de
informação por matérias entre o diretor da revista Veja em Brasília e o
grupo de Cachoeira, da participação da revista em atividade ilegais como
a tentativa de invasão do meu escritório no Hotel Naoum, assim como da
utilização de imagens obtidas de forma também ilegal sobre minhas
atividades no local onde eu residia, ainda há muito a esclarecer.
Vamos
aguardar, pois, a divulgação dos áudios, para que informações
importantes possam vir a público. Por exemplo, quais reportagens e
outras informações de interesse do grupo de Cachoeira foram publicadas
pela revista. Quanto à própria revista Veja, nenhuma novidade. Na edição
desta semana, em reportagem de capa de oito páginas, levanta a bandeira
da liberdade de imprensa em sua defesa.
Ocorre que os problemas
levantados sobre a revista e sua atuação não têm nada a ver com ataques à
liberdade de imprensa. O fato é que ela deve explicações sobre a forma
como conduz seu jornalismo, tendo transformado a revista semanal
aparentemente em mais uma ‘publicação de negócios’ da Editora Abril, sem
que os leitores tenham sido avisados.
Negócios perigosos, uma
vez que um dos parceiros está preso e é dono de uma enorme rede de jogo
ilegal, e acusado de envolvimento em um esquema de corrupção com
tentáculos nas mais diferentes instâncias políticas e regiões do país.
Leiam aqui
a nota da PF. Ainda sobre a Veja e os setores da imprensa que a
defendem, sugiro a leitura da coluna de Maurício Dias na Carta Capital
desta semana (Pacto com o Diabo ) e o editorial Eternos chapa-branca de Mino Carta na mesma revista.
Blog do Zé Dirceu
terça-feira, 15 de maio de 2012
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