quarta-feira, 2 de maio de 2012

Campanha da presidenta contra juros deixa viúvos o Estadão e a Folha

 

Desde que a presidenta Dilma Rousseff iniciou a escalada da cobrança por juros baixos, os jornais O Estado de S.Paulo e a Folha de S.Paulo sentem-se viúvos e órfãos ao mesmo tempo.  Os dois jornalões mantém e acentuam a cantilena de que é preciso cuidado com a redução das taxas, e de que ela deve se dar de forma parciomoniosa.

A Folha sustenta uma história de que a presidenta deixou de lado o diagnóstico técnico do tema e que a redução não pode vir via imposições ou decisões do Executivo. Ninguém está impondo ou obrigando a nada. A presidenta não vai baixar decretos nem imposições nesse sentido. Insta e cobra o mercado financeiro para que entenda a importância disso. Instar e cobrar, isso ela pode.

Depois da Folha, todos os dias, temos, também, os Mesquitas e seu jornal, O Estado de S.Paulo defendendo os banqueiros e os juros altos. Pode? Acham pouco a defesa escrachada feita até agora e hoje dedicam ao assunto os dois principais editoriais do dia no jornal -  na página 3 e no caderno de Economia.

Por que a Folha e o Estadão defendem os bancos e os altos juros?


No principal editorial do dia, hoje, na página 3, sob o título "As Malvinas de Dilma", o Estadão vem com a história de que "a campanha contra os juros seria mais digna de crédito se precedida de ações sérias do governo". Mas, o próprio editorial termia confessando, em outro trecho, que os spreads são altos porque os lucros dos bancos são extraordinários e não há concorrência entre eles.

Reconhecem, implicitamente, que as razões apontadas pelos bancos para resistir à queda das taxas não se sustentam, mas.... não dão o braço a torcer.  No final afirmam que tudo não passa de Malvinas brasileiras, numa comparação grosseira entre a cobrança da presidenta Dilma por juros menores e medidas recentes adotadas pela Argentina na economia.

No outro editorial, no caderno de Economia, sob o título "A volta da inflação continua como uma ameaça atual", o último parágrafo explica a posição e "entrega" o interesse do jornalão. "O momento exige que se faça uma reflexão para examinar se a mudança na política monetária não foi excessivamente rápida e, mesmo reconhecendo que as taxas de juro ainda são muito elevadas, se o ritmo da correção não deveria ser mais lento".

Entenderam? Nossos jornalões querem, ou não a continuidade das altas, escorchantes e maiores taxas de juros do mundo em nosso país? E, tentam, mas nem sabem, nem conseguem disfarçar bem seu pleito...

Vejam, também, o post abaixo A presidenta Dilma em um histórico pronunciamento aos trabalhadores.


Blog do Zé Dirceu

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