Dados os chocantes convites que ele distribuiu para que sua viagem à
Costa Rica fosse coberta, a verdade é: ele não respeita o jornalismo que
se faz no Brasil.
Você pode e deve perguntar, diante do convite
que Joaquim Barbosa fez à mídia – de “direita”, segundo ele mesmo numa
oscilação abstrusa ao estilo consagrado por Jânio Quadros – para cobrir
sua viagem à Costa Rica, com despesas generosamente pagas pelo
contribuinte.
O que, você perguntaria, isso significa?
Você leu os textos do Diário. Primeiro, a revelação de que a
jornalista do Globo enviada à Costa Rica viajou à custa do dinheiro
público para fazer publicidade fantasiada de jornalismo.
Depois, a informação de que até a Folha, que criou o desprezível
expediente de aceitar convites e depois publicar que aceitou como se
isso resolvesse o drama ético e moral, até a Folha, eu dizia, recusou o
gesto do Barbosa.
Fez, o que é raro, questão de pagar as despesas de seu enviado a uma
viagem de absoluta desimportância, como se pode ver hoje, poucos dias
depois do retorno da caravana jornalística. Não sobrou lembrança de
nada. Rigorosamente nada.
É como se JB jamais tivesse ido à Costa Rica.
Bem, você leu isso, e depois se perguntou: disso se depreende que JB pensa o que sobre a mídia?
Duas coisas se destacam.
1) Ele tem em baixa consideração as empresas jornalísticas. Para
ousar fazer um convite tão eticamente indefensável, ele só pode confiar
em que os freios éticos e morais da mídia são extraordinariamente
frouxos. se ele não confiasse nisso, não faria o que fez porque poderia
enfrentar respostas editoriais complicadas. Algum jornal poderia publicar o convite abjeto, depois de rechaçá-lo, e isso provocaria um constrangimento torrencial em sua imagem moralizadora, aspas.
Ponto importante: em tais situações, quem convida também demonstra seu entendimento do que seja ética.
2) Isto tudo posto, a segunda conclusão é que no caso principalmente
do Globo, que não hesitou em aceitar dinheiro público para uma operação
menos jornalística e mais publicitária, JB estava absolutamente certo
em sua baixa opinião sobre a ética da mídia.
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