Atenta à mais importante reunião do Copom desde o início do ano, na qual
diretores do Banco Central discutem se cedem ao lobby dos juros altos
ou se mantêm a política de aquecimento da economia, sem mexer na Selic,
presidente Dilma manda seu recado; "A (baixa) da inflação foi uma
conquista desses dez anos de governo", declarou, durante cerimônia que
marca a retomada de produção nacional de insulina humana, em Belo
Horizonte; Dilma também criticou o "pessimismo especializado",
referindo-se aos colunistas da mídia tradicional, que "nunca olha o que
conquistamos, mas sempre acha que a catástrofe é maior"
Minas 247 – A presidente Dilma Rousseff, mais uma
vez, não se furtou a discutir a taxa de juros do Brasil. Durante
cerimônia que marcou a retomada de produção nacional de insulina humana,
em Belo Horizonte, Dilma manifestou sua posição no mesmo momento em que
o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para
dois dias de discussões em torno de um possível aumento da Selic, a taxa
básica de juros.
"Nós jamais voltaremos a ter aqueles juros de 12%, 15%. A inflação
foi uma conquista desses dez anos de governo", disse a presidente, no
que muitos podem interpretar como pressão sobre o BC. Na verdade, porém,
a presidente apenas insistiu num posicionamento que já vem assumindo
desde o início de seu mandato. Para ela, manter a economia aquecida,
garantindo empregos, é bem mais importante que seguir estritamente metas
de inflação que, por sinal, nem mesmo estão estouradas tecnicamente.
E ela também lembrou esse fato em seu discurso: "Hoje temos uma taxa
de juro real bem baixa. Em qualquer necessidade de combate à inflação,
poderemos elevá-la num patamar ainda considerado baixo", disse. "Nós não
negociaremos com a inflação, não teremos o menor problema em atacá-la
sistematicamente. Queremos manter o nível estável, porque a inflação
corrói", acrescentou a presidente, citando empresários e outros
possíveis prejudicados.
Dilma criticou ainda, sem citar nomes, os analistas da grande
imprensa que defendem, diariamente, a elevação da taxa Selic e o combate
à inflação a todo custo, inclusive ao da redução do crescimento. "Uma
parte dessa história que vocês escutam eu chamo de pessimismo
especializado, pessimismo de plantão, que nunca olha o que nós
conquistamos, mas sempre olha achando que a catástrofe é maior, achando
que esse é um processo que tem sinalizações indevidas", afirmou.
A presidente disse estar otimista quanto ao crescimento do País em
2013. "Não há a menor hipótese de o Brasil não crescer, estou otimista.
Nós plantamos muitas sementes, e aqui acabamos de plantar mais uma".
Durante o evento da manhã desta terça-feira, o governo anunciou o
investimento de R$ 430 milhões nos próximos cinco anos, entre recursos
do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e
financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES). A
fabricação de insulina no País ficará a cargo da empresa brasileira
Biomm, que deve começar a produzir a partir de 2015.
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