Visto como novo líder nacional da oposição, desde que se elegeu senador no ano passado, e como detentor da maioria entre os tucanos para ser candidato a presidente em 2014, ao invés de José Serra, Aécio Neves (PSDB-MG) teve uma reação desproporcional diante da derrota que sofreu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A bancada governista, PT à frente, derrotou na CCJ-Senado sua Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que propunha alteração no rito de tramitação das Medidas Provisórias (MPs). Diante da rejeição de sua PEC, Aécio afirmou que o PT "está numa posição confortável com a situação de hoje, em que o Senado age como um poder substituto que aceita todas as subordinações do Poder Executivo e que abdica de sua prerrogativa fundamental de discutir as matérias".
Quando apresentou a PEC, sua justificativa já foi que hoje todo o tempo de tramitação das MPs é consumido pela Câmara e que os senadores já as recebem na hora de votar e praticamente apenas as "carimbam".
Fala de corda em casa de enforcado
O senador Aécio dizer isso é um pouco como falar de corda em casa de enforcado, como gostam de dizer os mineiros. Parece piada que ele se apresente à sociedade com esse discurso, afirmando que o Senado não passa de um poder substituto. Além de se constituir em um desrespeito aos senadores, sua colocação, não corresponde aos fatos.
É só analisar a agenda e a pauta do Senado. Lá se discute, debate-se, emendam-se propostas e se aprovam leis importantíssimas para o país. E, também de extrema importância, fiscaliza-se o governo. Exatamente ao contrário do que ocorre em Minas, onde se governa por delegação, via lei delegada, o pior tipo de MP que existe, a que anula o poder legislativo - a Assembléia Legislativa. Tal e qual na ditadura.
Aécio, governador, administrou Minas por oito anos por delegação - recorrendo à essas chamadas leis delegadas vigentes no Estado. Seu sucessor, eleito por ele, Antônio Anastasia, também tucano como ele, continua governando dessa forma.
Blog do Zé Dirceu
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