sábado, 30 de novembro de 2013

Seminário mostra avaliação dos meios jurídicos sobre ação do presidente do STF







A Equipe do blog do ex-ministro José Dirceu convida os leitores desse diário dele a lerem o texto “Uma encrenca chamada Joaquim Barbosa”, publicado na manhã de hoje pelo jornalista Luis Nassif  em seu site.

Nassif expõe as conclusões de especialistas que participaram do seminário “Democracia Digital e a Justiça” promovido pelo Jornal GGN esta semana sobre como a opinião pública analisa o desfecho dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Ação Penal 470 (AP 470) com as primeiras prisões no dia 15 pp. dos arrolados no processo e sobr o próprio presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa.

“Há um pensamento majoritário na opinião pública leiga e um consenso no sistema judicial – incluindo desembargadores, juízes, procuradores, advogados”, registra Nassif  acentuando que para a opinião pública o presidente do STF é um herói, enquanto os especialistas em geral manifestam cada vez maior perplexidade com a ação do dirigente da Suprema Corte.  Leiam, aqui, a íntegra da análise postada pelo Luís Nassif em seu blog.



Blog do Zé Dirceu

Dinheiro de propina de Trens abasteceu campanha do PSDB

sábado, 30 de novembro de 2013




 A Focco Tecnologia, empresa de ex-diretores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) suspeitos de envolvimento com o cartel metroferroviário em São Paulo, foi a segunda maior doadora da campanha do vereador tucano Mário Covas Neto, o Zuzinha, em 2012.

A consultoria também deu dinheiro, em menores quantidades, a outros políticos do PSDB na campanha de 2010, que hoje estão no primeiro escalão do governo Geraldo Alckmin (PSDB): o secretário estadual de Meio Ambiente e deputado estadual licenciado Bruno Covas e o secretário estadual de Energia e deputado federal licenciado, José Aníbal.

Sócios da empresa, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo foram indiciados pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de cartel e crime financeiro. Zaniboni foi condenado pela Justiça da Suíça por lavagem de dinheiro.

A Focco já recebeu R$ 32,9 milhões do governo paulista entre 2010 e 2013 por serviços de consultoria. Ela assinou contratos para "supervisão de projetos" com CPTM, Metrô, Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp), Secretaria de Transportes Metropolitanos e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

A PF aponta Zaniboni e Araújo como "intermediários no pagamento de propinas" para beneficiar cartel no sistema metroferroviário suspeito de atuar nos governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra.

Zuzinha e Bruno Covas são, respectivamente, filho e neto do ex-governador Mário Covas. Este era o governador em 1998, ano em que a multinacional alemã Siemens sustenta ter começado a operar o cartel no setor metroferroviário do Estado. Covas morreu em 2001, foi sucedido pelo então vice, Alckmin, atual governador, que terminou o seu mandato.

A Focco doou R$ 50 mil para Zuzinha em 2012, ano da primeira campanha do filho de Covas. Era a segunda maior doadora do total de R$ 904,7 mil que o vereador declarou ter recebido. Ele ficou em oitavo lugar nas eleições, com 61 mil votos, e assim conquistou uma das 55 cadeiras do Legislativo municipal.

Em 2010, a consultoria de Zaniboni e Araújo já havia doado para as campanhas do sobrinho de Zuzinha, Bruno Covas, e de José Aníbal. Bruno acabaria se tornando o deputado estadual mais votado, com 239.150 votos. Ele contou com uma doação de R$ 2 mil, e Aníbal com uma de R$ 4 mil.

O atual secretário de Energia do Estado ainda recebeu uma doação de R$ 2 mil do consultor Arthur Teixeira, apontado pelo Ministério Público como lobista do cartel. Aníbal foi eleito como o 19.º deputado federal mais bem votado, com 170.957 votos.

Desligamento. Zaniboni e Araújo, sócios da Focco, foram os primeiros agentes públicos a serem indiciados pela Polícia Federal no inquérito que investiga o cartel dos trens - há outros indiciamentos envolvendo o cartel, mas no setor de energia.

Zaniboni foi diretor de Operações e Manutenção da CPTM entre 1999 e 2003, e Araújo foi diretor de Obras e Engenharia da estatal entre 1999 e 2001. Zaniboni se tornou sócio da Focco em 2008, quando já estava fora da estatal do governo tucano. Após ter seu nome envolvido com o escândalo do cartel, em agosto deste ano, ele deixou a sociedade com Araújo.As informações são do jornal O Estado de São Paulo
 
 
Rede Brasil Atual   -   Blog da Helena

Kotscho critica medievalismo do STF

30 de Dezembro de 2013 | 14:39 Autor: Miguel do Rosário
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(Tradução: Confie em mim – o júri gosta de você).



Esse post do Kotscho, publicado há pouco em seu blog, reflete uma coisa que eu também penso. O julgamento do mensalão foi tão grotescamente midiatizado, que os ministros aplicaram penas igualmente grotescas a personagens menores, que nada tinham a ver com as escaramuças pelo poder travadas pelas diferentes forças políticas.


Os petistas presos podem ser inocentes dos crimes de que são acusados, mas ao menos eram protagonistas da luta política entre PT, de um lado, e oposição e mídia, de outro. Alguns réus, nem isso. Simone Vasconcelos, por exemplo, era secretária de Marcos Valério, e foi condenada a 12 anos por participar de uma “quadrilha” cujo maior objetivo era comprar o voto de deputados para que aprovassem a… reforma da previdência!


Enquanto isso, Pimenta Neves, réu confesso no assassinato de sua namorada, ficou mais de dez anos livre; foi preso e agora está livre novamente.


Enquanto isso, Arruda, personagem central no escândalo conhecido como “mensalão do DEM”, está livre, leve e solto e pensa em se candidatar outra vez.


Enquanto isso, Simone, avó, tenta aproveitar ao máximo o banho de sol na prisão.
*
Toda a tristeza do mundo na foto da avó na prisão
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 Simone Vasconcelos é a primeira à direita na foto.
 
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho.


De tudo que li, vi e ouvi nas duas ultimas semanas sobre os prisioneiros do mensalão no Presídio da Papuda, nada me tocou mais do que a foto de Dida Sampaio, do Estadão, publicada na quarta-feira, mostrando toda a tristeza do mundo estampada no rosto de uma senhora de óculos escuros, que caminhava com uma garrafa de água na mão, no pátio da cadeia.


O nome dela é Simone Vasconcelos e dela pouco se sabe, além do fato de ser casada, ter dois filhos e um neto, ex-funcionária da SMPB de Marcos Valério, encarregada de entregar envelopes com dinheiro a políticos em Brasília, e por isso condenada a 12 anos, 7 meses e 20 dias de prisão, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Trata-se de uma pena maior do que a dos políticos condenados no processo.


Ao fazer a sustentação oral no STF, no dia 7 de agosto do ano passado, o defensor de Simone Vasconcelos, Leonardo Yarochewsky, afirmou que a ré era “simples empregada, e o dinheiro não lhe pertencia”. Para o advogado, “isso remonta à idade medieval, em que o indivíduo era punido pelo Código de Hamurabi. O que mais se faz nesse processo é culpar pessoas pelo cargo que ocupavam, ou porque ocupavam cargo em determinado banco, ou em determinado partido, ou em determinada agência de publicidade”.


Yarochewsky argumentou que Simone não conhecia nem sabia quem eram os parlamentares que recebiam dinheiro. “O que o patrão faz com o dinheiro não cabe ao funcionário questionar”.


Até ontem, Simone estava presa, junto com Katia Rabello, ex-presidente do Banco Rural, condenada a 14 anos e 5 meses de prisão, numa cela do 19º Batalhão da Polícia Militar, instalado dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, onde Dida Sampaio fez a fotografia que me chamou a atenção, no período de duas horas a que elas tinham direito a tomar sol. A cela tem beliches, um cano de água fria que serve de chuveiro e uma privada sem assento.

Por ordem da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, anunciada nesta quinta-feira, as duas agora serão levadas para a Penitenciária Feminina da Colmeia, embora seus advogados tenham pedido transferência para Belo Horizonte, onde moram suas famílias. Simone quer trabalhar para reduzir sua pena e poder sair do regime fechado antes de completar 60 anos.


No meu tempo, nem faz tanto tempo, dizia-se que uma fotografia vale por mil palavras e, como já escrevi mais de 400, vou parando por aqui, deixando apenas uma pergunta no ar: que perigo estas duas mulheres podem representar para a sociedade, a ponto de serem condenadas a penas de prisão tão longas, em regime fechado, enquanto homicidas e estupradores andam à solta por aí e mais de 800 políticos aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal?
Com a palavra, os nobres ministros do STF.

*

PS Tijolaço: Eu conheço um pouco da história da outra mulher da foto, Katia Rabello. Era bailarina, não entendia nada de mercado financeiro. Os acertos com Marcos Valério foram feitos por sua irmã. Quando esta faleceu, Katia voltou de Londres para assumir o banco. Foi muito mal assessorada por Marcio Thomas Bastos, que ganhou R$ 10 milhões em honorários e entregou sua cliente às feras.



Tijolaço

Dono do helicóptero do pó ganhou 3 contratos sem licitação de Aécio Neves

30 de Dezembro de 2013 | 17:34 Autor: Miguel do Rosário
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Escrevo há uns quinze anos sobre política, de maneira quase ininterrupta, e tendo ideais progressistas, sempre fui crítico à grande imprensa brasileira. No entanto, nunca me deparei com um grau de degradação tão avassalador como vejo nos últimos dias. O Globo insiste nos “privilégios” dos presos petistas, sem refletir que, ao fazer esse tipo de campanha, contradiz a si mesmo. Afinal, que raio de privilégio é esse em ser achincalhado diariamente nos jornais, mesmo após estar preso injustamente?

Através do Globo, agora já sabemos os negócios de todos os familiares dos proprietários do hotel que empregará José Dirceu.

Enquanto isso,  a imprensa trata com inexplicável discrição aquele que pode ser o maior escândalo das últimas décadas, rivalizando até mesmo com o trensalão paulista.

O Ministério Público de Minas Gerais vai propor, nos próximos dias, uma Ação Civil Pública, para investigar repasses do governo do estado, na gestão de Aécio Neves, para a empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda, proprietária do helicóptero apreendido com meia tonelada de pó. Os repasses aconteceram em 2009, 2010 e 2011.

Achei reportagens do ano passado com informações sobre suspeitas do Ministério Público contra a Limeira, empresa dos Perrela. O MP apurava possível contratação irregular, sem licitação, pelo governo do estado, além de superfaturamento. A compra da fazenda Guará (a mesma onde o helicóptero foi apreendido), avaliada em R$ 60 milhões, também estava sob a mira dos procuradores, visto que o bem havia sido ocultado pelo senador Zezé Perrela.

Hoje há uma matéria no Globo sobre o tema, mencionando as suspeitas do Ministério Público, mas sem chamada na primeira página e sem qualquer citação ao partido do governo do estado, e às relações quase íntimas entre os Perrela e o provável candidato do PSDB à presidência da república, Aécio Neves. A reportagem informa que o senador Zezé Perrela (PDT-MG) também pagou com sua verba de gabinete o combustível usado no famoso helicóptero. Zezé e Gustavo, pai e filho, estão cada vez mais enredados no caso.

O assunto não é interessante? Um possível presidente da república ser tão próximo de políticos suspeitos de serem grandes traficantes de cocaína não é do interesse da nossa imprensa “livre”, “independente”, “profissional”? Será que mais uma vez, os blogueiros terão que assumir a dianteira dessa investigação, com grande risco pessoal?



Tijolaço

Escândalo! Secom entrega tudo a agências tucanas!

30 de Dezembro de 2013 | 18:26 Autor: Miguel do Rosário
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Dando uma fuçada no Brasil 247, me deparo com a seguinte nota:

Propaganda reforçada

Desgastado pelas manifestações e pela investigação do cartel dos transportes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) lança na próxima semana uma campanha em rádio e TV. As propagandas, preparadas pelas agências Propeg, Lua Branca e Nova SB, mostrarão as obras do governo, principalmente em transporte e saúde. Pesquisa concluída na semana passada indica que a aprovação de Alckmin, que havia caído para 35%, chegou a 42%. O objetivo é atingir 50% até a campanha à reeleição. Para isso, a verba de publicidade, que era de R$ 100 milhões, dobrou.

Então me lembrei de uma reportagem que fiz lá pro Cafezinho, compilando os números da Secom. Repare nas agências contempladas pela Secom (confira a participação da Propeg e Nova, as mesmas que operam com o governo Alckmin).
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No twitter, alguém me avisa que a Propeg é sócia do ex-senador Tasso Jereissati, um dos tucanos mais influentes do partido. Seu irmão, Carlos Jereissati é um dos homens mais ricos do país e herdeiro das privatizações: era dono da OI.

A Nova pertence à João Roberto Vieira da Costa, ex-diretor da Secom no último governo FHC. A Lua Branca, por sua vez, foi criado pelo jornalista Luiz Gonzalez. Tanto a Nova quanto a Lua Branca são “tradicionalmente associadas ao tucanato”, segundo uma reportagem da Folha. Gonzalez fez a campanha de Alckmin em 2006.

Politicamente, há sentido em Alckmin entregar recursos de publicidade de seu estado a agências pertencentes a seus companheiros tucanos, mas ver a Secom dar suas contas para as mesmas empresas é de dar engulhos no estômago! Nem aí teremos pluralidade?

Então ficamos assim. A Secom entrega seus recursos à agências de publicidade pertencentes à tucanos milionários, que por sua vez repassam a verba para grandes empresas de mídia (também ligadas ao tucanato), como a Globo. Tá tudo dominado!

Enquanto em toda a América Latina, vemos os governos progressistas fazerem reformas modernas em seus sistema de comunicação, e até mesmo os EUA assiste a um canal mais à esquerda, a MSNBC, ultrapassar a CNN em audiência e encostar na direitista Fox, o governo brasileiro trabalha para enriquecer cada vez mais os barões da mídia, além de fortalecer o sistema de agências de publicidade “tradicionalmente ligadas ao tucanato”.

Por que isso, Dilma?



Tijolaço

A verdade sobre a saúde de Genoíno





Conversa Afiada

Dilma joga como artilheira e Lula segue sendo o “Pelé”

Edição 247/Divulgação:
Presidente fez cinco gols sobre os adversários, a medir pelos cinco pontos percentuais de crescimento dela sobre Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na pesquisa Datafolha divulgada neste sábado 30 em relação a de outubro; no "banco de reservas", ex-presidente despontou acima de todos com um mínimo de 52% e um pico de 56% de intenções de votos; ambos venceriam eleição de 2014 em primeiro turno; resultados mantêm time petista em paz e empurram para a oposição o dilema de como se sintonizar com o povo
30 de Novembro de 2013 às 19:55

247 – A presidente Dilma Rousseff marcou cinco gols na pesquisa Datafolha entre os levantamentos de outubro e novembro, mas o ex-presidente Lula continua se mostrando o "Pelé no banco de reservas", como definiu o ministro Gilberto Carvalho.

Enquanto Dilma avançou, no cenário que inclui o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos como adversários, de 42% para 47% das intenções de voto, Lula obteve, no mesmo cenário, 56% de menções ao seu próprio nome, tirando três pontos percentuais de cada um dos dois presidenciáveis do PSDB e do PSB.

Ambos, Dilma e Lula, venceriam em primeiro turno, mas só um deles poderá concorrer pelo PT.

A preferência é toda da presidente Dilma, que conta com reiteradas declarações de Lula de que ela é a sua candidata à reeleição. Dentro do PT, essa é a lógica que vigora. Considerar publicamente o ex-presidente como postulante ao cargo é tomar parte no chamado "fogo amigo" contra Dilma. Assim como é impensável, neste momento, que os partidários da reeleição da presidente cogitem dar a vez ao ex na disputa de 2014.

Mesmo assim, nas últimas semanas voltou a constar das conversas de personagens graduados da cena política, empresários pesos-pesados e representantes do grande capital o cálculo de que, a depender das condições da economia no próximo ano, Dilma e Lula troquem de papéis.

BOLA DIVIDIDA - Como estrelas máximas do time petista, nenhum dos dois principais interessados no assunto vai entrar nessa bola dividida. Para que o jogo do qual eles participam continue a ocorrer sob a égide da boa camaradagem e da sintonia fina, a pesquisa Datafolha chegou num ótimo momento – e com resultados que contribuem para aplacar arroubos de impertinência ao acordo estabelecido entre a artilheira que está em campo e o camisa 10 no banco de reservas.

Isso porque os números apurados são ótimos para ambos. Dilma cresceu sobre seus adversários, aumentando a margem de vitória em primeiro turno. Lula manteve a posição de principal liderança popular do País, com larga distância sobre os adversários dos outros partidos.

À medida em que trouxe uma positiva oscilação de cinco pontos percentuais para Dilma, o levantamento deu a Lula nunca menos de 52% de intenções de voto, no caso de disputar contra Marina Silva (PSB) e José Serra (PSDB).

Assim como abriu frente sobre os adversários, Dilma aproximou-se mais das intenções de voto dadas ao ex-presidente, redobrando a confiança no PT de que, com ela ou com Lula, o projeto político do partido estará garantido.

Jogando para a oposição o dilema de perseguir e alcançar os dois maiores quadros políticos do PT, os resultados do Datafolha também servem para afastar qualquer sombra de divergência, neste momento, entre a presidente e seu antecessor. Não surgiu, afinal, nenhum motivo eleitoral para que se queira mexer no time que está ganhando. A partida, no entanto, só termina no final do primeiro semestre do próximo ano, quando a lei obriga a definição oficial dos candidatos de cada partido.

São a economia e suas surpresas os elementos que podem voltar a agitar a torcida. Até aqui, o PT com Dilma no gramado e Lula como seu double está mesmo jogando por música, como se diz na gíria do futebol.



Brasil 247

Os fracos e o Fortes

Condenado no Piauí, o ex-senador é beneficiado pelo curso “normal” dos processos no STF 
 
por Mauricio Dias publicado 30/11/2013 09:58 
 
José Cruz/ABr
Heráclito Fortes
O ex-senador Heráclito Fortes conversa com o então presidente do Senado José Sarney

Em tramitação no Supremo Tribunal Federal, uma ação popular contra o ex-senador Heráclito Fortes, condenado pelo Tribunal de Justiça do Piauí a devolver aos cofres públicos gastos feitos com promoção pessoal quando prefeito de Teresina (1989/1993), comprova que nem todos são iguais perante a lei. Alguns são mais iguais, como é sabido.
 
Fortes é um desses. Foi da Arena, partido de sustentação da ditadura, passou pelo PP e PMDB. Foi estrela do DEM e atualmente abriga-se sob as asas abertas do PSB de Eduardo Campos e, provisoriamente, de Marina Silva, após a tentativa frustrada de se reeleger ao Senado em 2010. 

Antes, em 2006, foi um dos coordenadores da campanha malsucedida do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Notabilizou-se como vanguarda do banqueiro Daniel Dantas no Congresso.

O processo contra o ex-parlamentar foi apoiado em publicidade oficial, na qual utilizou um recurso, em banal jogo de palavras, no slogan “Unidos seremos mais fortes”.

É, decididamente, um político de estreita vinculação com o poder permanente.

A oposição, em sintonia com a mídia, considera a prisão de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo de Lula, e do deputado José Genoino, ex-presidente do PT, além do militante petista Delúbio Soares, exemplo histórico na atuação da Justiça no Brasil.

Risível conclusão. Mostra apenas que o julgamento, necessário para apurar supostos ilícitos, sofreu grande influência política. Os petistas ficaram sob o foco constante da mídia, que insuflou a reação política de alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal, ora regidos por Joaquim Barbosa, ora regentes de Joaquim Barbosa.

Dirceu teve poder quando integrava os mais altos escalões da República. Uma situação, entretanto, provisória. Ele e outros do PT se iludiram. Perceberam tarde demais que não tinham articulação institucional com o poder permanente. Não eram aliados estratégicos. Por isso o julgamento, transformado em linchamento, reflete a voz dos reais donos do poder. Teve uma motivação política inquestionável.

Em 2010, o relator do processo de Heráclito Fortes era o ministro Gilmar Mendes. Ele concedeu efeito suspensivo às vésperas da eleição de 2010, algo não muito comum no STF, e possibilitou a Fortes concorrer ao Senado. Valeu o esforço, mas ele foi derrotado pelo voto popular.


Em março de 2012, após dormitar por dois anos no gabinete de Mendes, o processo foi a julgamento na 2ª Turma do STF. Ele foi derrotado pelo voto de Barbosa, que optou pelo não conhecimento do referido recurso extraordinário. Em junho, Fortes apresentou embargos de declaração.

Um ano depois, em junho de 2013, o caso parou no gabinete de Barbosa. Pior: JB, já presidente do tribunal, determinou a redistribuição do processo, equivocadamente remetido para o ministro Luís Roberto Barroso, da 1ª Turma. Conforme o artigo 10 do Regimento Interno do STF, deveria ser distribuído a um dos ministros da 2ª Turma. O erro foi corrigido, mas desde então a papelada está sob o chamado “embargo de gaveta”. No caso, gaveta do presidente do STF.

Ele não tem pressa ou a distribuição automática do Supremo sofreu alguma pane, da qual não se tem conhecimento.




Carta Capital

Datafolha: Dilma cresce e todos os adversários caem

Presidenta cresceu em todos os cenários. Como Aécio, Campos, Marina e Serra caíram em todos, aumenta a chance de definição no 1º turno. Com Lula, vantagem seria ainda maior 


por Redação — publicado 30/11/2013 18:57, última modificação 01/12/2013 00:25 
 
Agência Brasil
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Dilma Roussef em evento no palácio do Planalto na semana passada

Na pesquisa Datafolha feita na última quinta e sexta-feira e divulgada hoje a presidenta Dilma Roussef ampliou sua vantagem em relação aos adversários. O instituo testou nove cenários, cinco com Dilma e quatro com Lula. Em todos os cenários com Dilma os adversários apresentaram percentuais menores do que no último levantamento (11/10) feito pela empresa de pesquisas do jornal Folha de S. Paulo.

No cenário mais provável, em que os candidatos são Dilma, Aécio e Campos, os percentuais são: Dilma 47% (contra 42% no levantamento anterior), Aécio 19% (o senador tinha 21% em outubro) e Campos 11 (eram 15% da última vez).

Marina e Serra

Caso a eleição fosse hoje, só haveria possibilidade de segundo turno caso a candidata fosse Marina Silva. Se a ex-senadora conseguisse tomar do governador de Pernambuco a cabeça de chapa, ela teria hoje 26 pontos percentuais (tinha 29% no útimo levantamento. Somado aos 14% de intenção de Aécio, chegariam a 41 pontos, contra 42 de Dilma. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, haveria aí uma chance de segundo turno.
No cenário improvável em que Marina e Serra conseguissem sair candidatos derrubando as candidaturas de Campos e de Aécio, eles chegariam a 43 pontos percentuais – 24% de Marina mais 19% de Serra. Neste caso, Dilma tem hoje 41% das intenções de voto, então haveria segundo turno.

Lula

O Datafolha testou também quatro cenários com o ex-presidente Lula. Em todos eles o ex-presidente seria eleito no primeiro turno com uma diferença de 20 a 30 pontos percentuais entre sua intenção de voto e a soma dos adversários. A vitória no primeiro turno seria folgada mesmo contra Marina e Serra.

Em resumo a presidenta oscila entre 41% e 47%, dependendo do cenário. Lula, por sua vez, oscila de 52% a 56%.


Joaquim Barbosa

O instituto também fez uma consulta com o presidente do STF, Joaquim Barbosa. Neste caso ele aparecia embolado na segunda colocação, mas ainda assim, com Barbosa como quarto candidato, a disputa não iria para o segundo turno, caso a eleição fosse hoje. 

Os percentuais de intenção de voto foram os seguintes: Dilma (44%), Barbosa (15%), Aécio (14%) e Campos (9%). Ou seja, a presidenta teria 6 pontos a mais do que a soma dos 3 adversários --38%.

Por ser ministro do Supremo, Barbosa ainda pode aguardar para tomar a decis]ao de sairá ou não candidato. Pode filiar-se a um partido e lançar-se candidato até março.

A pesquisa do Datafolha ouviu 4.557 eleitores em 194 municípios entre a última quinta e sexta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.



Carta Capital

Datafolha: Dilma vai a 47%. Aécio e Eduardo encolhem

Edição 247/Divulgação:
Confirmando informação veiculada em primeira mão pelo 247, a presidente Dilma Rousseff cresceu cinco pontos percentuais na pesquisa Datafolha; ela saiu da marca de 42% conquistada em outubro para 47% agora, contra 19% apontados para o senador Aécio Neves (PSDB/MG) e 11% para o governador Eduardo Campos, do PSB; no quadro atual, presidente venceria, com folga, no primeiro turno
30 de Novembro de 2013 às 13:34

247 - A presidente Dilma Rousseff subiu cinco pontos percentuais na pesquisa Datafolha que acaba de ser divulgada pelo instituto, na comparação com o levantamento anterior, feito em outubro. Antes com 42% de intenções de voto no cenário que envolve o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador Eduardo Campos (PSB), agora a presidente marca 47%, contra 19% para Aécio e 11% para o presidenciável do PSB. 

Na pesquisa anterior, o senador mineiro tinha 21% e o governador pernambucano, 15% – que significa que a presidente cresceu tomando espaço dos adversários.

Num dos cenários testados pelo Datafolha, Dilma teve 41%, contra 24% de Marina Silva e 19% de José Serra – o que levaria a disputa para o segundo turno.

Num outro quadro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi testado e apareceu com 15% das intenções de voto.

Foram feitas também simulações com o ex-presidente Lula como candidato do PT – em todos os cenários ele venceria em primeiro turno.

Abaixo, notícia anterior de 247, que adiantou o resultado da pesquisa: 
Datafolha trará boas notícias a Dilma neste sábado

Pesquisa será divulgada na edição de amanhã da Folha de S. Paulo e no fim da tarde de hoje no Uol; no entanto, 247 já apurou que a presidente abriu mais cinco pontos de vantagem, tomando espaço de Aécio Neves e Eduardo Campos; pesquisa anterior, apontava 42% para ela, 21% para o tucano e 15% para o socialista; resultado sai num momento importante, de definição dos palanques e das alianças regionais; Dilma também leva no primeiro turno nas simulações com Marina Silva e José Serra

247 - A presidente Dilma Rousseff está prestes a receber uma ótima notícia, neste sábado. Pesquisa Datafolha, que estará amanhã na edição da Folha de S. Paulo e hoje ainda no portal Uol, revelará que ela abriu mais cinco pontos de vantagem em relação a seus principais adversários na corrida presidencial, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.
Na pesquisa anterior, divulgada no dia 12 de outubro pelo Datafolha, Dilma tinha 42%, contra 21% de Aécio Neves e 15% de Eduardo Campos. Ela já vencia no primeiro turno, mas por uma margem não tão confortável.

O que se sabe, neste momento, em relação ao levantamento que será divulgado hoje, é que ela cresceu, tirando votos tanto de Aécio como de Campos.

Sabe-se ainda que, nas simulações do Datafolha com outros candidatos, como Marina Silva e José Serra, o quadro não se altera. Dilma também os venceria em primeiro turno.

Ainda hoje, os números oficiais serão divulgados aqui.

Para Dilma, essa nova vantagem chega num momento importante, em que ela amarra com o PMDB as alianças regionais e os palanques em todos os estados – neste sábado, ela se reuniu com o ex-presidente Lula, com o vice Michel Temer e com o presidente do PT, Rui Falcão, para definir esses acordos.




Brasil 247

Datafolha trará boas notícias a Dilma no sábado

R.Stuckert: Vitória da Conquista - BA, 15/10/2013. Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 1.740 unidades habitacionais dos Residenciais Acácia, Ipê, Pau Brasil e Jequibitá, do Programa Minha Casa Minha Vida II. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
Pesquisa será divulgada na edição de amanhã da Folha de S. Paulo e no fim da tarde de hoje no Uol; no entanto, 247 já apurou que a presidente abriu mais cinco pontos de vantagem, tomando espaço de Aécio Neves e Eduardo Campos; pesquisa anterior, apontava 42% para ela, 21% para o tucano e 15% para o socialista; resultado sai num momento importante, de definição dos palanques e das alianças regionais; Dilma também leva no primeiro turno nas simulações com Marina Silva e José Serra
30 de Novembro de 2013 às 13:34

247 - A presidente Dilma Rousseff está prestes a receber uma ótima notícia, neste sábado. Pesquisa Datafolha, que estará amanhã na edição da Folha de S. Paulo e hoje ainda no portal Uol, revelará que ela abriu mais cinco pontos de vantagem em relação a seus principais adversários na corrida presidencial, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo Campos.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 12 de outubro pelo Datafolha, Dilma tinha 42%, contra 21% de Aécio Neves e 15% de Eduardo Campos. Ela já vencia no primeiro turno, mas por uma margem não tão confortável.

O que se sabe, neste momento, em relação ao levantamento que será divulgado hoje, é que ela cresceu, tirando votos tanto de Aécio como de Campos.

Sabe-se ainda que, nas simulações do Datafolha com outros candidatos, como Marina Silva e José Serra, o quadro não se altera. Dilma também os venceria em primeiro turno.
Ainda hoje, os números oficiais serão divulgados aqui.

Para Dilma, essa nova vantagem chega num momento importante, em que ela amarra com o PMDB as alianças regionais e os palanques em todos os estados – neste sábado, ela se reuniu com o ex-presidente Lula, com o vice Michel Temer e com o presidente do PT, Rui Falcão, para definir esses acordos.



Brasil 247

Aécio ainda não vê vínculo entre deputado e helicóptero com cocaína

Senador e presidenciável tucano diz que caso deve ser rapidamente esclarecido. Sobre escândalo do Metrô de São Paulo, diz desejar apuração 'profunda' de todas as denúncias e critica Cardozo

por Eduardo Maretti, da RBA publicado 29/11/2013 18:12, última modificação 29/11/2013 18:13
 
Christian Tragni/Folhapress
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Aécio entende que Perrella deve prestar informações para encerrar rapidamente o episódio

São Paulo – O senador Aécio Neves (PSDB), provável candidato à presidência da República em 2014, disse hoje (29) em São Paulo que ainda não vê ligação do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade-MG) com a “questão” na qual é implicado. Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), é dono do helicóptero apreendido em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, Espírito Santo, com 443 quilos de cocaína no último domingo (24). “Ele tem que explicar. Até hoje não ouvi nada que o vinculasse a essa questão. Temos que dar a ele direito de defesa, mas é preciso que seja rapidamente esclarecido”, afirmou, após almoço no Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), na Vila Clementino, zona sul da capital. 

O deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade-PR) afirmou que vai pedir ao presidente do partido, Paulinho da Força, o afastamento de Gustavo Perrella do partido.

Aécio falou também sobre as denúncias da formação de cartel e de corrupção no Metrô de São Paulo, trazidas à tona pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

O presidenciável voltou a dizer serem falsos os documentos nos quais são citados três secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que poderiam estar ligados ao esquema do lobista Arthur Teixeira: José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Segundo as denúncias, atribuídas ao ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, o senador Aloysio Nunes (PSDBSP) também seria próximo a Teixeira.

“Queremos que o ministro da Justiça simplesmente explique por que não assumiu desde o início que foi ele quem encaminhou os documentos à Polícia Federal. Por que não se explica com clareza quem é que fez a falsificação daqueles documentos”, disse Aécio. Esta semana, ele, os três secretários e Aloysio Nunes chegaram a pedir a demissão de Cardozo. “Nós, do PSDB, queremos a apuração profunda de todas as denúncias, se houver pessoas próximas ou vinculadas ao partido que tenha cometido alguma ilicitude, que responda por ela”, e ressalvou: “O que não podemos aceitar é a manipulação e a falsificação de informações”.

Ontem, o ministro da Justiça acusou a cúpula do PSDB de tentar tumultuar as investigações que envolvem vários caciques do partido com o esquema de corrupção no Metrô de São Paulo e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e disse que vai processar quem o difamar.

“Acho que há uma tentativa muito clara de evitar uma apuração imparcial e séria. Há pessoas que, por alguma razão que desconheço, estão tentando criar um tumulto, uma situação na qual quem cumpre a lei é acusado, para tirar o foco de uma investigação correta”, atacou José Eduardo Cardozo.

Ao abordar a questão, Aécio cobrou que a apuração da Polícia Federal e do Cade se estenda a outras esferas de governo, e acusou haver atuação do cartel na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), federal. “E que [o ministro] continue fazendo as investigações. Faça sobre as denúncias de cartel em São Paulo, cartel que segundo documentos da Siemens existia também em outros setores e níveis de governo, inclusive federal, na CBTU.”



Rede Brasil Atual   -   Blog da Helena

O Antigo Regime não perdoa Lula

30 de Novembro de 2013 | 09:03
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O Ministério Público Federal, através de um parecer assinado por Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, entrou com uma ação de improbidade administrativa contra Lula. A mesma ação já havia sido anulada pela Justiça, mas o MP apelou, e trabalha para que a denúncia seja aceita pela Justiça.

Tudo muito bem, só que é importante a gente lembrar alguns episódios. E jamais esquecer que o Ministério Público, que tem a nobre missão de combater a corrupção e a incompetência administrativa, também tem seus problemas.

O MP tem muitos integrantes ilibados e valentes, mas há momentos em que aqueles que cultivam rancores políticos e se associam a forças partidárias conservadoras (para não dizer mafiosas), parecem predominar. 

Serra Azul, o procurador que assina o parecer contra Lula, por exemplo, além do sobrenome de pirata, tem uma mácula em seu passado que, pelo jeito, ainda não se apagou por completo.
Ele acompanhava outro procurador José Santoro, quando este tentou pressionar Carlos Cachoeira, a entregar uma certa “fita” que poderia prejudicar José Dirceu. 

O escândalo foi parar no Jornal Nacional (que tentou, mesmo assim, aliviar a barra de Santoro, ao lhe dar todas as chances de se explicar): 




(O vídeo acima foi editado por mim para mostrar somente a parte em que Serra Azul é citado; a íntegra da matéria do Jornal Nacional está aqui).

Santoro não ocultava seus objetivos: atingir José Dirceu e “derrubar o governo do PT”.
O caso chocou parte da opinião pública, e obrigou o então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, a entrar com uma representação contra três procuradores:

O coordenador criminal do Ministério Público Federal em Brasília, Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, o procurador Mário Lúcio de Avelar, bem como o sub-procurador, José Roberto Figueiredo Santoro, que extrapolaram suas funções na investigação do caso Waldomiro, poderão sofrer desde a pena mínima de advertência até a máxima, que seria a demissão.

Os atos por eles praticados afrontam “ao princípio do Promotor Natural e improbidade administrativa na modalidade de violação do dever de lealdade para com a Instituição”, no entender de Cláudio Fonteles, procurador-geral da República, que, nesta quarta-feira (31/3), encaminhou à Corregedoria-Geral do órgão pedido de abertura de inquérito administrativo. (veja íntegra abaixo)

Segundo Fonteles, ao tomarem conhecimento, no dia 4 de fevereiro passado, das fitas gravadas da conversa entre Waldomiro Diniz e o bicheiro Carlos Cachoeira, que foram enviadas pelo senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) com um pedido de investigação, deveriam ter encaminhado o material para o primeiro grau. “Eles invadiram atribuições”, afirmou.

Na época, a senadora Ideli Salvati foi à tribuna expressar sua suspeita de que Serra Azul estaria associado a Carlos Cachoeira, porque o procurador havia “anistiado” a Gtech, da qual Cachoeira era sócio, e jogado todo o peso do MP sobre a Caixa. 

O próprio Dirceu também descobriu que Serra Azul entrara na Caixa para levar documentos, sem autorização judicial. 

Uma rápida pesquisa nos permite descobrir que Serra Azul integrava o grupo de procuradores ligados à José Serra, do qual fazia parte Santoro, Mário Lúcio de Avelar; na Polícia Federal, o serrista mais conhecido era Marcelo Itagiba. Santoro, Avelar e Itagiba estiveram à frente, por exemplo, do caso Lunus, onde Serra conseguiu a proeza de extirpar pela raíz a candidatura de Roseane Sarney.

(Digressão: assista essa denúncia do deputado estadual Marcelo Freixo, que acusa Itagiba de ser um dos nomes mais constantes na CPI da Milícia, e que a milícia no Rio de Janeiro jamais cresceu tão rápido e matou tanta gente como quando Itagiba esteve à frente da secretaria de Segurança.)

A relação entre Serra Azul e Serra vem desde os tempos em que o tucano foi ministro da Saúde e montou uma espécie de “central de inteligência e contra-inteligência” no próprio ministério.

Matéria da Folha de 31 de outubro de 2001 informava que o empresário Alexandre Paes dos Santos, 47 anos, vivia um estranho pesadelo. Após comentar com uma jornalista sobre um esquema dentro do Ministério da Saúde para forçar empresários a colaborar no caixa de campanha de José Serra (seria um dos “mensalões” de José Serra?), o procurador Serra Azul apareceu na sua vida como um anjo vingador – em defesa de Serra. De possível denunciante, Santos passou a ser investigado.

“O procurador Marcelo Antonio Ceará Serra Azul, o ministro e o assessor, segundo Santos, estariam invertendo a situação. No lugar de investigarem sua denúncia de que existiria no ministério um esquema para forçar empresários a colaborar com a caixa de campanha presidencial de Serra, ele, Santos, é que passou a ser investigado por supostamente levantar suspeitas que visam obter benefícios para seus clientes.

O esquema do ministério seria, segundo o advogado Felipe Amodeo, um crime de concussão (extorsão ou peculato cometidos por servidor público no exercício da função). A acusação contra Santos é de tentativa de extorsão.”

Essas informações servem para alertar os cidadãos a olharem o Ministério Público com o mesmo grau de desconfiança que tem contra o Legislativo e o Executivo. O jogo pesado de poder e a corrupção estão tão entranhados no Ministério Público como em qualquer outra instituição. Com um agravante: os procuradores são como príncipes. Não passam pelo filtro do voto popular e gozam de uma blindagem e imunidade que nenhum parlamentar, ministro ou mesmo presidente da república, possuem. 

Além disso, não é difícil observar, no seio do Ministério Público, a presença de uma mentalidade profundamente aristocrática, e um preconceito muito grande contra a classe política, vista como inculta, corrupta e incompetente. A figura de Lula, especialmente, por encarnar exatamente o oposto do perfil sociológico de um membro do Ministério Público, desperta um ódio irracional. 

No julgamento do mensalão, esse ódio corporativo veio à tôna com muita força. Ao apresentar oficialmente a denúncia, Roberto Gurgel, não expõe somente os supostos fatos que deveriam levar à condenação: ele faz um discurso muito mais adjetivo do que substantivo. É um discurso de ódio e ressentimento. Como figura mais importante do Ministério Público naquele momento, Gurgel representava o neocoronelismo burocrático, já denunciado por Raymondo Faoro, cuja obra, ironicamente, é citada por Gurgel no discurso, mas sob um viés totalmente deturpado; Faoro antevira o golpe de Estado de 64 ao alertar que o coronelismo renascia disfarçado na burocracia. 

O neocoronelismo burocrático, alertava Faoro, seria a maneira como as elites reagiam à democracia, sobretudo quando, após Vargas, perdem as prerrogativas de controlar (e fraudar) o processo eleitoral. Para setores da elite, a democracia implica em perda de poder. Por isso, o espírito de vingança, que perdura até hoje. 

A perseguição de Serra Azul contra Lula, enquanto FHC é deixado em paz, reflete esse espírito vingativo e aristocrático do Ministério Público. FHC mereceu ser presidente, porque estudou na Sorbonne e fala francês. Lula não. Lula tem de pagar pelo crime de ganhar as eleições e governar o Brasil. Com o julgamento do mensalão, derrubaram alguns dos melhores quadros políticos do PT. Agora é a vez do próprio Lula. 



Tijolaço

Marcos Coimbra: Barbosa passou dos limites em seu desejo de vingança

publicado em 29 de novembro de 2013 às 18:20
Quem lida com pesquisa de opinião vê o aumento de eleitores que dizem odiar algo ou tudo na política

por Marcos Coimbra, em CartaCapital, encaminhada via e-mail por Julio Cesar Macedo Amorim

A figura de Joaquim Barbosa faz mal à cultura política brasileira. Muito já se falou a respeito de como o atual presidente do Supremo conduziu o julgamento da Ação Penal 470, a que trata do “mensalão”. Salvo os antipetistas radicais, que ficaram encantados com seu comportamento e o endeusaram, a maioria dos comentaristas o criticou.

Ao longo do processo, Barbosa nunca foi julgador, mas acusador. Desde a fase inicial, parecia considerar-se imbuído da missão de condenar e castigar os envolvidos a penas “exemplares”, como se estivesse no cumprimento de um desígnio de Deus. Nunca mostrou ter a dúvida necessária à aplicação equilibrada da lei. Ao contrário, revelou-se um homem de certezas inabaláveis, o pior tipo de magistrado.

Passou dos limites em seu desejo de vingança. Legitimou evidências tênues e admitiu provas amplamente questionáveis contra os acusados, inovou em matéria jurídica para prejudicá-los, foi criativo no estabelecimento de uma processualística que inibisse a defesa, usou as prerrogativas de relator do processo para constranger seus pares, aproveitou-se dos vínculos com grande parte da mídia para acuar quem o confrontasse.

Agora, depois da prisão dos condenados, foi ao extremo de destituir o juiz responsável pela execução das penas: parece achá-lo leniente. Queria dureza.

Barbosa é exemplo de algo inaceitável na democracia: o juiz que acha suficientes suas convicções. Que justifica sua ação por pretensa superioridade moral em relação aos outros. E que, ao se comportar dessa forma, autoriza qualquer um pegar o porrete (desde que se acredite “certo”).

Sua figura é negativa, também, por um segundo motivo.

Pense em ser candidato a Presidente da República ou não, Barbosa é um autêntico expoente de algo que cresceu nos últimos anos e que pode se tornar um grave problema em nossa sociedade: o sentimento de ódio na política.

Quem lida com pesquisas de opinião, particularmente as qualitativas, vê avolumar-se o contigente de eleitores que mostram odiar alguma coisa ou tudo na política. Não a simples desaprovação ou rejeição, o desgostar de alguém ou de um partido. Mas o ódio.

É fácil constatar a difusão do fenômeno na internet, particularmente nas redes sociais. Nas postagens a respeito do cotidiano da política, por exemplo sobre a prisão dos condenados no “mensalão”, a linguagem de muitos expressa intenso rancor: vontade de matar, destruir, exterminar. E o mais extraordinário é que esses indivíduos não estranham suas emoções, acham normal a violência.

Não se espantam, pois veem sentimentos iguais na televisão, leem editorialistas e comentaristas que se orgulham da boçalidade. Os odientos na sociedade reproduzem o ódio que consomem.
Isso não fazia parte relevante de nossa cultura política até outro dia. Certamente houve, mas não foi típico o ódio contra os militares na ditadura. Havia rejeição a José Sarney, mas ninguém queria matá-lo. Fernando Collor subiu e caiu sem ser odiado (talvez, apenas no confisco da poupança). Fernando Henrique Cardoso terminou seu governo reprovado por nove entre 10 brasileiros, enfrentou oposição, mas não a cólera de hoje.

O ódio que um pedaço da oposição sente atualmente nasce de onde? Da aversão (irracional) às mudanças que nossa sociedade experimentou de Lula para cá? Do temor (racional) que Dilma Rousseff vença a eleição de 2014? Da estupidez de acreditar que nasceram agora os problemas (como a corrupção) que inexistiam (ou eram “pequenos”)? Da necessidade de macaquear os porta-vozes do conservadorismo (como acontece com qualquer modismo)?

Barbosa é um dos principais responsáveis por essa onda que só faz crescer. Consolidou-se nesse posto nada honroso ao oferecer ao País o espetáculo do avião com os condenados do “mensalão” rumo a Brasília no dia 15 de novembro. Exibiu-o apenas para alimentar o ódio de alguns.

A terceira razão é que inventou para si uma imagem nociva à democracia. O papel que encena, de justiceiro implacável e ferrabrás dos corruptos, é profundamente antipedagógico.

Em um país tão marcado pelo personalismo, Barbosa apresenta-se como “encarnação do bem”, mais um santarrão que vem de fora da política para limpá-la. Serve apenas para confirmar equívocos autoritários e deseducar a respeito da vida democrática.



Viomundo

Uma encrenca chamada Joaquim Barbosa

Há um pensamento majoritário na opinião pública leiga e um consenso no sistema judicial – incluindo desembargadores, juízes, procuradores, advogados. O pensamento majoritário leigo é de que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa é um herói. O consenso no meio jurídico é que trata-se de um desequilibrado que está desmoralizando a Justiça e, principalmente, o mais alto órgão do sistema: o STF.

No seminário de dois dias sobre “Democracia Digital e a Justiça” – promovido pelo Jornal GGN – Barbosa foi a figura dominante nos debates e nas conversas.

O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, lembrou a cena da semana passada, na qual Barbosa acusou todo o tribunal de fazer “chicana” – na linguagem jurídica, malandragem para atrasar julgamentos. A única voz que se levantou protestando foi a do calado Teori Zavascki. Os demais recuaram, com receio da baixaria – o mesmo receio que acomete um cidadão comum no bar, quando entra um bêbado ou um alucinado distribuindo desaforos.
***

Hoje em dia, há um desconforto generalizado no meio jurídico com a atuação de Barbosa.
O Código da Magistratura proíbe que juízes sejam proprietários de empresas ou mantenham endereço comercial em imóveis funcionais. O órgão incumbido de zelar por essa proibição é o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Barbosa é a única exceção de magistrado que desobedeceu a essa obrigação. Ao mesmo tempo, é o presidente do STF e do CNJ. Como se pode tolerar essa exceção?

Se algum juiz federal abrir uma representação junto ao CNJ para saber se liberou geral, qual será a resposta do órgão? E se não abriu, como tolerar a exceção?
***

Outro princípio sagrado é o do juiz natural. Um juiz não pode ser removido de uma função por discordância com suas opiniões. Barbosa pressionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal a remover o juiz da execução das penas dos condenados do “mensalão”, por não concordar com sua conduta.

A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com uma representação junto ao CNJ, não contra Barbosa – respeitando seu cargo de presidente do STF, mas contra o presidente do TJ do Distrito Federal. Se o CNJ acatar a representação, automaticamente Barbosa estará incluído. E como conviver com um presidente do STF que não respeita a própria lei?
***


No fechamento do seminário, o decano dos juristas brasileiros, Celso Antônio Bandeira de Mello, falou duramente sobre Barbosa. “Dentre todos os defeitos dos homens, o pior é ser mau. Por isso fiquei muito irritado com o presidente do STF: é homem mau, não apenas pouco equilibrado, é mau”.
Na sua opinião, a maneira como a mídia cobriu as estripulias de Barbosa colocou em xeque a própria credibilidade dos veículos. “Como acreditar em quem dizia que Joaquim era o grande paladino da justiça e, agora, constata-se que é um desequilibrado? Devemos crer em quem?”.
***


O fato é que o show midiático na cobertura da AP 470 criou o maior problema da Justiça brasileira desde a redemocratização.
Ninguém do meio, nem seus colegas, nem os Ministros que endossaram seus votos, nem a própria mídia que o incensou, têm dúvidas sobre seu desequilíbrio e falta de limites.
Mas quem ousará mostrar a nudez de um herói nacional de histórias em quadrinhos?


Blog do Luis Nassif

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Hildegard Angel: “Que Paris tenha muitos apês charmosos para acolher a todos os omissos”


“Triste ver crescer sobre nosso Céu, nossos tetos, nossa alma, nossos ambientes, nossa consciência, a mancha escura da obtusidade, do receio da livre manifestação, do silêncio, do embrutecimento coletivo. Do medo.”


Recebo diariamente comentários carregados de ódio contra José Genoíno, que me abstenho de publicar até por vergonha de seu teor, vergonha pelo desequilíbrio e o descontrole dos remetentes. A falta de discernimento, querendo atribuir a este homem combativo todos os males do país. Daí que a prisão não basta. É preciso a morte. A imolação final. A cruz.

É preciso a volta das torturas. Da ditadura. Este, o subtexto das tantas mensagens enviadas.
A que ponto essa mídia manipuladora, essa pseudo esquerda democrática, esse suposto “centrão” levaram o nosso país!

A que abismo a omissão daqueles que poderiam se posicionar, protestar e agir, está levando a nossa Nação.

A quanto estamos chegando com o silêncio dos nossos formadores de opinião influentes, nossos artistas politicamente conscientes e articulados. Os intelectuais, pensadores, jornalistas de porte.

São tão poucos os que ousam falar, se manifestar. Um, dois, três, quatro ou cinco. A pasmaceira, a imobilidade, o acomodamento prevalecem. O Brasil que pensa e raciocina está congelado, em estado de letargia.

Os com bagagem intelectual, política, de memória, conhecimento histórico e político para se manifestar se calam. Certamente envelhecidos, provavelmente acomodados, talvez acovardados, quem sabe desesperançados.

Os jovens de nada sabem. Não viveram a História recente do país. Não lhes deram a chance de saber. Lhes sonegaram o conhecimento nas escolas sobre os fatos. O patriotismo caiu em desuso. Os sonhos globalizaram. Soberania virou palavra empoeirada que se encontra no sótão – se é que ainda existe sótão -, dentro de algum baú – se é que há baú -, no interior de um papel amarelado, se houver ainda alguma folha de papel sobrevivente nessa era digital.

Os velhos sábios não falam. Se calam. Voam para Nova York, refugiam-se em Paris. Precisamos dos velhos, imploramos aos velhos. Falem, reajam!

Não é questão mais de uma posição partidária, trata-se de uma postura de Soberania brasileira, de Pátria, de Estado de Direito.

Triste ver crescer sobre nosso Céu, nossos tetos, nossa alma, nossos ambientes, nossa consciência, a mancha escura da obtusidade, do receio da livre manifestação, do silêncio, do embrutecimento coletivo. Do medo.

Quando eu me vejo, aqui, escolhendo palavras para não resvalar num erro, num equívoco, num excesso que me possa custar a liberdade ou que me valha antipatias graves, retaliações, sinto a gravidade do momento que estamos vivendo.

Quando uma única cidadã de bem não respira a liberdade, a Pátria não está mais livre.
Quem permitiu, por omissão, inoperância, ambições e conveniências políticas que o Brasil caminhasse para trás, chegando a tal retrocesso de consciência, a ponto de apagar os méritos de sua própria História e ao extremo de aclamar a vilania de seus opressores, ainda vai se arrepender demais. Pagará alto preço por isso. Estamos entrando num caminho sem volta. E que Paris tenha muitos apartamentos charmosos para acolher a todos os valorosos omissos.

Perdoai-os, Senhor, por sua omissão!



Blog do Zé Dirceu

Aécio Neves defende Demóstenes no Senado Federal





Conversa Afiada

Cenas censuradas pela Globo: "Cocaína em helicóptero de deputado e senador, não tem dono"?

sexta-feira, 29 de novembro de 2013




Sob intensas críticas nos blogs, nas redes sociais e com a manifestação do "Farinhaço na Assembléia", a TV Globo finalmente desenterrou a notícia da apreensão do helicóptero dos Perrella com meia tonelada de pasta base de cocaína, e falou sobre alguns detalhes que todo mundo que acessa a internet já sabia.

O Jornal Nacional mostrou até o "Farinhaço", onde manifestantes espalharam farinha na porta da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, simulando carreiras de cocaína e levaram helicópteros de brinquedo, em protesto contra o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) e seu pai, o senador Zezé Perrella (PDT-MG), amigos e aliados do Senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Um dos alvos do "Farinhaço" era justamente a blindagem da mídia, pois a apreensão do helicóptero demorou três dias para ser noticiada no Jornal Nacional, enquanto todos os outros noticiários mais sérios, mas de menor audiência, noticiaram logo no primeiro dia. 

Mas a Globo não falou que os manifestantes exigiam apuração de quem era a cocaína encontrada no helicóptero. Exigiam apuração de escândalos anteriores envolvendo os Perrella. Também queriam a punição do deputado pela contratação do piloto para emprego supostamente fantasma na Assembléia e, caso o combustível do helicóptero pago com dinheiro público tenha sido usado para fins privados ou ilícitos, que também haja responsabilização.

Também causa estranheza o esforço da emissora em aliviar os Perrella de qualquer comprometimento, enquanto não faz o jornalismo investigativo básico de procurar saber quem era o dono da droga. A Polícia Federal, apesar de não fazer ilações irresppnsáveis, nem aplicar a presunção de culpa a ninguém, como é o correto a fazer, não descartou nenhuma linha de investigação, ao contrário do que disse a Globo.

O vídeo acima, divulgado no Youtube mostra melhor o espírito da manifestação "Farinhaço na Assembleía", com cenas e falas relevantes que a edição do Jornal Nacional censurou. 



Rede Brasil Atual   -   Blog da Helena

PT defende Cardozo e aponta "gavetas vazias"

Edição247-Antonio Cruz-ABr / Divulgação:
Página do Partido dos Trabalhadores no Facebook, que usa a imagem da presidente Dilma Rousseff, defende a conduta do ministro José Eduardo Cardozo na polêmica do chamado propinoduto dos trens. "Com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto "Gavetas vazias", que também critica os anos FHC, quando o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República"
29 de Novembro de 2013 às 08:57

247 -  O Partido dos Trabalhadores saiu em defesa do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na polêmica do chamado propinoduto tucano, em São Paulo, com o editorial "Gavetas Vazias" distribuído pelo Facebook. "O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas.  A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!", diz o texto.
O mesmo editorial condena ainda os anos FHC, em que o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, era chamado de "engavetador-geral da República".

(Correção: a página https://www.facebook.com/SiteDilmaRousseff é administrada pelo Partido dos Trabalhadores. O Facebook da presidente Dilma Rousseff é https://www.facebook.com/PalacioDoPlanalto)

Leia abaixo o editorial do PT sobre a polêmica dos trens:

GAVETAS VAZIAS

No Brasil, entre os anos de 1995 e 2002, o tucano Fernando Henrique Cardoso lançou uma poderosa sombra sobre a verdade pública, tanto e de tal forma, que o operador dessa lamentável ação de governo tinha o oportuno apelido de “Engavetador Geral da República”. Tratava-se, lamentavelmente, de uma referência a Geraldo Brindeiro, procurador-geral nomeado e renomeado por FHC ao longo desse período para agir como se num mundo bizarro vivesse. 

Responsável pela fiscalização da aplicação das leis e por zelar pelos interesses dos cidadãos, Brindeiro dedicava-se ao triste mister de esconder as muitas denúncias surgidas contra o consórcio neoliberal que governava – e quase faliu – o País de então.

Não por outra razão, foi preciso que, a partir do primeiro governo do PT, em 2003, fosse injetado no Ministério Público Federal largas doses de republicanismo a fim de reverter a imagem degenerada herdada das gestões tucanas anteriores. 

Feito isso, o Brasil passou a conviver com a dinâmica das investigações, a transparências dos atos, a independência das instituições em relação ao governo central. O Ministério Público passou a ter relevância e a Polícia Federal, antes uma milícia paroquial partidária, passou a ter protagonismo como polícia judiciária que é.

Ou seja, houve um tempo que o maior escândalo de corrupção do Brasil não era a corrupção em si, mas o sistema oficial que fora montado para escondê-la. Foi assim com as compras de votos para a reeleição de FHC, em 1998. Foi assim com a privataria que vendeu incontáveis bens da União e do povo brasileiro a preço de banana.

Somente em um País onde a mídia acostumou-se a atuar à margem da realidade se pode, portanto, conceber o tratamento inverso e disfuncional que o noticiário tem dado aos atos e declarações do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no que diz respeito ao caso do “Trensalão Tucano”, em São Paulo.

O PSDB, simplesmente, pretende transformar em escândalo o fato de o ministro da Justiça ter enviado à Polícia Federal uma carta entregue a ele pelo deputado estadual Simão Pedro (PT), em maio passado. A carta contém denúncias de envolvimento de tucanos com o esquema de cartel no metrô de São Paulo, em diversas administrações tucanas. 

A partir daí, com a ajuda de certa mídia que lhe presta serviços diários, o PSDB tentou estabelecer uma discussão bizantina sobre a competência de o ministro da Justiça cumprir a lei!

A primeira manifestação do ministro sobre o caso foi mortal para a alma tucana: “A época de engavetador-geral acabou”.

Hoje, em coletiva à imprensa, arrematou: “É curioso. Aquele que pede investigação, na lógica deles (dos tucanos), tem que se defender. É a investigação do mensageiro independentemente da mensagem. O ministro da Justiça é mensageiro da ocorrência de eventuais crimes. É um vil pretexto para criar uma cortina de fumaça”.

O Brasil precisa saber como funcionou o propinoduto de duas décadas de governos do PSDB em São Paulo. 

Eles podem contar como essa triste mídia que, em tempos recentes, tentou transformar uma bolinha de papel em ataque terrorista.

O resultado vai ser o mesmo: um vexame histórico.
 
 
 
Brasil 247