Enviado por Gão
do Portal Terra
Condenado a 12 anos e sete meses de prisão, ex-diretor do Banco do Brasil fugiu para a Itália
'Descobrimos verdadeiras aberrações no processo, erros no julgamento. O dossiê tem capacidade de quebrar o supremo', disse Teixeira Foto: Mauro Pimentel / Terra
No último ano, conta Alexandre Teixeira, parte do grupo de amigos que se empenha em criar um dossiê resumindo o que veem como erros do processo e do posterior julgamento, tudo o que Pizzolato fazia era ir à missa e compartilhar o material que o grupo postava no site www.megacidadania.com.br, criado em setembro de 2012 especialmente para divulgar o material.
Teixeira diz que se empenha com outros amigos de Pizzolato para
sistematizar e deixar em um tamanho razoável as cerca de 2 mil páginas
que selecionaram do processo original, capazes, segundo ele, de provar a
inocência do ex-diretor e mesmo desmontar o processo do mensalão.
“Descobrimos verdadeiras aberrações no processo, erros no julgamento. O
dossiê tem capacidade de quebrar o supremo”, afirma Teixeira.
Ex-funcionário do BB e ex-dirigente sindical , ele trabalha no dossiê
ao lado do jornalista e blogueiro Miguel do Rosário e de outros amigos
de Pizzolato, que se reuniam com frequência em sua casa, em Copacabana.
Foi de lá que organizaram o Ato pela Anulação do Mensalão, que levou
cerca de 1 mil pessoas a sede da Associação Brasileira de Imprensa em
janeiro. A partida para a Itália, diz Teixeira, foi uma decisão pessoal
de Pizzolato, confirmada apenas a amigos próximos e tomada quando viu
que não haveria mais como provar sua inocência no Brasil. “Ninguém
falava em fuga. Quando caíram os embargos que caiu a ficha dele”,
conta.
Mais do que o próprio Pizzolato, quem mais lutou para que a sentença
fosse revertida foi a sua mulher, a arquiteta Andréa Eunice Haas.
Teixeira diz que ela era a que mais tinha esperança de que a Justiça
funcionasse. “Se tem uma pessoa que conhece vírgula por vírgula do
processo é a Andrea. Sabe o que cada ministro falou do julgamento de
cada réu. Ela dizia, “no recurso vão rever, é impossível que não
revejam."
Ele confirma que Pizzolato foi de carro até o Paraguai, percorrendo a
pé os cerca de 10 quilômetros que o separavam da fronteira para evitar
prejudicar os amigos que o ajudaram, e, acrescenta, não foi usada
documentação falsa. “Ele é cidadão italiano, como cidadão italiano tem
direito a uma identidade italiana. O tribunal pediu apenas o passaporte,
ele entrou com a identidade.”
A estratégia de Pizzolato, que já está na lista de foragidos da
Interpol e viajou com uma versão macro do dossiê para a Itália, é
esperar a movimentação da Justiça Brasileira para pedir que o processo
seja julgado novamente na Europa. “Todo o mensalão está alicerçado na
figura do Pizzolato. Na medida que se afirma que ele não desviou R$ 70
milhões de próprio punho, que não foi ele que assinou, que não houve
desvio, como fica a lógica do mensalão?”, indigna-se Teixeira.
Segundo ele, que espera que a versão completa do dossiê esteja pronta
para divulgação em duas semanas, o amigo guarda um ressentimento do
Brasil e das instituições, entre elas o PT,
que espera que o defendessem. “Ninguém se posicionou para dar uma
opinião definitiva sobre os documentos, os documentos provam que ele não
desviou nada. Nós só queremos que a Justiça seja feita.”
Blog do Luis Nassif
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