Depois de um período muito turbulento, sendo alvo
de ataques à política econômica do país, vindo não só de adversários,
mas também do fogo amigo, a presidente chamou para si a relação mais
próxima com os empresários e viu seu plano de concessões dar certo, com o
leilão dos aeroportos sendo muito disputado e, principalmente,
lucrativo; nesta quarta, é a vez de uma estrada no Mato Grosso
estratégica para o escoamento da safra, que atrai sete grandes grupos;
além disso, ela conseguiu do Congresso a retirada da pauta de temas
espinhosos às contas públicas; é por isso que Dilma era só sorrisos no
encontro com jovens no dia de ontem
Valter Lima 247 - A presidente Dilma Rousseff
(PT) foi recebida, aos gritos e aplausos, por estudantes que
participavam, nesta terça-feira (26) da IV Conferência Nacional
Infantojuvenil pelo Meio Ambiente, no Palácio do Planalto. Ela sorriu.
Após discursar, Dilma foi para perto dos adolescentes e posou para
muitas fotos ao lado deles. Demonstrava alegria. E não era para menos:
depois de um período muito turbulento, sendo alvo de ataques à política
econômica do país, vindo não só de adversários, mas também do fogo
amigo, chamado por ela, em entrevista exclusiva ao 247 de fogo inimigo
(leia aqui),
a presidente chamou para si a relação mais próxima com os empresários e
viu seu plano de concessões dar certo, com o leilão dos aeroportos
sendo muito disputado e, principalmente, lucrativo. Não resta dúvida de
que Dilma, mais uma vez, surpreendeu.
A mídia conservadora, sempre tão pessimista, teve que refazer seus
cálculos e reconsiderar o que disse antes. Nesta terça, o colunista
Raymundo Costa, do Valor Econômico, por exemplo, reconheceu que os bons
resultados do leilão dos aeroportos e a lista extensa de interessados no
leilão da BR 163, em Mato Grosso, "ajudaram a desanuviar um horizonte carregado".
Da mesma forma, a colunista Vera Magalhães, do Painel desta terça, no
jornal Folha de S.Paulo, disse que Dilma decidiu retirar o Conselhão,
instância de diálogo entre o governo e o empresariado, das atribuições
da Secretaria de Assuntos Estratégicos e passá-lo para a Casa Civil.
"Dilma resolveu fazer a mudança para sinalizar ao empresariado que está
atenta às críticas", pontuou a jornalista.
Desde que viu sua popularidade tombar diante dos protestos de junho,
Dilma, entre todos os políticos, foi quem mais atuou para responder à
insatisfação das ruas. Antecipou programas, refez projetos, propôs um
modelo original de reforma política e trabalhou para segurar seu
principal trunfo na economia: o pleno emprego. No campo econômico, ela
também tem buscado um denominador comum com a Petrobras para evitar que o
reajuste do preço do combustível interfira na inflação, só para citar
uma ação.
A crítica à política econômica, tema preferencial dos presidenciáveis
da oposição, pode até não se tornar sem sentido até o pleito eleitoral
do próximo ano, mas, com certeza, terá, pelo que se vê atualmente, cada
vez menos importância na decisão do eleitorado brasileiro. Atuando
pessoalmente para espantar as nuvens carregadas da "tempestade
perfeita", Dilma já conseguiu do Congresso a garantia de que temas
espinhosos para as contas públicas não entrarão na pauta nem neste ano
nem em 2014. De mesmo modo, aproximando-se do setor produtivo, atua para
espantar o desânimo e a insatisfação com o seu governo por parte do
empresariado. Nesta quarta, em artigo publicado na Folha, Delfim Neto
reconhece que Dilma "quebrou o gelo com o empresariado".
Nesta quarta, ela deve ter mais um motivo para sorrir, com o esperado sucesso no leilão de concessão da BR-163, no Mato Grosso.
Brasil 247
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