Como um partido político deve se comportar diante
do que já se reconhece como prisões ilegais e humilhantes de três de
suas figuras históricas?; é o que a direção do PT vai responder hoje,
durante reunião do Diretório Nacional; será a primeira do reeleito
presidente Rui Falcão; vitorioso na semana passada com 70% dos votos
diretos dos militantes, ele vai mediar o tamanho da solidariedade que o
partido emprestará aos seus ex-presidentes José Dirceu e José Genoíno, e
ao ex-tesoureiro Delúbio Soares; desagravo deve incluir crítica forte a
presidente do STF, Joaquim Barbosa, que transformou regimes semiabertos
em prisões fechadas; mas haverá cobrança sobre Lula e a presidente
Dilma?; partido pode ir às ruas mostrar indignação?
247 – O tamanho da solidariedade do PT a seus
ex-presidentes José Dirceu e José Genoíno e ao ex-tesoureiro Delúbio
Soares vai ser dada nesta segunda-feira 18, ao longo do dia, na reunião
do Diretório Nacional do partido. Será a primeira sob o comando do
reeleito presidente Rui Falcão, que obteve 70% dos votos dos cerca de
400 mil militantes que participaram da eleição direta.
A transformação, na prática, do regime de prisão semiaberto para
fechado aos dirigentes históricos do PT deve provocar uma reação forte
na cúpula do partido. No desagravo aguardado pelos observadores, o
Diretório Nacional não deve poupar ataques ao presidente do STF, Joaquim
Barbosa, cujos termos da decretação das prisões levaram ao que a
Comissão de Direitos Humanos da OAB chamou de "espetacularização" das
prisões, que teriam virado "linchamentos".
O tom a ser adotado pelo PT na solidariedade a Dirceu, Genoíno e
Delúbio pode ser inversamente proporcional ao assumido, até agora, pelo
ex-presidente Lula e pela presidente Dilma Rousseff. Ambos têm se
resguardado de comentar os fatos em torno das prisões, também
consideradas "ilegais e arbitrárias" pela entidade dos advogados.
Lula alega que só falará ao final do julgamento. Dilma, nem isso. A
ordem no Palácio do Planalto é silêncio absoluto sobre o assunto. Nem
mesmo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se pronunciou a
respeito.
Mesmo com a força de sua recente reeleição pelo voto direto, é
difícil acreditar que Falcão ceda as emoções do momento e leve o PT a
criticar a postura do governo como um todo frente ao episódio. Quanto
mais dos personagens Lula e Dilma. Mesmo assim, a militância recém
reunida nas eleições internas não poderá ficar sem uma resposta à
altura. Não se sabe, porém, se ideias da ala esquerda do partido de
convocação de manifestações públicas de solidariedade aos ex-dirigentes
presos irão prosperar na reunião do comando petista.
Brasil 247
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