sábado, 30 de novembro de 2013
Seminário mostra avaliação dos meios jurídicos sobre ação do presidente do STF
A Equipe do blog do ex-ministro José Dirceu convida os leitores desse diário dele a lerem o texto “Uma encrenca chamada Joaquim Barbosa”, publicado na manhã de hoje pelo jornalista Luis Nassif em seu site.
Nassif expõe as conclusões de especialistas que participaram do seminário “Democracia Digital e a Justiça” promovido pelo Jornal GGN esta semana sobre como a opinião pública analisa o desfecho dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à Ação Penal 470 (AP 470) com as primeiras prisões no dia 15 pp. dos arrolados no processo e sobr o próprio presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa.
“Há um pensamento majoritário na opinião pública leiga e um consenso no sistema judicial – incluindo desembargadores, juízes, procuradores, advogados”, registra Nassif acentuando que para a opinião pública o presidente do STF é um herói, enquanto os especialistas em geral manifestam cada vez maior perplexidade com a ação do dirigente da Suprema Corte. Leiam, aqui, a íntegra da análise postada pelo Luís Nassif em seu blog.
Blog do Zé Dirceu
Dinheiro de propina de Trens abasteceu campanha do PSDB
sábado, 30 de novembro de 2013
A Focco Tecnologia, empresa de ex-diretores da Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos (CPTM) suspeitos de envolvimento com o cartel
metroferroviário em São Paulo, foi a segunda maior doadora da campanha do vereador tucano Mário Covas Neto, o Zuzinha, em 2012.
A consultoria também deu dinheiro, em menores quantidades, a outros
políticos do PSDB na campanha de 2010, que hoje estão no primeiro
escalão do governo Geraldo Alckmin (PSDB): o secretário estadual de Meio
Ambiente e deputado estadual licenciado Bruno Covas e o secretário
estadual de Energia e deputado federal licenciado, José Aníbal.
Sócios da empresa, os ex-diretores da CPTM João Roberto Zaniboni e
Ademir Venâncio de Araújo foram indiciados pela Polícia Federal sob
suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro, formação de cartel e crime financeiro. Zaniboni foi condenado pela Justiça da Suíça por lavagem de dinheiro.
A Focco já recebeu R$ 32,9 milhões do governo paulista entre 2010 e 2013 por serviços de consultoria. Ela
assinou contratos para "supervisão de projetos" com CPTM, Metrô,
Agência Reguladora de Transportes do Estado (Artesp), Secretaria de
Transportes Metropolitanos e Empresa Metropolitana de Transportes
Urbanos (EMTU).
A PF aponta Zaniboni e Araújo como "intermediários no pagamento de
propinas" para beneficiar cartel no sistema metroferroviário suspeito de
atuar nos governos tucanos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José
Serra.
Zuzinha e Bruno Covas são, respectivamente, filho e neto do
ex-governador Mário Covas. Este era o governador em 1998, ano em que a
multinacional alemã Siemens sustenta ter começado a operar o cartel no
setor metroferroviário do Estado. Covas morreu em 2001, foi sucedido
pelo então vice, Alckmin, atual governador, que terminou o seu mandato.
A Focco doou R$ 50 mil para Zuzinha em 2012, ano da primeira campanha do
filho de Covas. Era a segunda maior doadora do total de R$ 904,7 mil
que o vereador declarou ter recebido. Ele ficou em oitavo lugar nas
eleições, com 61 mil votos, e assim conquistou uma das 55 cadeiras do
Legislativo municipal.
Em 2010, a consultoria de Zaniboni e Araújo já havia doado para as
campanhas do sobrinho de Zuzinha, Bruno Covas, e de José Aníbal. Bruno
acabaria se tornando o deputado estadual mais votado, com 239.150 votos.
Ele contou com uma doação de R$ 2 mil, e Aníbal com uma de R$ 4 mil.
O atual secretário de Energia do Estado ainda recebeu uma doação de R$ 2
mil do consultor Arthur Teixeira, apontado pelo Ministério Público como
lobista do cartel. Aníbal foi eleito como o 19.º deputado federal mais
bem votado, com 170.957 votos.
Desligamento. Zaniboni e Araújo, sócios da Focco, foram os primeiros
agentes públicos a serem indiciados pela Polícia Federal no inquérito
que investiga o cartel dos trens - há outros indiciamentos envolvendo o
cartel, mas no setor de energia.
Zaniboni foi diretor de Operações e Manutenção da CPTM entre 1999 e
2003, e Araújo foi diretor de Obras e Engenharia da estatal entre 1999 e
2001. Zaniboni se tornou sócio da Focco em 2008, quando já estava fora
da estatal do governo tucano. Após ter seu nome envolvido com o
escândalo do cartel, em agosto deste ano, ele deixou a sociedade com
Araújo.As informações são do jornal O Estado de São Paulo
Rede Brasil Atual - Blog da Helena
Kotscho critica medievalismo do STF
30 de Dezembro de 2013 | 14:39 Autor: Miguel do Rosário
(Tradução: Confie em mim – o júri gosta de você).
Esse post do Kotscho, publicado há pouco em seu blog, reflete uma coisa que eu também penso. O julgamento do mensalão foi tão grotescamente midiatizado, que os ministros aplicaram penas igualmente grotescas a personagens menores, que nada tinham a ver com as escaramuças pelo poder travadas pelas diferentes forças políticas.
Os petistas presos podem ser inocentes dos crimes de que são
acusados, mas ao menos eram protagonistas da luta política entre PT, de
um lado, e oposição e mídia, de outro. Alguns réus, nem isso. Simone
Vasconcelos, por exemplo, era secretária de Marcos Valério, e foi
condenada a 12 anos por participar de uma “quadrilha” cujo maior
objetivo era comprar o voto de deputados para que aprovassem a… reforma
da previdência!
Enquanto isso, Pimenta Neves, réu confesso no assassinato de sua
namorada, ficou mais de dez anos livre; foi preso e agora está livre
novamente.
Enquanto isso, Arruda, personagem central no escândalo conhecido como
“mensalão do DEM”, está livre, leve e solto e pensa em se candidatar
outra vez.
Enquanto isso, Simone, avó, tenta aproveitar ao máximo o banho de sol na prisão.
*Toda a tristeza do mundo na foto da avó na prisão
Simone Vasconcelos é a primeira à direita na foto.
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho.
De tudo que li, vi e ouvi nas duas ultimas semanas sobre os
prisioneiros do mensalão no Presídio da Papuda, nada me tocou mais do
que a foto de Dida Sampaio, do Estadão, publicada na quarta-feira,
mostrando toda a tristeza do mundo estampada no rosto de uma senhora de
óculos escuros, que caminhava com uma garrafa de água na mão, no pátio
da cadeia.
O nome dela é Simone Vasconcelos e dela pouco se sabe, além do fato
de ser casada, ter dois filhos e um neto, ex-funcionária da SMPB de
Marcos Valério, encarregada de entregar envelopes com dinheiro a
políticos em Brasília, e por isso condenada a 12 anos, 7 meses e 20 dias
de prisão, pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e
evasão de divisas. Trata-se de uma pena maior do que a dos políticos
condenados no processo.
Ao fazer a sustentação oral no STF, no dia 7 de agosto do ano
passado, o defensor de Simone Vasconcelos, Leonardo Yarochewsky, afirmou
que a ré era “simples empregada, e o dinheiro não lhe pertencia”. Para o
advogado, “isso remonta à idade medieval, em que o indivíduo era punido
pelo Código de Hamurabi. O que mais se faz nesse processo é culpar
pessoas pelo cargo que ocupavam, ou porque ocupavam cargo em determinado
banco, ou em determinado partido, ou em determinada agência de
publicidade”.
Yarochewsky argumentou que Simone não conhecia nem sabia quem eram os
parlamentares que recebiam dinheiro. “O que o patrão faz com o dinheiro
não cabe ao funcionário questionar”.
Até ontem, Simone estava presa, junto com Katia Rabello,
ex-presidente do Banco Rural, condenada a 14 anos e 5 meses de prisão,
numa cela do 19º Batalhão da Polícia Militar, instalado dentro do
Complexo Penitenciário da Papuda, onde Dida Sampaio fez a fotografia que
me chamou a atenção, no período de duas horas a que elas tinham direito
a tomar sol. A cela tem beliches, um cano de água fria que serve de
chuveiro e uma privada sem assento.
Por ordem da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, anunciada
nesta quinta-feira, as duas agora serão levadas para a Penitenciária
Feminina da Colmeia, embora seus advogados tenham pedido transferência
para Belo Horizonte, onde moram suas famílias. Simone quer trabalhar
para reduzir sua pena e poder sair do regime fechado antes de completar
60 anos.
No meu tempo, nem faz tanto tempo, dizia-se que uma fotografia vale
por mil palavras e, como já escrevi mais de 400, vou parando por aqui,
deixando apenas uma pergunta no ar: que perigo estas duas mulheres podem
representar para a sociedade, a ponto de serem condenadas a penas de
prisão tão longas, em regime fechado, enquanto homicidas e estupradores
andam à solta por aí e mais de 800 políticos aguardam julgamento no
Supremo Tribunal Federal?
Com a palavra, os nobres ministros do STF.
*
PS Tijolaço: Eu conheço um pouco da história da
outra mulher da foto, Katia Rabello. Era bailarina, não entendia nada de
mercado financeiro. Os acertos com Marcos Valério foram feitos por sua
irmã. Quando esta faleceu, Katia voltou de Londres para assumir o banco.
Foi muito mal assessorada por Marcio Thomas Bastos, que ganhou R$ 10
milhões em honorários e entregou sua cliente às feras.
Tijolaço
Dono do helicóptero do pó ganhou 3 contratos sem licitação de Aécio Neves
30 de Dezembro de 2013 | 17:34 Autor: Miguel do Rosário
Escrevo há uns quinze anos sobre política, de maneira quase
ininterrupta, e tendo ideais progressistas, sempre fui crítico à grande
imprensa brasileira. No entanto, nunca me deparei com um grau de
degradação tão avassalador como vejo nos últimos dias. O Globo insiste
nos “privilégios” dos presos petistas, sem refletir que, ao fazer esse
tipo de campanha, contradiz a si mesmo. Afinal, que raio de privilégio é
esse em ser achincalhado diariamente nos jornais, mesmo após estar
preso injustamente?
Através do Globo, agora já sabemos os negócios de todos os familiares dos proprietários do hotel que empregará José Dirceu.
Enquanto isso, a imprensa trata com inexplicável discrição aquele
que pode ser o maior escândalo das últimas décadas, rivalizando até
mesmo com o trensalão paulista.
O Ministério Público de Minas Gerais vai propor, nos próximos dias,
uma Ação Civil Pública, para investigar repasses do governo do estado,
na gestão de Aécio Neves, para a empresa Limeira Agropecuária e
Participações Ltda, proprietária do helicóptero apreendido com meia
tonelada de pó. Os repasses aconteceram em 2009, 2010 e 2011.
Achei reportagens
do ano passado com informações sobre suspeitas do Ministério Público
contra a Limeira, empresa dos Perrela. O MP apurava possível contratação
irregular, sem licitação, pelo governo do estado, além de
superfaturamento. A compra da fazenda Guará (a mesma onde o helicóptero
foi apreendido), avaliada em R$ 60 milhões, também estava sob a mira dos
procuradores, visto que o bem havia sido ocultado pelo senador Zezé
Perrela.
Hoje há uma matéria no Globo sobre o tema, mencionando as suspeitas
do Ministério Público, mas sem chamada na primeira página e sem qualquer
citação ao partido do governo do estado, e às relações quase íntimas
entre os Perrela e o provável candidato do PSDB à presidência da
república, Aécio Neves. A reportagem informa que o senador Zezé Perrela
(PDT-MG) também pagou com sua verba de gabinete o combustível usado no
famoso helicóptero. Zezé e Gustavo, pai e filho, estão cada vez mais
enredados no caso.
O assunto não é interessante? Um possível presidente da república ser
tão próximo de políticos suspeitos de serem grandes traficantes de
cocaína não é do interesse da nossa imprensa “livre”, “independente”,
“profissional”? Será que mais uma vez, os blogueiros terão que assumir a
dianteira dessa investigação, com grande risco pessoal?
Tijolaço
Escândalo! Secom entrega tudo a agências tucanas!
30 de Dezembro de 2013 | 18:26 Autor: Miguel do Rosário
Dando uma fuçada no Brasil 247, me deparo com a seguinte nota:
Propaganda reforçada
Desgastado pelas manifestações e pela investigação do cartel dos
transportes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) lança na próxima
semana uma campanha em rádio e TV. As propagandas, preparadas pelas
agências Propeg, Lua Branca e Nova SB, mostrarão as
obras do governo, principalmente em transporte e saúde. Pesquisa
concluída na semana passada indica que a aprovação de Alckmin, que havia
caído para 35%, chegou a 42%. O objetivo é atingir 50% até a campanha à
reeleição. Para isso, a verba de publicidade, que era de R$ 100
milhões, dobrou.
Então me lembrei de uma reportagem
que fiz lá pro Cafezinho, compilando os números da Secom. Repare nas
agências contempladas pela Secom (confira a participação da Propeg e
Nova, as mesmas que operam com o governo Alckmin).
No twitter, alguém me avisa que a Propeg é sócia
do ex-senador Tasso Jereissati, um dos tucanos mais influentes do
partido. Seu irmão, Carlos Jereissati é um dos homens mais ricos do país
e herdeiro das privatizações: era dono da OI.
A Nova pertence à João Roberto Vieira da Costa, ex-diretor da Secom
no último governo FHC. A Lua Branca, por sua vez, foi criado pelo
jornalista Luiz Gonzalez. Tanto a Nova quanto a Lua Branca são
“tradicionalmente associadas ao tucanato”, segundo uma reportagem da Folha. Gonzalez fez a campanha de Alckmin em 2006.
Politicamente, há sentido em Alckmin entregar recursos de publicidade
de seu estado a agências pertencentes a seus companheiros tucanos, mas
ver a Secom dar suas contas para as mesmas empresas é de dar engulhos no
estômago! Nem aí teremos pluralidade?
Então ficamos assim. A Secom entrega seus recursos à agências de
publicidade pertencentes à tucanos milionários, que por sua vez repassam
a verba para grandes empresas de mídia (também ligadas ao tucanato),
como a Globo. Tá tudo dominado!
Enquanto em toda a América Latina, vemos os governos progressistas
fazerem reformas modernas em seus sistema de comunicação, e até mesmo os
EUA assiste
a um canal mais à esquerda, a MSNBC, ultrapassar a CNN em audiência e
encostar na direitista Fox, o governo brasileiro trabalha para
enriquecer cada vez mais os barões da mídia, além de fortalecer o
sistema de agências de publicidade “tradicionalmente ligadas ao
tucanato”.
Por que isso, Dilma?
Tijolaço
Dilma joga como artilheira e Lula segue sendo o “Pelé”
Presidente fez cinco gols sobre os adversários, a
medir pelos cinco pontos percentuais de crescimento dela sobre Aécio
Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) na pesquisa Datafolha divulgada
neste sábado 30 em relação a de outubro; no "banco de reservas",
ex-presidente despontou acima de todos com um mínimo de 52% e um pico de
56% de intenções de votos; ambos venceriam eleição de 2014 em primeiro
turno; resultados mantêm time petista em paz e empurram para a oposição o
dilema de como se sintonizar com o povo
30 de Novembro de 2013 às 19:55
247 – A presidente Dilma Rousseff marcou cinco
gols na pesquisa Datafolha entre os levantamentos de outubro e novembro,
mas o ex-presidente Lula continua se mostrando o "Pelé no banco de
reservas", como definiu o ministro Gilberto Carvalho.
Enquanto Dilma avançou, no cenário que inclui o tucano Aécio Neves e o
socialista Eduardo Campos como adversários, de 42% para 47% das
intenções de voto, Lula obteve, no mesmo cenário, 56% de menções ao seu
próprio nome, tirando três pontos percentuais de cada um dos dois
presidenciáveis do PSDB e do PSB.
Ambos, Dilma e Lula, venceriam em primeiro turno, mas só um deles poderá concorrer pelo PT.
A preferência é toda da presidente Dilma, que conta com reiteradas
declarações de Lula de que ela é a sua candidata à reeleição. Dentro do
PT, essa é a lógica que vigora. Considerar publicamente o ex-presidente
como postulante ao cargo é tomar parte no chamado "fogo amigo" contra
Dilma. Assim como é impensável, neste momento, que os partidários da
reeleição da presidente cogitem dar a vez ao ex na disputa de 2014.
Mesmo assim, nas últimas semanas voltou a constar das conversas de
personagens graduados da cena política, empresários pesos-pesados e
representantes do grande capital o cálculo de que, a depender das
condições da economia no próximo ano, Dilma e Lula troquem de papéis.
BOLA DIVIDIDA - Como estrelas máximas do time
petista, nenhum dos dois principais interessados no assunto vai entrar
nessa bola dividida. Para que o jogo do qual eles participam continue a
ocorrer sob a égide da boa camaradagem e da sintonia fina, a pesquisa
Datafolha chegou num ótimo momento – e com resultados que contribuem
para aplacar arroubos de impertinência ao acordo estabelecido entre a
artilheira que está em campo e o camisa 10 no banco de reservas.
Isso porque os números apurados são ótimos para ambos. Dilma cresceu
sobre seus adversários, aumentando a margem de vitória em primeiro
turno. Lula manteve a posição de principal liderança popular do País,
com larga distância sobre os adversários dos outros partidos.
À medida em que trouxe uma positiva oscilação de cinco pontos
percentuais para Dilma, o levantamento deu a Lula nunca menos de 52% de
intenções de voto, no caso de disputar contra Marina Silva (PSB) e José
Serra (PSDB).
Assim como abriu frente sobre os adversários, Dilma aproximou-se mais
das intenções de voto dadas ao ex-presidente, redobrando a confiança no
PT de que, com ela ou com Lula, o projeto político do partido estará
garantido.
Jogando para a oposição o dilema de perseguir e alcançar os dois
maiores quadros políticos do PT, os resultados do Datafolha também
servem para afastar qualquer sombra de divergência, neste momento, entre
a presidente e seu antecessor. Não surgiu, afinal, nenhum motivo
eleitoral para que se queira mexer no time que está ganhando. A partida,
no entanto, só termina no final do primeiro semestre do próximo ano,
quando a lei obriga a definição oficial dos candidatos de cada partido.
São a economia e suas surpresas os elementos que podem voltar a
agitar a torcida. Até aqui, o PT com Dilma no gramado e Lula como seu
double está mesmo jogando por música, como se diz na gíria do futebol.
Brasil 247
Os fracos e o Fortes
Condenado no Piauí, o ex-senador é beneficiado pelo curso “normal” dos processos no STF
José Cruz/ABr
Em tramitação no Supremo Tribunal Federal, uma ação
popular contra o ex-senador Heráclito Fortes, condenado pelo Tribunal de
Justiça do Piauí a devolver aos cofres públicos gastos feitos com
promoção pessoal quando prefeito de Teresina (1989/1993), comprova que
nem todos são iguais perante a lei. Alguns são mais iguais, como é
sabido.
Fortes é um desses. Foi da Arena, partido de sustentação da ditadura,
passou pelo PP e PMDB. Foi estrela do DEM e atualmente abriga-se sob as
asas abertas do PSB de Eduardo Campos e, provisoriamente, de Marina
Silva, após a tentativa frustrada de se reeleger ao Senado em 2010.
Antes, em 2006, foi um dos coordenadores da campanha malsucedida do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Notabilizou-se como vanguarda do banqueiro Daniel Dantas no Congresso.
O processo contra o ex-parlamentar foi apoiado em publicidade oficial, na qual utilizou um recurso, em banal jogo de palavras, no slogan “Unidos seremos mais fortes”.
É, decididamente, um político de estreita vinculação com o poder permanente.
A oposição, em sintonia com a mídia, considera a prisão de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo de Lula, e do deputado José Genoino, ex-presidente do PT, além do militante petista Delúbio Soares, exemplo histórico na atuação da Justiça no Brasil.
Risível conclusão. Mostra apenas que o julgamento, necessário para apurar supostos ilícitos, sofreu grande influência política. Os petistas ficaram sob o foco constante da mídia, que insuflou a reação política de alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal, ora regidos por Joaquim Barbosa, ora regentes de Joaquim Barbosa.
Dirceu teve poder quando integrava os mais altos escalões da República. Uma situação, entretanto, provisória. Ele e outros do PT se iludiram. Perceberam tarde demais que não tinham articulação institucional com o poder permanente. Não eram aliados estratégicos. Por isso o julgamento, transformado em linchamento, reflete a voz dos reais donos do poder. Teve uma motivação política inquestionável.
Em 2010, o relator do processo de Heráclito Fortes era o ministro Gilmar Mendes. Ele concedeu efeito suspensivo às vésperas da eleição de 2010, algo não muito comum no STF, e possibilitou a Fortes concorrer ao Senado. Valeu o esforço, mas ele foi derrotado pelo voto popular.
Em março de 2012, após dormitar por dois anos no gabinete de Mendes, o processo foi a julgamento na 2ª Turma do STF. Ele foi derrotado pelo voto de Barbosa, que optou pelo não conhecimento do referido recurso extraordinário. Em junho, Fortes apresentou embargos de declaração.
Um ano depois, em junho de 2013, o caso parou no gabinete de Barbosa. Pior: JB, já presidente do tribunal, determinou a redistribuição do processo, equivocadamente remetido para o ministro Luís Roberto Barroso, da 1ª Turma. Conforme o artigo 10 do Regimento Interno do STF, deveria ser distribuído a um dos ministros da 2ª Turma. O erro foi corrigido, mas desde então a papelada está sob o chamado “embargo de gaveta”. No caso, gaveta do presidente do STF.
Ele não tem pressa ou a distribuição automática do Supremo sofreu alguma pane, da qual não se tem conhecimento.
Carta Capital
Antes, em 2006, foi um dos coordenadores da campanha malsucedida do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República. Notabilizou-se como vanguarda do banqueiro Daniel Dantas no Congresso.
O processo contra o ex-parlamentar foi apoiado em publicidade oficial, na qual utilizou um recurso, em banal jogo de palavras, no slogan “Unidos seremos mais fortes”.
É, decididamente, um político de estreita vinculação com o poder permanente.
A oposição, em sintonia com a mídia, considera a prisão de José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil no primeiro governo de Lula, e do deputado José Genoino, ex-presidente do PT, além do militante petista Delúbio Soares, exemplo histórico na atuação da Justiça no Brasil.
Risível conclusão. Mostra apenas que o julgamento, necessário para apurar supostos ilícitos, sofreu grande influência política. Os petistas ficaram sob o foco constante da mídia, que insuflou a reação política de alguns integrantes do Supremo Tribunal Federal, ora regidos por Joaquim Barbosa, ora regentes de Joaquim Barbosa.
Dirceu teve poder quando integrava os mais altos escalões da República. Uma situação, entretanto, provisória. Ele e outros do PT se iludiram. Perceberam tarde demais que não tinham articulação institucional com o poder permanente. Não eram aliados estratégicos. Por isso o julgamento, transformado em linchamento, reflete a voz dos reais donos do poder. Teve uma motivação política inquestionável.
Em 2010, o relator do processo de Heráclito Fortes era o ministro Gilmar Mendes. Ele concedeu efeito suspensivo às vésperas da eleição de 2010, algo não muito comum no STF, e possibilitou a Fortes concorrer ao Senado. Valeu o esforço, mas ele foi derrotado pelo voto popular.
Em março de 2012, após dormitar por dois anos no gabinete de Mendes, o processo foi a julgamento na 2ª Turma do STF. Ele foi derrotado pelo voto de Barbosa, que optou pelo não conhecimento do referido recurso extraordinário. Em junho, Fortes apresentou embargos de declaração.
Um ano depois, em junho de 2013, o caso parou no gabinete de Barbosa. Pior: JB, já presidente do tribunal, determinou a redistribuição do processo, equivocadamente remetido para o ministro Luís Roberto Barroso, da 1ª Turma. Conforme o artigo 10 do Regimento Interno do STF, deveria ser distribuído a um dos ministros da 2ª Turma. O erro foi corrigido, mas desde então a papelada está sob o chamado “embargo de gaveta”. No caso, gaveta do presidente do STF.
Ele não tem pressa ou a distribuição automática do Supremo sofreu alguma pane, da qual não se tem conhecimento.
Carta Capital
Datafolha: Dilma cresce e todos os adversários caem
Presidenta cresceu em todos os cenários. Como Aécio,
Campos, Marina e Serra caíram em todos, aumenta a chance de definição no
1º turno. Com Lula, vantagem seria ainda maior
por Redação
—
publicado
30/11/2013 18:57,
última modificação
01/12/2013 00:25
Agência Brasil
Na pesquisa Datafolha feita na
última quinta e sexta-feira e divulgada hoje a presidenta Dilma Roussef
ampliou sua vantagem em relação aos adversários. O instituo testou nove
cenários, cinco com Dilma e quatro com Lula. Em todos os cenários com
Dilma os adversários apresentaram percentuais menores do que no último
levantamento (11/10) feito pela empresa de pesquisas do jornal Folha de
S. Paulo.
No cenário mais provável, em que os candidatos são
Dilma, Aécio e Campos, os percentuais são: Dilma 47% (contra 42% no
levantamento anterior), Aécio 19% (o senador tinha 21% em outubro) e
Campos 11 (eram 15% da última vez).
Marina e Serra
Caso a eleição fosse hoje, só haveria possibilidade
de segundo turno caso a candidata fosse Marina Silva. Se a ex-senadora
conseguisse tomar do governador de Pernambuco a cabeça de chapa, ela
teria hoje 26 pontos percentuais (tinha 29% no útimo levantamento.
Somado aos 14% de intenção de Aécio, chegariam a 41 pontos, contra 42 de
Dilma. Como a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou
para menos, haveria aí uma chance de segundo turno.
No cenário improvável em que Marina e Serra
conseguissem sair candidatos derrubando as candidaturas de Campos e de
Aécio, eles chegariam a 43 pontos percentuais – 24% de Marina mais 19%
de Serra. Neste caso, Dilma tem hoje 41% das intenções de voto, então
haveria segundo turno.
Lula
O Datafolha testou também quatro cenários com o
ex-presidente Lula. Em todos eles o ex-presidente seria eleito no
primeiro turno com uma diferença de 20 a 30 pontos percentuais entre sua
intenção de voto e a soma dos adversários. A vitória no primeiro turno
seria folgada mesmo contra Marina e Serra.
Em resumo a presidenta oscila entre 41% e 47%, dependendo do cenário. Lula, por sua vez, oscila de 52% a 56%.
Joaquim Barbosa
O instituto também fez uma consulta com o presidente
do STF, Joaquim Barbosa. Neste caso ele aparecia embolado na segunda
colocação, mas ainda assim, com Barbosa como quarto candidato, a disputa
não iria para o segundo turno, caso a eleição fosse hoje.
Os percentuais de intenção de voto foram os seguintes: Dilma (44%), Barbosa (15%), Aécio (14%) e Campos (9%). Ou seja, a presidenta teria 6 pontos a mais do que a soma dos 3 adversários --38%.
Os percentuais de intenção de voto foram os seguintes: Dilma (44%), Barbosa (15%), Aécio (14%) e Campos (9%). Ou seja, a presidenta teria 6 pontos a mais do que a soma dos 3 adversários --38%.
Por ser ministro do Supremo, Barbosa ainda pode
aguardar para tomar a decis]ao de sairá ou não candidato. Pode filiar-se
a um partido e lançar-se candidato até março.
A pesquisa do Datafolha ouviu 4.557 eleitores
em 194 municípios entre a última quinta e sexta-feira. A margem de erro é
de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Carta Capital
Datafolha: Dilma vai a 47%. Aécio e Eduardo encolhem
Confirmando informação veiculada em primeira mão
pelo 247, a presidente Dilma Rousseff cresceu cinco pontos percentuais
na pesquisa Datafolha; ela saiu da marca de 42% conquistada em outubro
para 47% agora, contra 19% apontados para o senador Aécio Neves
(PSDB/MG) e 11% para o governador Eduardo Campos, do PSB; no quadro
atual, presidente venceria, com folga, no primeiro turno
30 de Novembro de 2013 às 13:34
247 - A
presidente Dilma Rousseff subiu cinco pontos percentuais na pesquisa
Datafolha que acaba de ser divulgada pelo instituto, na comparação com o
levantamento anterior, feito em outubro. Antes com 42% de intenções de
voto no cenário que envolve o senador Aécio Neves (PSDB) e o governador
Eduardo Campos (PSB), agora a presidente marca 47%, contra 19% para
Aécio e 11% para o presidenciável do PSB.
Na pesquisa anterior, o senador
mineiro tinha 21% e o governador pernambucano, 15% – que significa que a
presidente cresceu tomando espaço dos adversários.
Num dos cenários testados pelo
Datafolha, Dilma teve 41%, contra 24% de Marina Silva e 19% de José
Serra – o que levaria a disputa para o segundo turno.
Num outro quadro, o presidente do
Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, foi testado e apareceu com
15% das intenções de voto.
Foram feitas também simulações com o
ex-presidente Lula como candidato do PT – em todos os cenários ele
venceria em primeiro turno.
Abaixo, notícia anterior de 247, que adiantou o resultado da pesquisa:
Datafolha trará boas notícias a Dilma neste sábado
Pesquisa será divulgada na
edição de amanhã da Folha de S. Paulo e no fim da tarde de hoje no Uol;
no entanto, 247 já apurou que a presidente abriu mais cinco pontos
de vantagem, tomando espaço de Aécio Neves e Eduardo Campos; pesquisa
anterior, apontava 42% para ela, 21% para o tucano e 15% para o
socialista; resultado sai num momento importante, de definição dos
palanques e das alianças regionais; Dilma também leva no primeiro turno
nas simulações com Marina Silva e José Serra
247 -
A presidente Dilma Rousseff está prestes a receber uma ótima notícia,
neste sábado. Pesquisa Datafolha, que estará amanhã na edição da Folha
de S. Paulo e hoje ainda no portal Uol, revelará que ela abriu mais
cinco pontos de vantagem em relação a seus principais adversários na
corrida presidencial, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo
Campos.
Na pesquisa anterior, divulgada no
dia 12 de outubro pelo Datafolha, Dilma tinha 42%, contra 21% de Aécio
Neves e 15% de Eduardo Campos. Ela já vencia no primeiro turno, mas por
uma margem não tão confortável.
O que se sabe, neste momento, em
relação ao levantamento que será divulgado hoje, é que ela cresceu,
tirando votos tanto de Aécio como de Campos.
Sabe-se ainda que, nas simulações do
Datafolha com outros candidatos, como Marina Silva e José Serra, o
quadro não se altera. Dilma também os venceria em primeiro turno.
Ainda hoje, os números oficiais serão divulgados aqui.
Para Dilma, essa nova vantagem chega
num momento importante, em que ela amarra com o PMDB as alianças
regionais e os palanques em todos os estados – neste sábado, ela se
reuniu com o ex-presidente Lula, com o vice Michel Temer e com o
presidente do PT, Rui Falcão, para definir esses acordos.
Brasil 247
Datafolha trará boas notícias a Dilma no sábado
Pesquisa será divulgada na edição de amanhã da
Folha de S. Paulo e no fim da tarde de hoje no Uol; no entanto, 247 já
apurou que a presidente abriu mais cinco pontos de vantagem, tomando
espaço de Aécio Neves e Eduardo Campos; pesquisa anterior, apontava 42%
para ela, 21% para o tucano e 15% para o socialista; resultado sai num
momento importante, de definição dos palanques e das alianças regionais;
Dilma também leva no primeiro turno nas simulações com Marina Silva e
José Serra
30 de Novembro de 2013 às 13:34
247 - A
presidente Dilma Rousseff está prestes a receber uma ótima notícia,
neste sábado. Pesquisa Datafolha, que estará amanhã na edição da Folha
de S. Paulo e hoje ainda no portal Uol, revelará que ela abriu mais
cinco pontos de vantagem em relação a seus principais adversários na
corrida presidencial, o tucano Aécio Neves e o socialista Eduardo
Campos.
Na pesquisa anterior, divulgada no
dia 12 de outubro pelo Datafolha, Dilma tinha 42%, contra 21% de Aécio
Neves e 15% de Eduardo Campos. Ela já vencia no primeiro turno, mas por
uma margem não tão confortável.
O que se sabe, neste momento, em
relação ao levantamento que será divulgado hoje, é que ela cresceu,
tirando votos tanto de Aécio como de Campos.
Sabe-se ainda que, nas simulações do
Datafolha com outros candidatos, como Marina Silva e José Serra, o
quadro não se altera. Dilma também os venceria em primeiro turno.
Ainda hoje, os números oficiais serão divulgados aqui.
Para Dilma, essa nova vantagem chega
num momento importante, em que ela amarra com o PMDB as alianças
regionais e os palanques em todos os estados – neste sábado, ela se
reuniu com o ex-presidente Lula, com o vice Michel Temer e com o
presidente do PT, Rui Falcão, para definir esses acordos.
Brasil 247
Aécio ainda não vê vínculo entre deputado e helicóptero com cocaína
Senador e presidenciável tucano diz que caso
deve ser rapidamente esclarecido. Sobre escândalo do Metrô de São Paulo,
diz desejar apuração 'profunda' de todas as denúncias e critica Cardozo
Christian Tragni/Folhapress
São Paulo – O senador Aécio Neves (PSDB),
provável candidato à presidência da República em 2014, disse hoje (29)
em São Paulo que ainda não vê ligação do deputado estadual Gustavo
Perrella (Solidariedade-MG) com a “questão” na qual é implicado.
Perrella, filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), é dono do helicóptero
apreendido em uma fazenda no município de Afonso Cláudio, Espírito
Santo, com 443 quilos de cocaína no último domingo (24). “Ele tem que
explicar. Até hoje não ouvi nada que o vinculasse a essa questão. Temos
que dar a ele direito de defesa, mas é preciso que seja rapidamente
esclarecido”, afirmou, após almoço no Sindicato da Habitação de São
Paulo (Secovi-SP), na Vila Clementino, zona sul da capital.
O deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade-PR) afirmou que vai pedir ao presidente do partido, Paulinho da Força, o afastamento de Gustavo Perrella do partido.
Aécio falou também sobre as denúncias da formação de cartel e de corrupção no Metrô de São Paulo, trazidas à tona pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O presidenciável voltou a dizer serem falsos os documentos nos quais são citados três secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que poderiam estar ligados ao esquema do lobista Arthur Teixeira: José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Segundo as denúncias, atribuídas ao ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, o senador Aloysio Nunes (PSDBSP) também seria próximo a Teixeira.
“Queremos que o ministro da Justiça simplesmente explique por que não assumiu desde o início que foi ele quem encaminhou os documentos à Polícia Federal. Por que não se explica com clareza quem é que fez a falsificação daqueles documentos”, disse Aécio. Esta semana, ele, os três secretários e Aloysio Nunes chegaram a pedir a demissão de Cardozo. “Nós, do PSDB, queremos a apuração profunda de todas as denúncias, se houver pessoas próximas ou vinculadas ao partido que tenha cometido alguma ilicitude, que responda por ela”, e ressalvou: “O que não podemos aceitar é a manipulação e a falsificação de informações”.
Ontem, o ministro da Justiça acusou a cúpula do PSDB de tentar tumultuar as investigações que envolvem vários caciques do partido com o esquema de corrupção no Metrô de São Paulo e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e disse que vai processar quem o difamar.
“Acho que há uma tentativa muito clara de evitar uma apuração imparcial e séria. Há pessoas que, por alguma razão que desconheço, estão tentando criar um tumulto, uma situação na qual quem cumpre a lei é acusado, para tirar o foco de uma investigação correta”, atacou José Eduardo Cardozo.
Ao abordar a questão, Aécio cobrou que a apuração da Polícia Federal e do Cade se estenda a outras esferas de governo, e acusou haver atuação do cartel na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), federal. “E que [o ministro] continue fazendo as investigações. Faça sobre as denúncias de cartel em São Paulo, cartel que segundo documentos da Siemens existia também em outros setores e níveis de governo, inclusive federal, na CBTU.”
Rede Brasil Atual - Blog da Helena
O deputado federal Fernando Francischini (Solidariedade-PR) afirmou que vai pedir ao presidente do partido, Paulinho da Força, o afastamento de Gustavo Perrella do partido.
Aécio falou também sobre as denúncias da formação de cartel e de corrupção no Metrô de São Paulo, trazidas à tona pela multinacional alemã Siemens ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
O presidenciável voltou a dizer serem falsos os documentos nos quais são citados três secretários do governador Geraldo Alckmin (PSDB) que poderiam estar ligados ao esquema do lobista Arthur Teixeira: José Aníbal (Energia), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos) e Rodrigo Garcia (Desenvolvimento Econômico). Segundo as denúncias, atribuídas ao ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer, o senador Aloysio Nunes (PSDBSP) também seria próximo a Teixeira.
“Queremos que o ministro da Justiça simplesmente explique por que não assumiu desde o início que foi ele quem encaminhou os documentos à Polícia Federal. Por que não se explica com clareza quem é que fez a falsificação daqueles documentos”, disse Aécio. Esta semana, ele, os três secretários e Aloysio Nunes chegaram a pedir a demissão de Cardozo. “Nós, do PSDB, queremos a apuração profunda de todas as denúncias, se houver pessoas próximas ou vinculadas ao partido que tenha cometido alguma ilicitude, que responda por ela”, e ressalvou: “O que não podemos aceitar é a manipulação e a falsificação de informações”.
Ontem, o ministro da Justiça acusou a cúpula do PSDB de tentar tumultuar as investigações que envolvem vários caciques do partido com o esquema de corrupção no Metrô de São Paulo e na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e disse que vai processar quem o difamar.
“Acho que há uma tentativa muito clara de evitar uma apuração imparcial e séria. Há pessoas que, por alguma razão que desconheço, estão tentando criar um tumulto, uma situação na qual quem cumpre a lei é acusado, para tirar o foco de uma investigação correta”, atacou José Eduardo Cardozo.
Ao abordar a questão, Aécio cobrou que a apuração da Polícia Federal e do Cade se estenda a outras esferas de governo, e acusou haver atuação do cartel na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), federal. “E que [o ministro] continue fazendo as investigações. Faça sobre as denúncias de cartel em São Paulo, cartel que segundo documentos da Siemens existia também em outros setores e níveis de governo, inclusive federal, na CBTU.”
Rede Brasil Atual - Blog da Helena
O Antigo Regime não perdoa Lula
30 de Novembro de 2013 | 09:03
O Ministério Público Federal, através de um parecer assinado por
Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, entrou com uma ação de improbidade
administrativa contra Lula. A mesma ação já havia sido anulada pela
Justiça, mas o MP apelou, e trabalha para que a denúncia seja aceita
pela Justiça.
Tudo muito bem, só que é importante a gente lembrar alguns episódios.
E jamais esquecer que o Ministério Público, que tem a nobre missão de
combater a corrupção e a incompetência administrativa, também tem seus
problemas.
O MP tem muitos integrantes ilibados e valentes, mas há momentos em
que aqueles que cultivam rancores políticos e se associam a forças
partidárias conservadoras (para não dizer mafiosas), parecem predominar.
Serra Azul, o procurador que assina o parecer contra Lula, por
exemplo, além do sobrenome de pirata, tem uma mácula em seu passado que,
pelo jeito, ainda não se apagou por completo.
Ele acompanhava outro procurador José Santoro, quando este tentou
pressionar Carlos Cachoeira, a entregar uma certa “fita” que poderia
prejudicar José Dirceu.
O escândalo foi parar no Jornal Nacional (que tentou, mesmo assim,
aliviar a barra de Santoro, ao lhe dar todas as chances de se explicar):
(O vídeo acima foi editado por mim para mostrar somente a parte em
que Serra Azul é citado; a íntegra da matéria do Jornal Nacional está aqui).
Santoro não ocultava seus objetivos: atingir José Dirceu e “derrubar o governo do PT”.
O caso chocou parte da opinião pública, e obrigou o então procurador-geral da República, Claudio Fonteles, a entrar com uma representação contra três procuradores:
O coordenador criminal do Ministério Público Federal em Brasília,
Marcelo Antônio Ceará Serra Azul, o procurador Mário Lúcio de Avelar,
bem como o sub-procurador, José Roberto Figueiredo Santoro, que
extrapolaram suas funções na investigação do caso Waldomiro, poderão
sofrer desde a pena mínima de advertência até a máxima, que seria a
demissão.
Os atos por eles praticados afrontam “ao princípio do Promotor
Natural e improbidade administrativa na modalidade de violação do dever
de lealdade para com a Instituição”, no entender de Cláudio Fonteles,
procurador-geral da República, que, nesta quarta-feira (31/3),
encaminhou à Corregedoria-Geral do órgão pedido de abertura de inquérito
administrativo. (veja íntegra abaixo)
Segundo Fonteles, ao tomarem conhecimento, no dia 4 de
fevereiro passado, das fitas gravadas da conversa entre Waldomiro Diniz e
o bicheiro Carlos Cachoeira, que foram enviadas pelo senador Antero
Paes de Barros (PSDB-MT) com um pedido de investigação, deveriam ter
encaminhado o material para o primeiro grau. “Eles invadiram
atribuições”, afirmou.
Na época, a senadora Ideli Salvati foi à tribuna expressar sua suspeita
de que Serra Azul estaria associado a Carlos Cachoeira, porque o
procurador havia “anistiado” a Gtech, da qual Cachoeira era sócio, e
jogado todo o peso do MP sobre a Caixa.
O próprio Dirceu também descobriu que Serra Azul entrara na Caixa para levar documentos, sem autorização judicial.
Uma rápida pesquisa nos permite descobrir que Serra Azul integrava o
grupo de procuradores ligados à José Serra, do qual fazia parte Santoro,
Mário Lúcio de Avelar; na Polícia Federal, o serrista mais conhecido
era Marcelo Itagiba. Santoro, Avelar e Itagiba estiveram à frente, por
exemplo, do caso Lunus, onde Serra conseguiu a proeza de extirpar pela raíz a candidatura de Roseane Sarney.
(Digressão: assista essa denúncia
do deputado estadual Marcelo Freixo, que acusa Itagiba de ser um dos
nomes mais constantes na CPI da Milícia, e que a milícia no Rio de
Janeiro jamais cresceu tão rápido e matou tanta gente como quando
Itagiba esteve à frente da secretaria de Segurança.)
A relação entre Serra Azul e Serra vem desde os tempos em que o
tucano foi ministro da Saúde e montou uma espécie de “central de
inteligência e contra-inteligência” no próprio ministério.
Matéria da Folha
de 31 de outubro de 2001 informava que o empresário Alexandre Paes dos
Santos, 47 anos, vivia um estranho pesadelo. Após comentar com uma
jornalista sobre um esquema dentro do Ministério da Saúde para forçar
empresários a colaborar no caixa de campanha de José Serra (seria um dos
“mensalões” de José Serra?), o procurador Serra Azul apareceu na sua
vida como um anjo vingador – em defesa de Serra. De possível
denunciante, Santos passou a ser investigado.
“O procurador Marcelo Antonio Ceará Serra Azul, o ministro e o
assessor, segundo Santos, estariam invertendo a situação. No lugar de
investigarem sua denúncia de que existiria no ministério um esquema para
forçar empresários a colaborar com a caixa de campanha presidencial de
Serra, ele, Santos, é que passou a ser investigado por supostamente
levantar suspeitas que visam obter benefícios para seus clientes.
O esquema do ministério seria, segundo o advogado Felipe
Amodeo, um crime de concussão (extorsão ou peculato cometidos por
servidor público no exercício da função). A acusação contra Santos é de
tentativa de extorsão.”
Essas informações servem para alertar os cidadãos a olharem o
Ministério Público com o mesmo grau de desconfiança que tem contra o
Legislativo e o Executivo. O jogo pesado de poder e a corrupção estão
tão entranhados no Ministério Público como em qualquer outra
instituição. Com um agravante: os procuradores são como príncipes. Não
passam pelo filtro do voto popular e gozam de uma blindagem e imunidade
que nenhum parlamentar, ministro ou mesmo presidente da república,
possuem.
Além disso, não é difícil observar, no seio do Ministério Público, a
presença de uma mentalidade profundamente aristocrática, e um
preconceito muito grande contra a classe política, vista como inculta,
corrupta e incompetente. A figura de Lula, especialmente, por encarnar
exatamente o oposto do perfil sociológico de um membro do Ministério
Público, desperta um ódio irracional.
No julgamento do mensalão, esse ódio corporativo veio à tôna com
muita força. Ao apresentar oficialmente a denúncia, Roberto Gurgel, não
expõe somente os supostos fatos que deveriam levar à condenação: ele faz
um discurso muito mais adjetivo do que substantivo. É um discurso de
ódio e ressentimento. Como figura mais importante do Ministério Público
naquele momento, Gurgel representava o neocoronelismo burocrático, já
denunciado por Raymondo Faoro, cuja obra, ironicamente, é citada por
Gurgel no discurso, mas sob um viés totalmente deturpado; Faoro antevira
o golpe de Estado de 64 ao alertar que o coronelismo renascia
disfarçado na burocracia.
O neocoronelismo burocrático, alertava Faoro, seria a maneira como as
elites reagiam à democracia, sobretudo quando, após Vargas, perdem as
prerrogativas de controlar (e fraudar) o processo eleitoral. Para
setores da elite, a democracia implica em perda de poder. Por isso, o
espírito de vingança, que perdura até hoje.
A perseguição de Serra Azul contra Lula, enquanto FHC é deixado em
paz, reflete esse espírito vingativo e aristocrático do Ministério
Público. FHC mereceu ser presidente, porque estudou na Sorbonne e fala
francês. Lula não. Lula tem de pagar pelo crime de ganhar as eleições e
governar o Brasil. Com o julgamento do mensalão, derrubaram alguns dos
melhores quadros políticos do PT. Agora é a vez do próprio Lula.
Tijolaço
Marcos Coimbra: Barbosa passou dos limites em seu desejo de vingança
publicado em 29 de novembro de 2013 às 18:20
Quem lida com pesquisa de opinião vê o aumento de eleitores que dizem odiar algo ou tudo na política
por Marcos Coimbra, em CartaCapital, encaminhada via e-mail por Julio Cesar Macedo Amorim
A figura de Joaquim
Barbosa faz mal à cultura política brasileira. Muito já se falou a
respeito de como o atual presidente do Supremo conduziu o julgamento da
Ação Penal 470, a que trata do “mensalão”. Salvo os antipetistas
radicais, que ficaram encantados com seu comportamento e o endeusaram, a
maioria dos comentaristas o criticou.
Ao longo do processo,
Barbosa nunca foi julgador, mas acusador. Desde a fase inicial, parecia
considerar-se imbuído da missão de condenar e castigar os envolvidos a
penas “exemplares”, como se estivesse no cumprimento de um desígnio de
Deus. Nunca mostrou ter a dúvida necessária à aplicação equilibrada da
lei. Ao contrário, revelou-se um homem de certezas inabaláveis, o pior
tipo de magistrado.
Passou dos limites em seu
desejo de vingança. Legitimou evidências tênues e admitiu provas
amplamente questionáveis contra os acusados, inovou em matéria jurídica
para prejudicá-los, foi criativo no estabelecimento de uma
processualística que inibisse a defesa, usou as prerrogativas de relator
do processo para constranger seus pares, aproveitou-se dos vínculos com
grande parte da mídia para acuar quem o confrontasse.
Agora, depois da prisão
dos condenados, foi ao extremo de destituir o juiz responsável pela
execução das penas: parece achá-lo leniente. Queria dureza.
Barbosa é exemplo de algo
inaceitável na democracia: o juiz que acha suficientes suas convicções.
Que justifica sua ação por pretensa superioridade moral em relação aos
outros. E que, ao se comportar dessa forma, autoriza qualquer um pegar o
porrete (desde que se acredite “certo”).
Sua figura é negativa, também, por um segundo motivo.
Pense em ser candidato a
Presidente da República ou não, Barbosa é um autêntico expoente de algo
que cresceu nos últimos anos e que pode se tornar um grave problema em
nossa sociedade: o sentimento de ódio na política.
Quem lida com pesquisas
de opinião, particularmente as qualitativas, vê avolumar-se o contigente
de eleitores que mostram odiar alguma coisa ou tudo na política. Não a
simples desaprovação ou rejeição, o desgostar de alguém ou de um
partido. Mas o ódio.
É fácil constatar a
difusão do fenômeno na internet, particularmente nas redes sociais. Nas
postagens a respeito do cotidiano da política, por exemplo sobre a
prisão dos condenados no “mensalão”, a linguagem de muitos expressa
intenso rancor: vontade de matar, destruir, exterminar. E o mais
extraordinário é que esses indivíduos não estranham suas emoções, acham
normal a violência.
Não se espantam, pois
veem sentimentos iguais na televisão, leem editorialistas e
comentaristas que se orgulham da boçalidade. Os odientos na sociedade
reproduzem o ódio que consomem.
Isso não fazia parte
relevante de nossa cultura política até outro dia. Certamente houve, mas
não foi típico o ódio contra os militares na ditadura. Havia rejeição a
José Sarney, mas ninguém queria matá-lo. Fernando Collor subiu e caiu
sem ser odiado (talvez, apenas no confisco da poupança). Fernando
Henrique Cardoso terminou seu governo reprovado por nove entre 10
brasileiros, enfrentou oposição, mas não a cólera de hoje.
O ódio que um pedaço da
oposição sente atualmente nasce de onde? Da aversão (irracional) às
mudanças que nossa sociedade experimentou de Lula para cá? Do temor
(racional) que Dilma Rousseff vença a eleição de 2014? Da estupidez de
acreditar que nasceram agora os problemas (como a corrupção) que
inexistiam (ou eram “pequenos”)? Da necessidade de macaquear os
porta-vozes do conservadorismo (como acontece com qualquer modismo)?
Barbosa é um dos
principais responsáveis por essa onda que só faz crescer. Consolidou-se
nesse posto nada honroso ao oferecer ao País o espetáculo do avião com
os condenados do “mensalão” rumo a Brasília no dia 15 de novembro.
Exibiu-o apenas para alimentar o ódio de alguns.
A terceira razão é que
inventou para si uma imagem nociva à democracia. O papel que encena, de
justiceiro implacável e ferrabrás dos corruptos, é profundamente
antipedagógico.
Em um país tão marcado
pelo personalismo, Barbosa apresenta-se como “encarnação do bem”, mais
um santarrão que vem de fora da política para limpá-la. Serve apenas
para confirmar equívocos autoritários e deseducar a respeito da vida
democrática.
Viomundo
Uma encrenca chamada Joaquim Barbosa
sab, 30/11/2013 - 08:08
- Atualizado em 30/11/2013 - 08:48
Há um pensamento majoritário na opinião pública leiga e um consenso
no sistema judicial – incluindo desembargadores, juízes, procuradores,
advogados. O pensamento majoritário leigo é de que o presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa é um herói. O consenso no
meio jurídico é que trata-se de um desequilibrado que está
desmoralizando a Justiça e, principalmente, o mais alto órgão do
sistema: o STF.
No seminário de dois dias sobre “Democracia Digital e a Justiça” –
promovido pelo Jornal GGN – Barbosa foi a figura dominante nos debates e
nas conversas.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakai, lembrou a cena
da semana passada, na qual Barbosa acusou todo o tribunal de fazer
“chicana” – na linguagem jurídica, malandragem para atrasar julgamentos.
A única voz que se levantou protestando foi a do calado Teori Zavascki.
Os demais recuaram, com receio da baixaria – o mesmo receio que acomete
um cidadão comum no bar, quando entra um bêbado ou um alucinado
distribuindo desaforos.
***
Hoje em dia, há um desconforto generalizado no meio jurídico com a atuação de Barbosa.
O Código da Magistratura proíbe que juízes sejam proprietários de
empresas ou mantenham endereço comercial em imóveis funcionais. O órgão
incumbido de zelar por essa proibição é o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ). Barbosa é a única exceção de magistrado que desobedeceu a essa
obrigação. Ao mesmo tempo, é o presidente do STF e do CNJ. Como se pode
tolerar essa exceção?
Se algum juiz federal abrir uma representação junto ao CNJ para saber
se liberou geral, qual será a resposta do órgão? E se não abriu, como
tolerar a exceção?
***
Outro princípio sagrado é o do juiz natural. Um juiz não pode ser
removido de uma função por discordância com suas opiniões. Barbosa
pressionou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal a remover o juiz da
execução das penas dos condenados do “mensalão”, por não concordar com
sua conduta.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrou com uma representação
junto ao CNJ, não contra Barbosa – respeitando seu cargo de presidente
do STF, mas contra o presidente do TJ do Distrito Federal. Se o CNJ
acatar a representação, automaticamente Barbosa estará incluído. E como
conviver com um presidente do STF que não respeita a própria lei?
***
No fechamento do seminário, o decano dos juristas brasileiros, Celso
Antônio Bandeira de Mello, falou duramente sobre Barbosa. “Dentre todos
os defeitos dos homens, o pior é ser mau. Por isso fiquei muito irritado
com o presidente do STF: é homem mau, não apenas pouco equilibrado, é
mau”.
Na sua opinião, a maneira como a mídia cobriu as estripulias de
Barbosa colocou em xeque a própria credibilidade dos veículos. “Como
acreditar em quem dizia que Joaquim era o grande paladino da justiça e,
agora, constata-se que é um desequilibrado? Devemos crer em quem?”.
***
O fato é que o show midiático na cobertura da AP 470 criou o maior problema da Justiça brasileira desde a redemocratização.
Ninguém do meio, nem seus colegas, nem os Ministros que endossaram
seus votos, nem a própria mídia que o incensou, têm dúvidas sobre seu
desequilíbrio e falta de limites.
Mas quem ousará mostrar a nudez de um herói nacional de histórias em quadrinhos?
Blog do Luis Nassif
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Hildegard Angel: “Que Paris tenha muitos apês charmosos para acolher a todos os omissos”
“Triste
ver crescer sobre nosso Céu, nossos tetos, nossa alma, nossos
ambientes, nossa consciência, a mancha escura da obtusidade, do receio
da livre manifestação, do silêncio, do embrutecimento coletivo. Do
medo.”
Recebo diariamente comentários carregados de ódio contra José
Genoíno, que me abstenho de publicar até por vergonha de seu teor,
vergonha pelo desequilíbrio e o descontrole dos remetentes. A falta de
discernimento, querendo atribuir a este homem combativo todos os males
do país. Daí que a prisão não basta. É preciso a morte. A imolação
final. A cruz.
É preciso a volta das torturas. Da ditadura. Este, o subtexto das tantas mensagens enviadas.
A que ponto essa mídia manipuladora, essa pseudo esquerda democrática, esse suposto “centrão” levaram o nosso país!
A que abismo a omissão daqueles que poderiam se posicionar, protestar e agir, está levando a nossa Nação.
A quanto estamos chegando com o silêncio dos nossos formadores de
opinião influentes, nossos artistas politicamente conscientes e
articulados. Os intelectuais, pensadores, jornalistas de porte.
São tão poucos os que ousam falar, se manifestar. Um, dois, três,
quatro ou cinco. A pasmaceira, a imobilidade, o acomodamento prevalecem.
O Brasil que pensa e raciocina está congelado, em estado de letargia.
Os com bagagem intelectual, política, de memória, conhecimento
histórico e político para se manifestar se calam. Certamente
envelhecidos, provavelmente acomodados, talvez acovardados, quem sabe
desesperançados.
Os jovens de nada sabem. Não viveram a História recente do país. Não
lhes deram a chance de saber. Lhes sonegaram o conhecimento nas escolas
sobre os fatos. O patriotismo caiu em desuso. Os sonhos globalizaram.
Soberania virou palavra empoeirada que se encontra no sótão – se é que
ainda existe sótão -, dentro de algum baú – se é que há baú -, no
interior de um papel amarelado, se houver ainda alguma folha de papel
sobrevivente nessa era digital.
Os velhos sábios não falam. Se calam. Voam para Nova York,
refugiam-se em Paris. Precisamos dos velhos, imploramos aos velhos.
Falem, reajam!
Não é questão mais de uma posição partidária, trata-se de uma postura de Soberania brasileira, de Pátria, de Estado de Direito.
Triste ver crescer sobre nosso Céu, nossos tetos, nossa alma, nossos
ambientes, nossa consciência, a mancha escura da obtusidade, do receio
da livre manifestação, do silêncio, do embrutecimento coletivo. Do medo.
Quando eu me vejo, aqui, escolhendo palavras para não resvalar num
erro, num equívoco, num excesso que me possa custar a liberdade ou que
me valha antipatias graves, retaliações, sinto a gravidade do momento
que estamos vivendo.
Quando uma única cidadã de bem não respira a liberdade, a Pátria não está mais livre.
Quem permitiu, por omissão, inoperância, ambições e conveniências
políticas que o Brasil caminhasse para trás, chegando a tal retrocesso
de consciência, a ponto de apagar os méritos de sua própria História e
ao extremo de aclamar a vilania de seus opressores, ainda vai se
arrepender demais. Pagará alto preço por isso. Estamos entrando num
caminho sem volta. E que Paris tenha muitos apartamentos charmosos para
acolher a todos os valorosos omissos.
Perdoai-os, Senhor, por sua omissão!
Blog do Zé Dirceu
Cenas censuradas pela Globo: "Cocaína em helicóptero de deputado e senador, não tem dono"?
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
Sob intensas críticas nos blogs, nas redes sociais e com a manifestação
do "Farinhaço na Assembléia", a TV Globo finalmente desenterrou a
notícia da apreensão do helicóptero dos Perrella com meia tonelada de
pasta base de cocaína, e falou sobre alguns detalhes que todo mundo que
acessa a internet já sabia.
O Jornal Nacional mostrou até o "Farinhaço", onde manifestantes espalharam farinha na porta da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, simulando carreiras de cocaína e levaram helicópteros de brinquedo, em protesto contra o deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG) e seu pai, o senador Zezé Perrella (PDT-MG), amigos e aliados do Senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Um dos alvos do "Farinhaço" era justamente a blindagem da mídia, pois a
apreensão do helicóptero demorou três dias para ser noticiada no Jornal
Nacional, enquanto todos os outros noticiários mais sérios, mas de menor
audiência, noticiaram logo no primeiro dia.
Mas a Globo não falou que os manifestantes exigiam apuração de quem era a
cocaína encontrada no helicóptero. Exigiam apuração de escândalos
anteriores envolvendo os Perrella. Também queriam a punição do deputado
pela contratação do piloto para emprego supostamente fantasma na
Assembléia e, caso o combustível do helicóptero pago com dinheiro
público tenha sido usado para fins privados ou ilícitos, que também haja
responsabilização.
Também causa estranheza o esforço da emissora em aliviar os Perrella de
qualquer comprometimento, enquanto não faz o jornalismo investigativo
básico de procurar saber quem era o dono da droga. A Polícia Federal,
apesar de não fazer ilações irresppnsáveis, nem aplicar a presunção de
culpa a ninguém, como é o correto a fazer, não descartou nenhuma linha
de investigação, ao contrário do que disse a Globo.
O vídeo acima, divulgado no Youtube mostra melhor o espírito da
manifestação "Farinhaço na Assembleía", com cenas e falas relevantes que
a edição do Jornal Nacional censurou.
Rede Brasil Atual - Blog da Helena
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