Marcos Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, descartou, a possibilidade de o Brasil e os demais países do Mercosul (Argentina e Uruguai) intervirem em questões internas do Paraguai. Mas Garcia reiterou as críticas do governo brasileiro à forma como foi conduzido o processo de impeachment do presidente Fernando Lugo, que na última sexta-feira (22) foi substituído pelo seu vice, Federico Franco.
Em entrevista à Agência Brasil, Marco Aurélio Garcia
rechaçou qualquer atitude que sinalize uma tentativa de intervenção em
questões internas paraguaias. Ele reforçou que isso não ocorrerá nem por
parte do governo do Brasil, nem do Mercosul.
O Brasil assumirá no fim da próxima semana, em reunião de cúpula, na
Argentina, a presidência temporária do bloco, por seis meses, e a pauta
principal da reunião deverá ser o impeachment de Lugo. Da
parte brasileira, o assessor especial para Assuntos Internacionais da
Presidência disse que o governo federal vai agir “sintonizado com as
medidas adotadas pelo Mercosul”.
Garcia considera “impossível” qualquer reversão do que foi decidido
pelo Congresso paraguaio. Para ele, qualquer ação nesse sentido teria
que ser tomada “por ações internas” do país. Ele, no entanto, reiterou a
postura do governo brasileiro de avaliar o impeachment de Lugo como um “rito sumário” e sem qualquer chance de defesa.
O embaixador do Brasil no Paraguai, Eduardo Santos, chega amanhã
(25) a Brasília, quando se reunirá com o chanceler Antonio Patriota para
fazer um relato da situação no política no país vizinho. “Em si a
convocação do embaixador pelo governo já é um sinal de desconforto com o
que aconteceu”, destacou Marco Aurélio Garcia.
O assessor especial acrescentou que, neste primeiro momento, os
países integrantes do Mercosul devem chamar seus embaixadores para
reunirem informações. A partir daí, a segunda etapa será decidir qual
atitude será adotada.
Segundo ele, o momento é para avaliar a situação e “deixar essa
crise no Paraguai decantar para ver como vai ficar”. Em um primeiro
momento, o embaixador Eduardo Santos fará os relatos a Patriota. Caso a
presidenta Dilma Rousseff considere conveniente ter uma conversa com
Santos, poderá chamá-lo, disse Marco Aurélio Garcia.
Agência Brasil
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