Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O desembargador Sérgio Bittencourt, do Tribunal de
Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), negou ontem (16) o
pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados do empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Apesar de Cachoeira ter recebido, na última sexta-feira (15), decisão favorável sobre outro pedido de habeas corpus no
Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), desta vez o
desembargador considerou válidos os argumentos da juíza de primeira
instância, que já havia decidido manter preso o empresário, suspeito de
liderar um esquema de corrupção e jogos ilegais no Centro-Oeste.
Os advogados Márcio Thomaz Bastos, Dora Cordani e Augusto Botelho
alegaram que outros réus do mesmo processo já tiveram a liberdade
concedida pela juíza e que isso deveria se estender a Cachoeira. A
Justiça concedeu habeas corpus a Cláudio Dias Abreu, Dagmar
Alves Duarte e Wesley Clayton da Silva, apontados como integrantes do
grupo de Cachoeira pela Operação Saint-Michel, da Polícia Civil do
Distrito Federal com o Ministério Público. Para os advogados de
Cachoeira, os motivos que justificaram a soltura dos corréus também
deveriam valer para a libertação do empresário.
O desembargador Bittencourt, no entanto, considerou que a juíza de
primeira instância apresentou motivos “devidamente destacados que
justificam o tratamento diferenciado”. Ele ressaltou os argumentos
apresentados pela juíza de que as “investigações mostram ser o paciente o
líder de uma organização criminosa com complexas relações ilícitas, que
envolvem autoridades de grande influência em Poderes da República, o
que justifica a manutenção da prisão para a garantia da ordem pública”.
Na decisão, o desembargador inclusive discorda da juíza por ter soltado Cláudio Abreu.
Os advogados também apontaram a decisão favorável do desembargador Tourinho Neto, do TRF1, que concedeu habeas corpus a
Cachoeirao no que se refere às acusações provenientes da Operação Monte
Carlo, da Polícia Federal. Mas, para o desembargador do TJDFT, são
investigações e processos diversos, portanto, sem que uma decisão tenha
poder sobre a outra.
Com isso, apesar de Tourinho Neto ter revogado a prisão de Cachoeira
na sexta-feira, o empresário continuará preso na Complexo Penitenciário
da Papuda, em Brasília, até que o habeas corpus seja julgado pela Segunda Turma do tribunal.
Cachoeira está preso desde 28 de fevereiro deste ano e as
investigações que resultaram na prisão dele também motivaram a abertura
de uma comissão parlamentar mista de inquérito no Congresso Nacional. Os
parlamentares querem apurar o envolvimento dele e de sua quadrilha com
agentes públicos, como governadores, senadores e deputados, e privados, e
com empresas que tinham contratos públicos e eram usadas para lavagem
de dinheiro.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário