O Banco Mundial acaba de lançar uma espécie de hall da fama da
corrupção. O banco de dados batizado de The Grand Corruption Cases reúne
150 casos internacionais em que se comprovou a movimentação bancária de
um valor igual ou superior a 1 milhão de dólares. Segundo o banco, a
corrupção movimenta 40 bilhões de dólares por ano no planeta.
Na lista figuram alguns brasileiros ilustres, entre eles o banqueiro
Daniel Dantas, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e o ex-prefeito Paulo
Maluf.
Dantas é citado por causa do bloqueio de 46 milhões de dólares em
contas do Opportunity no Reino Unido e da condenação em primeira
instância a dez anos de prisão pelo suborno de um delegado da Polícia
Federal. O banqueiro tentava impedir a realização da Operação
Satiagraha. O Superior Tribunal de Justiça anulou a sentença proferida
pelo juiz Fausto De Sanctis, mas o Ministério Público Federal recorreu
ao Supremo.
Maluf é mencionado duas vezes. Uma por ter sido acusado pela
Promotoria de Nova York de ter movimentado de forma ilegal 140 milhões
de dólares no Banco Safra entre 1993 e 1996. A outra por desviar
dinheiro para uma conta nas Ilhas Jersey, no Reino Unido. Maluf e o
filho Flávio tiveram 26 milhões de dólares bloqueados no paraíso fiscal
britânico.
Edemar foi condenado em 2006 pela Justiça brasileira a 21 anos de
prisão por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.
Entre seus bens apreendidos estavam obras de arte avaliadas entre 20
milhões e 30 milhões de dólares.
Outro caso citado no hall da corrupção é o do propinoduto, um esquema
de desvio de dinheiro no governo do Rio de Janeiro revelado em 2003.
Liderado pelo funcionário público Rodrigo Silveirinha Corrêa, um grupo
de servidores da Administração Tributária fluminense desviou 45 milhões
de dólares e os enviou para a Suíça. O Brasil conseguiu repatriar até
agora 30 milhões.
A quem interessar possa: Dantas, Maluf e Edemar estão livres, leves e soltos.
Carta Capital
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