No fim de semana - sábado à tarde -, a
presidenta Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das
Confederações, antes do jogo entre Brasil e Japão, no Estádio Nacional
Mané Garrincha, de Brasília. Faz parte. Entendo o destaque dado pela
mídia ao episódio - o que, aliás, ela fez sem nenhuma tristeza...
No
caso de Brasília - ocorreu, no fim de semana, também no Rio - a vaia só
aumentou o clima tenso que cercou a abertura da Copa das Confederações.
Durante todo o sábado, os manifestantes protestaram nas cercanias do
estádio Mané Garrincha, contra os gastos com a competição. Além de
protestar contra a realização do evento esportivo no Brasil, os
manifestantes se diziam solidários com o movimento contra o aumento das
tarifas do transporte público em várias cidades do País, como Rio de
Janeiro e São Paulo.
Mas a vaia faz parte da vida pública e
democrática de qualquer personalidade/autoridade em qualquer parte do
mundo. O resto é conversa fiada. No caso dessa manifestação contra a
presidenta no sábado, vaiaram porque são oposição. Esta vem, já há
alguns dias, criando esse clima para hostilidades contra autoridades e
incentivando todo tipo de manifestação contra o governo - das que se têm
realizado em São Paulo e degenerado em violência, caos e centenas de
feridos e prisões, às que surgiram mais fortemente no fim de semana em
Brasília e no Rio, contra os investimentos feitos em estádios para as
Copas das Confederações agora e do Mundo no ano que vem.
Vaia, um componente da vida pública e democrática
Este
movimento contra a Copa e os gastos com o evento tem o mesmo caráter do
Movimento Passe Livre (MPL), autor das grandes manifestações contra
aumento de tarifas de transporte público no país. Aliás, há
manifestações programadas pelo MPL para hoje no país em diversas
capitais, entre as quais, de novo em São Paulo, Rio, Brasília e Belo
Horizonte.
O que temos de fazer é aceitar o direito de livre
manifestação da cidadania e a PM não repetir os abusos e absurdos
cometidos na avenida Paulista e em outras praças nos protestos
promovidos pelo MPL nas semanas anteriores. Ela precisa obedecer
rigorosamente os manuais que orientam sua atuação nessas situações e não
reprimir por reprimir.
No caso da Copa, ao governo cabe
dialogar e principalmente se comunicar com a população, dar
transparência máxima aos custos e gastos com o evento e preparar planos
de uso dos estádio no pós-Copa, um uso aberto à participação das
comunidades, da juventude, para esporte, lazer e cultura e, como são
arenas multiuso, criar nelas espaços para a educação e cultura.
Em
suma, tem que explicar a importância da Copa para o país, o que ela
representa em termos de entrada de divisas, o quanto representa para a
economia. Nessa tarefa, ele até tem a ação facilitada pelo fato de o
evento ter apoio da imensa maioria dos brasileiros.
Blog do Zé Dirceu
segunda-feira, 17 de junho de 2013
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