segunda-feira, 17 de junho de 2013

As vaias na abertura da Copa das Confederações

No fim de semana - sábado à tarde -, a presidenta Dilma Rousseff foi vaiada na abertura da Copa das Confederações, antes do jogo entre Brasil e Japão, no Estádio Nacional Mané Garrincha, de Brasília. Faz parte. Entendo o destaque dado pela mídia ao episódio - o que, aliás, ela fez sem nenhuma tristeza...
 
No caso de Brasília - ocorreu, no fim de semana, também no Rio - a vaia só aumentou o clima tenso que cercou a abertura da Copa das Confederações. Durante todo o sábado, os  manifestantes protestaram nas cercanias do estádio Mané Garrincha, contra os gastos com a competição. Além de protestar contra a realização do evento esportivo no Brasil, os manifestantes se diziam solidários com o  movimento contra o aumento das tarifas do transporte público em várias cidades do País, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Mas a vaia faz parte da vida pública e democrática de qualquer personalidade/autoridade em qualquer parte do mundo. O resto é conversa fiada. No caso dessa manifestação contra a presidenta no sábado, vaiaram porque são oposição. Esta vem, já há alguns dias, criando esse clima para hostilidades contra autoridades e incentivando todo tipo de manifestação contra o governo - das que se têm realizado em São Paulo e degenerado em violência, caos e centenas de feridos e prisões, às que surgiram mais fortemente no fim de semana em Brasília e no Rio, contra os investimentos feitos em estádios para as Copas das  Confederações agora e do Mundo no ano que vem.

Vaia, um componente da vida pública e democrática

Este movimento contra a Copa e os gastos com o evento tem o mesmo caráter do Movimento Passe Livre (MPL), autor das grandes manifestações contra aumento de tarifas de transporte público no país. Aliás, há manifestações programadas pelo MPL para hoje no país em diversas capitais, entre as quais, de novo em São Paulo, Rio, Brasília e Belo Horizonte.

O que temos de fazer é aceitar o direito de livre manifestação da cidadania e a PM não repetir os abusos e absurdos cometidos na avenida Paulista e em outras praças nos protestos promovidos pelo MPL nas semanas anteriores. Ela precisa  obedecer rigorosamente os manuais que orientam sua atuação nessas situações e não reprimir por reprimir.

No caso da Copa, ao governo cabe dialogar e principalmente se comunicar com a população, dar transparência máxima aos custos e gastos com o evento e preparar planos de uso dos estádio no pós-Copa, um uso aberto à participação das comunidades, da juventude, para esporte, lazer e cultura e, como são arenas multiuso, criar nelas espaços para a educação e cultura.

Em suma, tem que explicar a importância da Copa para o país, o que ela representa em termos de entrada de divisas, o quanto representa para a economia. Nessa tarefa, ele até tem a ação facilitada pelo fato de o evento ter apoio da imensa maioria dos brasileiros. 




Blog do Zé Dirceu

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