Depois de obter apoio
político, proposta da presidente Dilma Rousseff, de que a consulta
popular sobre reforma política seja feita por meio de plebiscito, passa a
receber apoio dos movimentos sociais que se reuniram com o governo;
nesses últimos dias, Dilma se encontrou com representantes do Movimento
LGBT, Movimentos de Juventude, centrais sindicais, movimentos urbanos e o
Movimento Passe Livre, que deu início aos protestos no País; proposta
de referendo, sugerida pela oposição, perde força
BRASÍLIA, 28 Jun (Reuters) - Movimentos sociais
que reuniram-se com a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira
defenderam que a consulta popular sobre os parâmetros para uma reforma
política seja feita por meio de plebiscito, e não por referendo,
afirmaram representantes das organizações.
O secretário nacional da Juventude da Central Única dos Trabalhadores
(CUT), Alfredo Santos, presente no encontro, afirmou que o plebiscito é
"consenso" entre os mais de 20 representantes de movimentos sociais
reunidos nesta sexta com Dilma.
"Para nós é essencial a participação popular. É essencial que se dê
anterior à elaboração do projeto, então por isso pelo plebiscito e nunca
por referendo", disse Santos a jornalistas.
"Os movimentos sociais organizados, nenhum deles defende uma proposta
de participação que seja posterior, como alguns estão colocando."
Na segunda-feira, a presidente anunciou, como resposta às
manifestações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas, sua
intenção de "propor o debate sobre a convocação de um plebiscito popular
que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico
para fazer a reforma política".
Na terça-feira, o governo abandonou a ideia de uma assembleia
constituinte, mas manteve a sugestão de realização de um plebiscito
sobre a reforma política.
Na opinião da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE),
Virgínia Barros, as medidas anunciada por Dilma e pelo Congresso --que
se apressa para votar propostas em resposta às reivindicações
populares-- "dialogam" com as manifestações.
"São medidas que dialogam e que tentam responder a essas demandas que vêm sendo colocadas na rua", afirmou Virgínia.
Segundo os representantes dos movimentos, Dilma não deu detalhes
sobre a mensagem que deve enviar na próxima semana ao Congresso
sugerindo os tópicos a serem abordados numa reforma política.
Na quinta-feira, a maioria dos partidos políticos da base e de
lideranças aliadas da Câmara e do Senado manifestaram à presidente apoio
à realização do plebiscito.
Já a oposição, que deve reunir-se com Dilma na próxima semana,
defendeu por meio de nota assinada por três partidos --PSDB, DEM e PPS--
a realização de um referendo. Nesse caso, o Congresso aprovaria uma
reforma que seria depois submetida à consulta popular.
Também em resposta às manifestações, a presidente reuniu-se ainda com
representantes de movimentos que atuam pelos direitos de gays,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais.
Segundo representantes
desses movimentos, Dilma teria se posicionado "contra toda forma de
discriminação, contra toda forma de intolerância e a favor das
diferenças".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Brasil 247
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