Os jornais enfatizam que Dilma Rousseff abandonou a ideia da
Constituinte Exclusiva. É detalhe, e diz respeito apenas à forma e aos
métodos. No que importa, Dilma teve sucesso no, até agora, mais ousado
lance da sua trajetória como presidente: a proposta de reforma política
vingou e ela assumiu a liderança. Mais: será feita com consulta popular,
seja em qual forma for.
Nas redes sociais, o tema ganhou vida. Ganhou apoio nos demais
poderes. Ontem mesmo, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal)
Joaquim Barbosa não apenas manifestou apoio à ideia, como lançou as suas
propostas para discussão.
A proposta não apenas ganhou as redes sociais como os nomes jurídicos expressivos, com discordâncias pontuais quanto à forma.
Mede-se o homem público pela maneira como reage às crises. Sob
pressão, Juscelino Kubitscheck tornava-se um gigante; Brizolla, um
guerreiro; Jango um confuso; Jânio pirava; Sarney rezava para Nossa
Senhora Aparecida e Collor entrava em depressão.
FHC tornava-se proativo, embora sempre na direção única e equivocada
dos pacotes fiscais duríssimos, acentuando ainda mais a recessão.
Lula tornou-se um estadista apenas após a grande crise do mensalão.
Já Pedro Malan sumia, a cada crise cambial. E José Serra apequenava-se
ante a menor crise que enfrentasse, de chuva forte a manifestação
estudantil.
Com as reações às manifestações, com o diagnóstico feito e com a
aposta na reforma política, Dilma mostra que a crise a faz crescer e a
sair do imobilismo.
Há enormes desafios pela frente, a crise econômica mundial que mal
bateu por aqui. Mas os últimos dias demonstraram que temos presidente.
Blog do Luis Nassif
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