Para a maior parte do eleitorado de SP,
bom gestor é aquele que não aparece. Bom para Alckmin, fracasso como
administrador e político.
O governador Geraldo Alckmin tem 52% de
aprovação, de acordo com o Datafolha, e derrotaria até o Lula se o
ex-presidente se aventurasse a uma candidatura ao governo de São Paulo
em 2014 (42 a 26 nas intenções de voto).
Não, vocês não estão lendo uma ficção de George Orwell. Ressalvada até mesmo a desconfiança naturalmente suscitada por toda informação política procedente da família Folha – o que os números da pesquisa apontam é para a invencível habilidade do governador tucano em surfar por cima das piores tormentas como elas fossem meras marolinhas.
Geraldo Alckmin é um fenômeno. É como se uma armadura indestrutível blindasse a sua imagem de administrador e de político, por mais que ele fracasse tanto quanto administrador tanto como politico. São as crises que, por ironia, engordam seu prestígio. São Paulo vive uma feroz crise de insegurança. A criminalidade deita e rola. Alckmin não faz nada senão esbravejar, com articulação de fonoaudióloga. Resultado: a popularidade dele cresce.
A mediocridade do governo Alckmin é tão espantosa que beira a invisibilidade. O que me faz supor que, se ele próprio não é nada senão uma enguia ensaboada, ao eleitor dele não cabe inculpar nem desinformação nem ignorância. Ao contrário, começo a achar que é um raciocínio de superior sofisticação o que faz São Paulo se encantar com um sujeito que, depois de oito anos como inquilino do Palácio dos Bandeirantes, tem brilhado apenas pela omissão.
A maior parte do eleitorado de São Paulo – sugere o Datafolha – torce, assim como os redutos mais reacionários da Flórida e do Tennessee, pelo Tea Party. No espectro do sonho do Estado mínimo, viceja a ideia de que o bom gestor público é aquele que não aparece. Melhor sumir de vista do que ficar incomodando as pessoas com propostas novas e criativas na área da saúde, do transporte, da segurança. No melhor figurino do laissez-faire, deixa que as pessoas se virem por si mesmas.
Houve um momento em que cheguei a vislumbrar em Geraldo Alckmin o cavanhaque e as polainas de Washington Luís, acabado retrato da oligarquia paulista. Não – ele se modernizou além das gravatas e do corte dos ternos. Nesse Estados Unidos do século XXI que crê que o homem foi contemporâneo dos dinossauros e que pode haver um terrorista islâmico nos espreitando debaixo da cama, Geraldo Alckmin faria bela figura como compagnon de route de Sarah Palin e de Bill O’Reilly.
Carta Capital
Não, vocês não estão lendo uma ficção de George Orwell. Ressalvada até mesmo a desconfiança naturalmente suscitada por toda informação política procedente da família Folha – o que os números da pesquisa apontam é para a invencível habilidade do governador tucano em surfar por cima das piores tormentas como elas fossem meras marolinhas.
Geraldo Alckmin é um fenômeno. É como se uma armadura indestrutível blindasse a sua imagem de administrador e de político, por mais que ele fracasse tanto quanto administrador tanto como politico. São as crises que, por ironia, engordam seu prestígio. São Paulo vive uma feroz crise de insegurança. A criminalidade deita e rola. Alckmin não faz nada senão esbravejar, com articulação de fonoaudióloga. Resultado: a popularidade dele cresce.
A mediocridade do governo Alckmin é tão espantosa que beira a invisibilidade. O que me faz supor que, se ele próprio não é nada senão uma enguia ensaboada, ao eleitor dele não cabe inculpar nem desinformação nem ignorância. Ao contrário, começo a achar que é um raciocínio de superior sofisticação o que faz São Paulo se encantar com um sujeito que, depois de oito anos como inquilino do Palácio dos Bandeirantes, tem brilhado apenas pela omissão.
A maior parte do eleitorado de São Paulo – sugere o Datafolha – torce, assim como os redutos mais reacionários da Flórida e do Tennessee, pelo Tea Party. No espectro do sonho do Estado mínimo, viceja a ideia de que o bom gestor público é aquele que não aparece. Melhor sumir de vista do que ficar incomodando as pessoas com propostas novas e criativas na área da saúde, do transporte, da segurança. No melhor figurino do laissez-faire, deixa que as pessoas se virem por si mesmas.
Houve um momento em que cheguei a vislumbrar em Geraldo Alckmin o cavanhaque e as polainas de Washington Luís, acabado retrato da oligarquia paulista. Não – ele se modernizou além das gravatas e do corte dos ternos. Nesse Estados Unidos do século XXI que crê que o homem foi contemporâneo dos dinossauros e que pode haver um terrorista islâmico nos espreitando debaixo da cama, Geraldo Alckmin faria bela figura como compagnon de route de Sarah Palin e de Bill O’Reilly.
Carta Capital
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