sexta-feira, 28 de junho de 2013

FHC é o novo "imortal" da direita














Altamiro Borges

A Academia Brasileira de Letras (ABL), a cada dia mais midiatizada e reduto dos conservadores, confirmou nesta quinta-feira (27) a escolha do ex-presidente FHC para ocupar a cadeira de número 36 da decrépita instituição, sucedendo o escritor João de Scantimburgo, falecido em março passado. Sem concorrentes na disputa, o grão-tucano recebeu 34 dos 39 votos. Após o anúncio do resultado, FHC recebeu convidados para uma festança na Fundação Eva Klabin, no luxuoso bairro da Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro.

Com a eleição, FHC se torna o novo "imortal" da ABL e da direita nativa. O presidente de honra do PSDB deixou a academia e os livros nos anos 1970 para se tornar uma liderança da burguesia "moderna" do Brasil. Ele quase enterrou sua carreira política ao aceitar o ingresso no governo de Fernando Collor de Mello, que foi destronado num processo de impeachment. Na sequência, ele foi eleito presidente com base num nítido programa neoliberal de desmonte do Estado, da nação e do trabalho.

No seu reinado, o Brasil bateu recordes de desemprego, os salários foram brutalmente arrochados e as leis trabalhistas do período varguista foram flexibilizadas - aumentando brutalmente a precarização do trabalho. Poderosas estatais foram entregues a preço de banana às multinacionais, num processo de "privataria" que até hoje não foi alvo de investigações e contou sempre com a cumplicidade da mídia privatista. O Brasil se transformou no paraíso do capital financeiro, no reino dos rentistas. O neoliberalismo vingou na era FHC!

Derrotado e rejeitado nas urnas, o tucano passou a ser o principal mentor da oposição direitista e golpista. Na chamada crise do mensalão, FHC defendeu abertamente o "sangramento" do ex-presidente Lula e apostou todas as suas fichas na desestabilização do governo. Apesar dos esforços, o líder do PSDB foi derrotado mais duas vezes no seu projeto de retorno dos neoliberais ao poder central. Serra e Alckmin até tentaram afastá-lo dos palanques e das telinhas da tevê, mas não conseguiram e foram derrotados nas urnas. 

Nos últimos dias, ele voltou a ganhar os holofotes da mídia amiga, tentando pegar carona nos protestos de rua que agitam o país. Com a eleição de hoje, sem rivais e num colégio eleitoral conservador e elitista, FHC confirma a condição de maior líder da oposição midiática e partidária e se torna um "imortal" da direita!



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