22 de Jun de 2013 | 19:34
Identificado como um criminoso condenado, que cumpria sentença de dois anos e quatro meses por furto, em regime semi-aberto, o homem que atirou coquetéis molotov contra o prédio do Itamaraty é preciso, agora, saber quem o contratou.
Já chega desta história de mostrar “mauricinhos” arruaceiros, um após
outro, como se estivessem ali espontaneamente, depredando e, depois,
chorando lágrimas de arrependimento por suas transgressões.
Vá lá que muitos sejam apenas isso, mesmo.
Mas um homem com cinco pasagens pola polícia e duas condenações por
furto, em regime prisional beneficiado não estava ali apenas “porque um
amigo convidou”.
Nove em dez pessoas acharão óbvio que alguém tenha contratado alguém
com este “currículo” para, literalmente, tacar fogo nos acontecimentos.
Quem foi?
Ataque a bombas a um prédio federal é crime federal, cuja investigação é dever da Polícia Federal.
O problema é que a nossa Polícia Federal, tão eficiente e pressurosa –
como deve ser, aliás – em investigar os “malfeitos” dentro do Governo
parece ser vítima de uma abulia imensa quando se trata de investigar os
sabotadores do convívio democrático.
Estamos esperando até agora que apareçam as ligações telefônicas que originaram a corrida aos saques do Bolsa-Família.
O ministro José Eduardo Cardoso mandou algumas dezenas de policiais
da Força Nacional de Segurança para Minas Gerais. Nada a opor, se eles
fossem desempenhar missões de coordenação e de proteção aos inúmeros
dirigentes envolvidos na realização de partidas da Copa das
Confederações.
Mas, no primeiro dia de ação, o que se viu foi estas tropas serem
empregadas como cordão de isolamento e linha de confronto diante de
manifestantes, papel que cabia à Polícia Militar do Estado.
Nenhuma razão, a não ser que se deseje atirar nas costas do Governo
Federal o ônus do enfrentamento e, pior, da eventualidade de riscos à
vidas humanas.
O ministro José Eduardo Cardoso, que aparece sempre muito bem
arrumado e penteado nas suas aparições públicas podia esmerar-se mais
nas suas funções do que com seu visual.
Afinal, o que está em jogo não é uma tolice, mas a democracia que custou décadas de luta à minha geração.
Ah, e não sei se o Ministro percebeu: o Governo eleito pelo povo que, sabe-se lá porque, o mantém no Ministério da Justiça.
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