Só ela tem poder e
autoridade para restabelecer a ordem; cenas de destruição diárias têm
potencial para arruinar a imagem do País num momento crítico; Itamaraty
em chamas e um repórter com uma bala de borracha na testa foram as
imagens mais fortes do dia; se, dias atrás, o “Brasil amanheceu mais
forte”, como disse a presidente, hoje ele está mais fraco, muito mais
fraco; festival de irresponsabilidade da mídia, sobretudo da Globo, que
narra os protestos como se fosse um desfile de Carnaval, contribui para o
avanço da violência
247 - Neste exato momento, em que o Palácio do
Itamaraty, um dos símbolos de Brasília e uma joia da arquitetura de
Oscar Niemeyer, está sendo atacado por manifestantes e chegou a ter
focos de incêndio, a presidente Dilma Rousseff despacha com as ministras
Gleisi Hoffmann e Ideli Salvatti, no Palácio do Planalto. Pela TV, ela
acompanha a evolução dos protestos, mas o Palácio do Planalto ainda não
tomou uma decisão sobre o que fazer.
Numa das maiores manifestações de protesto da história do País, que
mobiliza cerca de 1 milhão de pessoas em mais de uma centena de cidades,
ainda não se ouviu uma palavra da presidência da República. Ocorre que
só Dilma, e mais ninguém, tem poder e autoridade para restabelecer a
ordem pública, num momento crítico, em que os olhos do mundo estão
voltados para o País. A reivindicação inicial dos manifestantes, que era
a redução das tarifas de ônibus, já foi atendida. De resto, há apenas
demandas difusas, contra as quais ninguém é contra. Mais saúde, mais
educação e menos corrupção.
No rastro de violência, um repórter da GloboNews, Pedro Vedova, foi
atingido por uma bala de borracha. Carros de TV da Record e do SBT já
foram incendiados. Neste momento, a sede do jornal O Globo, no Rio
também está cercada por manifestantes. No entanto, na Globo, cobrem-se
as manifestações, que descambam para a barbárie, como se o Brasil
estivesse diante de um desfile de Carnaval.
Em São Paulo, a Rodovia Castelo Branco foi interditada nos dois
sentidos. O Rodoanel também chegou a ser fechado e milhares de
trabalhadores levarão cinco, seis horas ou mais para retornar a seus
lares.
Depois do primeiro dia de protestos intensos, a presidente Dilma
Rousseff afirmou que "o Brasil amanheceu mais forte". Hoje, ele está
mais fraco.
E amanhã exigirá um mínimo de ordem.
Brasil 247
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