Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Reino
Unido, Antonio Patriota e William Hague, conversaram na tarde de hoje
(19), por telefone, sobre a detenção do brasileiro David Miranda no
Aeroporto de Heatrow, em Londres. Patriota e Hague definiram que
representantes dos dois países permanecerão em contato na busca de uma
solução para o impasse envolvendo o assunto. Em comunicado de dois
parágrafos, a embaixada britânica informa sobre a conversa, mas ressalta
que o assunto está sob responsabilidade da polícia londrina.
“O ministro das Relações Exteriores britânico [Wiliam Hague] teve uma
conversa particular com o ministro das Relações Exteriores do Brasil,
Antonio Patriota, sobre a detenção de David Miranda durante uma ligação
telefônica esta tarde [19]. Eles concordaram que representantes dos
governos brasileiro e britânico permanecerão em contato sobre o assunto.
Esta continua sendo uma questão operacional da Polícia Metropolitana de
Londres”, diz a nota.
Em seguida, a embaixada reitera que as relações com o Brasil são
intensas e de estreita parceria: “O Reino Unido e o Brasil têm uma forte
relação bilateral. Nós trabalhamos em estreita parceria em diversas
áreas, incluindo comércio e investimento, educação e energia.
Continuamos a discutir uma vasta gama de questões de importância mútua
para a política externa e para a agenda de segurança internacional”, diz
o embaixador britânico, Alex Ellis, no comunicado.
De manhã, Patriota disse que a detenção de Miranda, ontem (18)
durante nove horas, no Aeroporto de Heathrow, não se justifica. Miranda é
companheiro do jornalista do diário inglês The Guardian, Glenn Greenwald, que divulgou informações sobre o esquema de espionagem do governo norte-americano.
“Espero que não volte a acontecer. Hoje mesmo deverei conversar com o
chanceler William Hague, do Reino Unido”, disse o chanceler brasileiro,
que, em discurso no Rio na manhã de hoje, condenou os “desmandos e
desvios” que vêm sendo cometidos em nome do combate ao terrorismo no
mundo. Segundo Patriota, há vários exemplos desse tipo de desmando,
entre eles o enquadramento de pessoas mesmo sem justificativa alguma
para a suspeita de envolvimento delas com o terrorismo.
“Continuamos a assistir alguns desmandos e desvios nessa questão do
combate ao terrorismo. Reconhecemos que é um combate legítimo, que
precisa ser articulado de forma a impedir que vidas inocentes sucumbam a
atos de violência gratuita, mas também precisa se inspirar nos ideais
de multilateralismo, direito internacional e racionalidade”, acrescentou
Patriota.
Agência Brasil
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