Clima de revolta no meio jornalístico; com os
jurados Ricardo Setti (Veja), Marcus Emilio Gonçalves (ex-editor de
Veja), José Marcio Mendonça (economista ligado ao PSDB), Matinas Suzuki
(ex-Folha) e Kristina Michahelles (ex-Veja), Prêmio Esso evita conferir o
grande prêmio do ano à série de reportagens da Istoé sobre o escândalo
Siemens e Alstom; denúncias reabriram investigação suíça, colocaram sob
suspeita o promotor Rodrigo de Grandis e já causaram bloqueios judiciais
de R$ 60 milhões – repita-se SESSENTA MILHÕES DE REAIS – dos suspeitos;
no julgamento, Setti tratou caso como "irrelevante" e a Esso preferiu
se desmoralizar de vez
247 - O clima é
de revolta no meio jornalístico. Havia praticamente a certeza de
vitória pela 58ª Edição do Prêmio Esso de Jornalismo para a série de
reportagens publicada pela revista Istoé sobre o chamado propinoduto
tucano. As denúncias sobre o esquema de propina entre multinacionais,
servidores públicos e políticos do PSDB em licitações do transporte
ferroviário do Estado de São Paulo, no entanto, não receberam o
prestígio dos jurados. O motivo: o júri era prodominantemente tucano,
formado por profissionais ligados à revista Veja. O mais notório deles,
Ricardo Setti, em vários momentos, desqualificou as reportagens,
tratando-as como "irrelevantes".
No entanto, desde que a série
começou a ser publicada, várias consequências práticas já ocorreram. A
mais importante foi a abertura da investigação suíça, que foi engavetada
durante dois anos pelo procurador Rodrigo de Grandis – aliás, ele
próprio será investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público
por prevaricação. Além disso, R$ 60 milhões – repita-se SESSENTA MILHÕES
DE REAIS – dos suspeitos foram bloqueados.
O escândalo de grandes proporções,
que envolve principalmente as empresas Siemens e Alstom, ocorreu durante
os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin no
Estado. As reportagens sobre o caso provocaram um dos maiores escândalos
em governos ligados ao PSDB.
Entre os jurados da fase final,
estavam Ricardo Setti, colunista de Veja, Marcus Emilio Gonçalves,
ex-editor de Veja, José Marcio Mendonça, economista ligado ao PSDB,
Kristina Michaellis, ex-Veja, e Matinas Suzuki, ex-Folha.
Brasil 247
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