Monica Yanakiew
Repórter da Agência Brasil/EBC
Repórter da Agência Brasil/EBC
Buenos Aires – Os argentinos decidem hoje (11) que candidatos
disputarão as próximas eleições legislativas – um passo importante para
definir o mapa político dos últimos dois anos de governo da presidenta
Cristina Kirchner e a sucessão presidencial de 2015.
Desde cedo, 30,5 milhões de eleitores foram às urnas para votar nas
primárias dos partidos políticos que, na Argentina, são simultâneas e
obrigatórias. A ideia é permitir ao cidadão comum maior participação no
processo de escolha de seus representantes. No entanto, a maioria dos
partidos e das coligações partidárias apresentou chapa única, com nomes
dos candidatos para metade das vagas da Câmara dos Deputados e para um
terço do Senado.
As pesquisas de opinião e analistas políticos coincidem em que o
governo deve manter a maioria na Câmara dos Deputados. O partido
governista Frente pela Vitoria (FPV) tem hoje 135 dos 257 deputados
federais (112 próprios e 23 aliados). Apenas a minoria dessas vagas (34
próprias e 13 aliadas) serão renovadas em outubro.
Já no Senado, a vantagem é menor: o governo conta com 40 dos 72
senadores (33 próprios e 7 aliados). Destes, 24 (12 próprios e 3
aliados) vão disputar as eleições legislativas. Mas mesmo que assegure a
maioria no Congresso, Cristina Kirchner dificilmente conseguirá os dois
terços necessários para mudar a Constituição e disputar um terceiro
mandato presidencial, como querem alguns de seus simpatizantes.
A grande disputa nas primárias será entre os candidatos a deputado
federal da província de Buenos Aires – que é de longe o maior distrito
eleitoral do país e terá peso importante nas eleições presidenciais de
2015. O sistema eleitoral argentino é proporcional e por meio de lista
fechada: quem lidera as chapas que forem escolhidas hoje (11) puxa os
votos para os demais.
Buenos Aires está entre os dois terços das províncias que não
renovarão suas bancadas no Senado este ano. Em compensação, Sergio Massa
– que é hoje o presidenciável mais popular, segundo as últimas
pesquisas de opinião – encabeça a lista de candidatos a deputado federal
do partido oposicionista Frente Renovadora. Massa era aliado de
Cristina Kirchner e já pertenceu à FPV, cuja chapa, nas primárias, é
liderada por Martin Insaurralde.
Tanto Massa, quanto Insaurralde tem a vitória assegurada nas
primárias – até porque nenhum dos dois enfrenta concorrência dentro do
próprio partido. Mas o número de votos que cada um obterá vai servir
para medir a popularidade do governo e da oposição nas eleições
presidenciais de 2015.
Agência Brasil

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