Nova reportagem da revista mostra que servidores
de primeiro e segundo escalões da administração paulista envolvidos no
cartel do metrô são ligados aos principais líderes tucanos no Estado;
eles atuaram sob o comando de dois homens de confiança de Serra e
Alckmin, seus secretários de Transportes Metropolitanos, José Luiz
Portella e Jurandir Fernandes
247 – A revista Istoé volta a tratar das
investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do
Ministério Público sobre o cartel do metrô em São Paulo na edição desta
semana. Segundo a matéria, quadros importantes do PSDB levaram propinas
e irrigaram campanhas eleitorais com recursos públicos.
“O esquema paulista distingue-se pelo pioneirismo (começou a
funcionar em 1998, em meio ao governo do tucano Mário Covas), duração,
tamanho e valores envolvidos – quase meio bilhão de reais drenados
durante as administrações tucanas. Porém, ainda mais importante, o
escândalo do Metrô em São Paulo já tem identificada a participação de
agentes públicos ligados ao partido instalado no poder”, diz a
reportagem
Ao contrário do que afirmaram o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso e o ex-governador José Serra na quinta-feira 15, servidores de
primeiro e segundo escalões da administração paulista envolvidos no
escândalo são ligados aos principais líderes tucanos no Estado. Isso já
está claro nas investigações.
A Istoé informa que pelo menos cinco autoridades estão envolvidas no
propinoduto. Eles teriam firmado contratos irregulares ou intermediado o
recebimento de suborno, atuaram sob o comando de dois homens de
confiança de José Serra e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin:
seus secretários de Transportes Metropolitanos. José Luiz Portella,
secretário de Serra, e Jurandir Fernandes, secretário de Alckmin,
chefiaram de perto e coordenaram as atividades dos altos executivos
enrolados na investigação. O grupo é composto pelos técnicos Décio
Tambelli, ex-diretor de operação do Metrô e atualmente coordenador da
Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões da Secretaria de
Transportes Metropolitanos, José Luiz Lavorente, diretor de Operação e
Manutenção da CPTM, Ademir Venâncio, ex- diretor de engenharia da
estatal de trens, e os ex-presidentes do metrô e da CPTM, José Jorge
Fagali e Sérgio Avelleda.
Segundo documentos em poder do CADE e Ministério Público, estes cinco
personagens, afamados como bons quadros tucanos, se valeram de seus
cargos nas estatais paulistas para atender, ao mesmo tempo, aos
interesses das empresas do cartel na área de transporte sobre trilhos e
às conveniências políticas de seus chefes. Em troca de benefícios para
si ou para os governos tucanos, forneciam informações privilegiadas,
direcionavam licitações ou faziam vista grossa para prejuízos
milionários ao erário paulista em contratos superfaturados firmados pelo
metrô. As investigações mostram que estes técnicos do Metrô e da CPTM
transitaram pelos governos de Serra e Alckmin operando em maior ou menor
grau, mas sempre a favor do esquema.
Brasil 247
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