Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão
no Supremo Tribunal Federal (STF), disse hoje (20) que a presença dele
no Tribunal incomoda alguns veículos da imprensa. Sem citar nomes, o
ministro também criticou a cobertura jornalística do julgamento.
“Gostaria de corrigir umas bobagens que foram ditas na imprensa. Há
muita intolerância no Brasil. E para alguns periódicos neste país,
incomoda muito a minha presença neste Tribunal”, disse Barbosa, em
entrevista coletiva após sessão plenária desta segunda-feira.
O ministro acredita que a imprensa polarizou de forma equivocada o
debate sobre o formato de julgamento do mensalão, o que classificou como
“falta de assunto” e “grande bobagem”. O plenário acabou acatando a
proposta de Barbosa, que fatiou o julgamento por capítulos, em
detrimento da proposta do revisor Ricardo Lewandowski, que defendia a
leitura do voto de cada ministro por inteiro.
De acordo com Barbosa, não havia mistério sobre a disposição de seu
voto, pois ele tornou seus critérios públicos em junho, em reunião
administrativa para discutir o cronograma de julgamento da ação penal.
Ele ainda disse que ocupou um posto "marginal" na discussão ocorrida na
última quinta-feira (16) sobre a metodologia do julgamento, e que o
debate mais robusto foi travado entre os ministros Carlos Ayres Britto,
Ricardo Lewandowski, Luiz Fux e Gilmar Mendes.
Barbosa ainda disse que pode mudar seu ponto de vista após exposição
dos colegas e que cabe apenas ao presidente decidir se o ministro Cezar
Peluso deve antecipar seu voto. “Não é da minha alçada, é da alçada do
presidente. Minha preocupação aqui é proferir um voto, se eu estiver na
presidência eu decidirei”.
Peluso se aposenta compulsoriamente no próximo dia 3 de setembro, e a
última sessão dele na Corte será no dia 30 de agosto. O ministro só
conseguirá votar por completo caso se antecipe ao relator e ao revisor. O
regimento do STF abre brecha para o adiantamento do voto, mas a manobra
é tratada como exceção.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário