Débora Zampier e Heloisa Cristaldo
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Em uma sequência rápida de votos, no final desta
quarta-feira (22), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal
Federal (STF), votou pela condenação de Marcos Valério, Cristiano Paz e
Ramon Hollerbach pelos crimes de corrupção ativa e peculato. O revisor
do processo do mensalão deu o segundo voto pela condenação do grupo,
somando-se ao entendimento do relator Joaquim Barbosa.
O ministro levou poucos minutos para apresentar as “graves
irregularidades" cometidas pelo grupo de publicitários na condução dos
negócios da DNA Propaganda, Graffiti e SMP&B Comunicação. Para
Barbosa, a conduta das empresas deve ser vista em conjunto, pois,
segundo investigações da Polícia Federal, elas atuavam “em um sistema
quase de vasos comunicantes”.
Segundo o revisor, Hollerbach e Ramon também devem ser condenados não
só porque eram sócios de Valério, mas porque “há elementos probatórios
seguros” de que eles tinham pleno conhecimento e concordavam com as
atividades ilegais desenvolvidas nas agências de publicidade. “A divisão
de tarefas era formal. A empresa era tocada a três mãos, prova disso é
que tinha aprovação em conjunto dos três e pelo menos duas assinaturas
nos cheques”, disse o revisor.
Com argumentos semelhantes já apresentados em relação ao réu Henrique
Pizzolato, Lewandowski entendeu que o grupo corrompeu o ex-dirigente do
Banco do Brasil para adiantar ilegalmente R$ 73 milhões em contratos de
publicidade, oferecendo em contrapartida R$ 326 mil.
Assim como Pizzolato, o grupo publicitário também foi condenado duas
vezes pelo crime de peculato. O primeiro, pelo desvio de R$ 2,5 milhões
do chamado bônus de volume, que deveria ser repassado ao Banco do
Brasil. O segundo caso de peculato diz respeito ao desvio de dinheiro do
fundo Visanet.
Lewandowski deixou para amanhã (23) a análise das acusações de desvios
de dinheiro público da Câmara dos Deputados. O principal acusado nesse
item é o deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP).
Agência Brasil
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