Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em meio a controvérsias sobre o asilo político concedido ao australiano Julian Assange, fundador do site
Wikileaks, o presidente do Equador, Rafael Correa, determinou empenho
de seus embaixadores nas negociações para adesão do país ao Mercado
Comum do Sul (Mercosul). A exemplo da Venezuela, que se integrou
recentemente, o Equador quer fazer parte do bloco e busca enquadrar-se
nas normas, mas apela para ter um tratamento diferenciado, que leve em
consideração a economia e o tamanho do país.
O embaixador do Equador no Brasil, Horacio Sevilla-Borja, disse à Agência Brasil que
o esforço é para compatibilizar a participação do país na Comunidade
Andina das Nações (CAN) e no Mercosul. A iniciativa foi exposta em uma
reunião no mês passado, em Buenos Aires. A próxima conversa ocorre até
15 de setembro, em Quito, capital equatoriana.
“O Equador disse que 'sim', que interessa fazer parte do Mercosul.
Mas não é simples. Temos muitas perguntas que ainda precisam de
respostas, como a questão de compatibilizar as normas da CAN e do
Mercosul e as possibilidades que serão dadas ao Equador”, disse
Sevilla-Borja.
Segundo o embaixador, mesmo com essas dúvidas, há um empenho
coletivo para apressar os estudos técnicos e acelerar as questões
burocráticas para incorporação do Equador ao Mercosul. Para que adesão
se efetive , é necessário que os parlamentos de todos os países que
integram o bloco – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela –
aprovem o ingresso dos equatorianos.
Em dezembro do ano passado, Correa deu o pontapé inicial na Cúpula
do Mercosul, em Montevidéu, onde conversou com os presidentes Dilma
Rousseff, do Brasil, Cristina Kirchner, da Argentina, José Pepe Mujica,
do Uruguai, e Fernando Lugo, que ainda governava o Paraguai.
Não há estimativa sobre quanto tempo levarão as articulações para a
adesão do Equador ao Mercosul. O processo da Venezuela demorou seis anos
porque houve resistências de parlamentares no Paraguai e no Brasil. O
Brasil aprovou a incorporação dos venezuelanos ao grupo, mas o Paraguai
não chegou sequer a votar, simplesmente por falta de acordo entre os
parlamentares.
Em 20 de dezembro do ano passado, Dilma, Cristina Kirchner, Mujica e
Lugo autorizaram o início dos trabalhos para a adesão da Venezuela. No
anexo do Documento 38/11, foi publicada a decisão de criar um grupo de
trabalho que irá definir os termos da incorporação do Equador como
membro pleno do Mercosul.
No mesmo texto, a orientação é para que os negociadores do grupo de
trabalho ad hoc observem as necessidades e interesses de todos os países
envolvidos e os regulamentos do bloco. Os negociadores vão se debruçar,
sobretudo, sobre as questões referentes às tarifas e nomenclaturas. O
próximo país a iniciar negociações para incorporação ao Mercosul deverá
ser a Bolívia. O convite já foi feito ao presidente boliviano, Evo
Morales.
Agência Brasil
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