A notícia publicada pela Agência Brasil
neste domingo (5.8) de que até 15 de setembro ocorrerá a reunião do
grupo de trabalho que analisará a adesão do Equador ao MERCOSUL deixa
claro que a verdadeira integração que estamos buscando é a
sul-americana. E também que a Comunidade Andina das Nações (CAN, formada
por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru) é a porta de entrada para a
incorporação de fato da região a um mercado comum com base no MERCOSUL.
Daí a importância da adesão da Venezuela e agora dos estudos para que o
Equador venha a fazer parte da nossa comunidade econômica.
Se a Colômbia e o Peru evoluirem para uma posição de adesão ao bloco, faltarão apenas Bolívia, Chile e Guianas para a integração de todos os países do sub-continente. Não devemos esquecer, também, que Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia já são estados associados ao MERCOSUL, o que é um primeiro passo para uma futura adesão.
A Comunidade
Andina das Nações tem um banco de desenvolvimento o CAF, corporação de
fomento andino, similar ao BNDES. É um importante instrumento de
integração. Mas, nos últimos anos, o bloco sofreu várias crises e
cisões. Todas políticas. Além disso, os tratados de livre comércio
assinados com os Estados Unidos enfraqueceram a dinâmica
integracionista.
Mas a própria dinâmica das economias da região
aponta para a integração, além do fato de que a realidade mundial
empurra as economias desses países para um maior comércio e
investimentos mútuos. O que falta, então? A decisão política. Que, por
sinal, ficou mais fácil com as mudanças políticas no Peru e na Colômbia.
Primeiro passo foi em dezembro de 2011
Quanto
ao Equador, o primeiro passo foi dado pelo presidente Rafael Correa em
dezembro do ano passado, em Montevidéu, no Uruguai, durante a Cúpula do
Mercosul. Correa conversou com as presidentas Dilma Rousseff, Cristina
Kirchner (Argentina) e com os presidentes José Pepe Mujica (Uruguai) e
Fernando Lugo (Paraguai), que ainda estava no governo.
Os
negociadores brasileiros não conseguem estimar quanto tempo levará para
que as articulações para a adesão do Equador ao MERCOSUL cheguem a um
bom termo. O processo da Venezuela levou seis anos pq houve resistências
de parlamentares (os Senados, mais especificamente) no Brasil e no
Paraguai. Brasília finalmente aprovou a incorporação dos venezuelanos ao
grupo. Assunção não chegou a votar, por ausência de acordo entre os
parlamentares. Mas, atualmente os paraguaios estão suspensos do bloco
por causa do golpe contra Fernando Lugo.
Dilma, Cristina e
Mujica criaram o grupo de trabalho (GT) que irá definir os termos para a
incorporação do Equador como membro pleno do MERCOSUL. No mesmo texto
em que se estabeleceu a criação do GT, a orientação é para que os
negociadores do Grupo de Trabalho Ad Hoc observem as necessidades e
interesses de todos os países envolvidos e os regulamentos do bloco.
Os
negociadores vão se debruçar, sobretudo, sobre as questões referentes
às tarifas e nomenclaturas. Ao mesmo tempo, o presidente do Equador,
Rafael Correa analisa com seu grupo político como poderá compatibilizar a
adesão do Equador ao MERCOSUL e sua participação, simultaneamente, na
Comunidade Andina das Nações (CAN), bloco do qual o Equador acabou de
assumir a presidência temporária.
(Foto: Marcello Casal Jr./ABr)
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