segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Integração que o Brasil busca é a sul-americana

A notícia publicada pela Agência Brasil neste domingo (5.8) de que até 15 de setembro ocorrerá a reunião do grupo de trabalho que analisará a adesão do Equador ao MERCOSUL deixa claro que a verdadeira integração que estamos buscando é a sul-americana. E também que a Comunidade Andina das Nações (CAN, formada por Bolívia, Colômbia, Equador e Peru)  é a porta de entrada para a incorporação de fato da região a um mercado comum com base no MERCOSUL. Daí a importância da adesão da Venezuela e agora dos estudos para que o Equador venha a fazer parte da nossa comunidade econômica.


Se a Colômbia e o Peru evoluirem para uma posição de adesão ao bloco, faltarão apenas Bolívia, Chile e Guianas para a integração de todos os países do sub-continente. Não devemos esquecer, também, que Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia já são estados associados ao MERCOSUL, o que é um primeiro passo para uma futura adesão.


A Comunidade Andina das Nações tem um banco de desenvolvimento o CAF, corporação de fomento andino, similar ao BNDES. É um importante instrumento de integração. Mas, nos últimos anos, o bloco sofreu várias crises e cisões. Todas políticas. Além disso, os tratados de livre comércio assinados com os Estados Unidos enfraqueceram a dinâmica integracionista.


Mas a própria dinâmica das economias da região aponta para a integração, além do fato de que a realidade mundial empurra as economias desses países para um maior comércio e investimentos mútuos. O que falta, então? A decisão política. Que, por sinal, ficou mais fácil com as mudanças políticas no Peru e na Colômbia.


Primeiro passo foi em dezembro de 2011

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Rafael Correa
Quanto ao Equador, o primeiro passo foi dado pelo presidente Rafael Correa em dezembro do ano passado, em Montevidéu, no Uruguai, durante a Cúpula do Mercosul. Correa conversou com as presidentas Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e com os presidentes José Pepe Mujica (Uruguai) e Fernando Lugo (Paraguai), que ainda estava no governo.

Os negociadores brasileiros não conseguem estimar quanto tempo levará para que as articulações para a adesão do Equador ao MERCOSUL cheguem a um bom termo. O processo da Venezuela levou seis anos pq houve resistências de parlamentares (os Senados, mais especificamente) no Brasil e no Paraguai. Brasília finalmente aprovou a incorporação dos venezuelanos ao grupo. Assunção não chegou a votar, por ausência de acordo entre os parlamentares. Mas, atualmente os paraguaios estão suspensos do bloco por causa do golpe contra Fernando Lugo.

Dilma, Cristina e Mujica criaram o grupo de trabalho (GT) que irá definir os termos para a incorporação do Equador como membro pleno do MERCOSUL. No mesmo texto em que se estabeleceu a criação do GT, a orientação é para que os negociadores do Grupo de Trabalho Ad Hoc observem as necessidades e interesses de todos os países envolvidos e os regulamentos do bloco.

Os negociadores vão se debruçar, sobretudo, sobre as questões referentes às tarifas e nomenclaturas. Ao mesmo tempo, o presidente do Equador, Rafael Correa analisa com seu grupo político como poderá compatibilizar a adesão do Equador ao MERCOSUL e sua participação, simultaneamente, na Comunidade Andina das Nações (CAN), bloco do qual o Equador acabou de assumir a presidência temporária.
(Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Blog do Zé Dirceu

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