Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A presidenta Dilma Rousseff disse hoje (1º) que o
Brasil provou ser capaz de cumprir o papel do desenvolvimento cientifico
e tecnológico na área de defesa, com a inauguração da Unidade de
Fabricação de Estruturas Metálicas (Ufem) – primeira etapa para a
construção de submarinos. A fábrica faz parte do Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha. A infraestrutura
servirá para a construção e manutenção de cinco submarinos.
“Com este empreendimento entramos em um seleto grupo, dos
integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas com acesso ao
submarino nuclear”, destacou Dilma, ao ressaltar que atualmente, a
tecnologia de propulsão nuclear é dominada apenas pela China, pelos
Estados Unidos, pela França, Inglaterra e Rússia – membros permanentes
do órgão. Atualmente o Brasil não integra o Conselho de Segurança da
ONU. “Uma indústria da defesa é uma indústria da paz, mas, sobretudo, do
conhecimento. Aqui se produz tecnologia e tem um poder imenso de
difundir tecnologia”, completou a presidenta durante a inauguração da Ufem, em Itaguaí, município da região metropolitana do Rio.
O investimento – que inclui a construção da Ufem, do estaleiro e da
base naval, que abrigará os submarinos – será R$ 7,8 bilhões até 2017. O
programa foi iniciado em 2008, resultado de uma cooperação entre o
Brasil e a França que prevê transferência de tecnologia e criação de
consórcios entre empresas dos dois países. Dos cinco submarinos
previstos, quatro serão movidos a motor diesel-elétrico e um com reator
para propulsão nuclear, que é mais autônomo e gera energia por mais
tempo. A planta de propulsão nuclear será desenvolvida com tecnologia
inteiramente nacional.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, declarou que a decisão de
implementar oprograma demonstra que o Brasil entendeu que a segurança
não é algo delegável. “Um país que quer ser autônomo e se firmar no
mundo deve cuidar da sua segurança. Se formos eternamente dependentes
daquilo que os outros nos fornecerem não teremos nossa autonomia, não
poderemos defender nossos recursos, nossa população e a nossa orientação
no mundo.”
Amorim também ressaltou que as ações vão gerar emprego e estimular a
indústria naval e nacional. De acordo com a Marinha, as construções vão
gerar 9 mil empregos diretos e 32 mil postos indiretos. O estaleiro de
construção está previsto para ser concluído em dezembro de 2014, a base
naval em 2017 e o primeiro dos quatro submarinos convencionais deve
começar a operar em 2017. Os demais submarinos convencionais devem ser
entregues em intervalos de 18 meses, e o de propulsão nuclear, depois de
2025, após testes no mar.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário