Jovem aos 53 anos,
segura e, sobretudo, alheia ao atual partidarismo do Judiciário, a
vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, se destaca entre os
candidatos ao cargo de Roberto Gurgel; mandato do procurador-geral da
República vence em julho e a presidente Dilma Rousseff deve escolher até
agosto o substituto de uma lista apresentada pela Associação Nacional
dos Procuradores da República (ANPR), na qual Deborah é a terceira
opção; nesta semana, subprocuradora trombou com Gurgel e Joaquim Barbosa
247 - Nos últimos dois dias, a
vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, ganhou o noticiário
ao contrariar o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e
confrontar o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa.
Deborah, que representa Gurgel durante esta semana, devido a viagem do
procurador-geral à Espanha, está entre os três candidatos a assumir a
Procuradoria-Geral da República a partir de julho, e tem demonstrado
posições pelo direito, de harmonia com o Congresso Nacional e sem a
politização que muitos enxergam em decisões como a do minitro Gilmar
Mendes, que interrompeu a tramitação do projeto de lei que inibe a
criação de partidos políticos.
Na última quarta-feira, durante o julgamento da liminar de Gilmar que
interrompeu a tramitação do projeto, Deborah se disse contra a
intromissão do Judiciário no processo legislativo, contrariando parecer
entregue por Gurgel ao STF. "Sinto muito, mas eu não posso me calar",
comentou. Quando consultado sobre o assunto, há alguns dias, Gurgel
disse que o projeto de lei "agride" a Constituição. Para sua substituta
temporária, contudo, impedir a tramitação do projeto é um "precedente
perigoso" (leia mais).
No dia seguinte, seria a vez de Deborah confrontar Joaquim Barbosa.
Questionada sobre a criação de mais quatro tribunais federais,
encaminhada por proposta de emenda à Constituição promulgada nesta
quinta-feira pelo Congresso Nacional, ela disse que concordava com o
encaminhamento. Crítico dos novos tribunais, Barbosa chegou a acusar
magistrados de agirem de forma "sorrateira" para aprová-la no Congresso.
"Eu já disse isso publicamente. Eu acho que a criação dos TRFs é um
desdobramento da interiorização da Justiça Federal", disse,
acrescentando que, se depender dela, não haverá questionamento. "Mas eu
não sei qual a posição do doutor Gurgel. Eu não vejo qualquer
inconstitucionalidade nessas PECs", acrescentou
Sucessão
A subprocuradora é uma das três candidatas escolhidas em lista
tríplice pela categoria para ocupar a chefia do Ministério Público a
partir de agosto. Em eleição feita, em abril, pela Associação Nacional
dos Procuradores da República (ANPR), o mais votado foi Rodrigo Janot,
com 511 dos 888 votos. Ela Wiecko ficou com 457 votos, e Deborah Duprat
aparece em terceiro, com 445 votos. Todos são subprocuradores-gerais.
Dilma vai escolher o sucessor de Gurgel até agosto, e não não precisa
seguir a indicação da ANPR. Nos dez anos do governo petista, contudo, a
tradição tem sido a escolha do mais votado pelos membros da classe.
A carioca Deborah Duprat, de 53 anos, atua no MPF desde 1987 e chegou
ao cargo de subprocuradora em 2003. É vice-procuradora-geral desde
2009, substituindo Roberto Gurgel nas sessões do Supremo. Ela é
conhecida por seu trabalho na área de direito indígena, e, em 2009,
passou 22 dias no posto de procuradora, tornando-se a primeira mulher a
comandar a PGR.
Como registra o Conjur.com, a passagem de Deborah pela chefia da Procuradoria-Geral da República foi meteórica e intensa.
Durante os 22 dias como procuradora-geral, ela desengavetou ação sobre
aborto de anencéfalos e ajuizou outros processos polêmicos no Supremo,
sobre a Marcha da Maconha, grilagem na Amazônia e união civil entre
homossexuais.
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