Por Marco Antonio L.
CPI do Cachoeira enviará provas e sigilos quebrados ao Ministério Público
Do Último Segundo (IG)Além do relatório, a comissão deverá mandar para o Ministério Público uma lista de empresas a serem investigadas; CPI termina em 22 de dezembro
Depois de prorrogarem os trabalhos da CPI do Cachoeira por 48 dias,
deputados e senadores decidiram enviar ao Ministério Público Federal,
além do relatório com as denúncias, todas as provas recolhidas e não
analisadas na comissão. Nesse rol estão sigilos quebrados de pessoas
físicas e jurídicas, além de uma lista de 29 empresas que teriam servido
ao esquema de corrupção e lavagem de dinheiro comandado pelo bicheiro
Carlinhos Cachoeira.
Essas empresas teriam recebido de forma direta ou indireta, dinheiro
da construtora Delta, apontada como integrante do esquema de Cachoeira.
“Há sigilos que foram quebrados que não foram analisados e há sigilos
para serem abertos. Nós vamos mandar tudo, não só o relatório com os
indícios de crime, mas também todas as provas reunidas”, informou o
deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), membro da comissão.
De acordo com o deputado, a decisão foi tomada em uma reunião com o
relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), e com o presidente dos
trabalhos, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Além de remeter as provas para o
Ministério Público, a CPI deverá indicar ainda um grupo de parlamentares
para acompanhar as investigações. “Muitas vezes, temos a quebra de
sigilo e não temos as condições de investigar tudo e fazer os
desdobramentos dessas investigações”, disse.
“Eu acho que o desdobramento desse trabalho da CPI que será feito
pelo Ministério Público em conjunto com a Polícia Federal vai
identificar valores e escândalos muito maiores do que os que foram
investigados até agora”, considerou o deputado.
Hoje, a prorrogação do prazo da CPI passou a valer, oficialmente, com
a leitura da decisão em plenário, feita pelo senador Aníbal Diniz
(PT-AC). A CPI, que terminaria no dia 4 de novembro, tem como prazo
final o dia 22 de dezembro. O prazo valerá para que o relator apresente
seu parecer. Odair Cunha disse que apresentará seu relatório final no
dia 20 de novembro para tentar aprová-lo até o final dos trabalhos.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que não participou da reunião
na qual se definiu o envio das provas colhidas ao Ministério Público. A
prorrogação da CPI não agradou a ele e a um grupo de senadores e
deputados que havia pedido mais seis meses de prazo. Taques chegou a
classificar a decisão como forma de enterrar a investigação. “Essa
prorrogação significa jogar o lixo para debaixo do tapete”, disse o
senador.
Na próxima semana, Taques, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e
os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR) pretendem
enviar ao Ministério Público um pedido de quebra de sigilo e de
investigação das 29 empresas suspeitas de fazerem parte do esquema.
“Vamos procurar mais apoio para esse requerimento. Essa investigação
terá que ser feita pelo Ministério Público porque, infelizmente, essa
CPI acabou em pizza”, disse Taques.
Blog do Luis Nassif
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