sábado, 6 de abril de 2013

Tucanos da Privataria em pânico: investigação desnuda políticos em paraísos fiscais

 O Jornal Nacional não deu esta notícia. Será por quê?

 O Jornal Nacional não deu esta notícia. Será por quê? Dois milhões de emails, relacionados principalmente com o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas [do livro "A Privataria Tucana"]  revelam negócios de várias personalidades do mundo inteiro em off-shores, locais onde circularão cerca de 32 biliões de dólares (32 milhões de milhões) livres de impostos. A revelação faz parte de uma investigação jornalística que começou a ser publicada esta quinta-feira em órgãos de comunicação social de todo o mundo, sob a égide do International Consortium of Investigative Journalists [ICIJ], uma associação sem fins lucrativos com sede em Washington.
Entre os envolvidos nestes emails estão vários políticos, banqueiros e homens de negócios, cujas atividades começaram ou começarão agora a ser escrutinadas em todo o mundo. Alguns exemplos:

• Jean-Jacques Augier, co-tesoureiro da campanha eleitoral de François Hollande, lançou uma distribuidora na China com base nas ilhas Caimão e tendo como sócio uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas.

• Um magnata da construção do Azerbaijão, Hassan Gozal, controla diversas entidades nos nomes das duas filhas do presidente do país.

• O marido de uma senadora canadiana depositou mais de 1,7 milhões de dólares num off-shore. Pagou as custas em dinheiro e pediu para que as comunicações escritas fossem reduzidas ao mínimo.

• A mais conhecida colecionadora de arte espanhola, a baronesa Carmen Thyssen-Bornemisza, usa off-shores para comprar quadros. Um dos cinco Van Gogh que adquiriu, Moinho de Água em Gennep, foi comprado através de uma sociedade nas ilhas Cook.

• Um dos clientes dos off-shores nos Estados Unidos é Denise Rich, ex-mulher do magnata do petróleo Marc Rich, que esteve envolvido em acusações de fuga aos impostos por parte do ex-Presidente Clinton. Denise Rich colocou 144 milhões de dólares no Dry Trust, nas ilhas Cook.

Para analisar os dois milhões de emails a que teve acesso, o ICIJ contou com jornalistas das publicações The Guardian (Reino Unido), Le Monde (França), Süddeutsche Zeitung (Alemanha) e da Canadian Broadcasting Corporation, para além de mais 33 parceiros no mundo inteiro. Oitenta e seis jornalistas de 46 países investigaram informações e registos bancários que cobrem mais de 30 anos. Segundo o ICIJ, trata-se do maior trabalho de investigação jornalística da história, em número de órgãos de comunicação e países envolvidos. (da RPT)



Blog da Helena

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