Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estuda
mudanças em seu regimento interno para acelerar o processo
administrativo de aplicação de multas às empresas que descumprirem as
regras do setor. O objetivo é eliminar uma das etapas do recurso que a
empresa pode apresentar ao Conselho Diretor da Anatel.
“Isso vai adiantar bastante o prazo para encerramento do processo
administrativo e acelerar o início da cobrança judicial das multas”,
disse à Agência Brasil o procurador-geral da Anatel, Victor Cravo. Segundo ele, a mudança deve ser feita ainda neste semestre.
Entre 2000 e 2012, a Anatel aplicou 34,9 mil multas, que somam R$
2,17 bilhões, mas R$ 1,75 bilhão ainda estão em processo de arrecadação,
principalmente por questionamentos judiciais. Do total, R$ 420,9
milhões já foram arrecadados integralmente e R$ 3 milhões foram
arrecadados parcialmente. De acordo com o procurador, a maior parte dos
valores das multas que estão sendo questionadas na Justiça já foi
depositada em juízo e outra parte está garantida por fiança. “Não
existem multas sem garantia”, explica.
Cravo admite que o processo de aplicação de multas às empresas ainda
é demorado, tanto no âmbito administrativo quanto no Judiciário. Ele
explica que nenhuma multa aplicada pela agência deixa de ser paga,
porque a empresa é cobrada judicialmente pela Advocacia-Geral da União
(AGU) e, se não pagar, fica irregular do ponto de vista fiscal e não
pode participar de licitações de radiofrequências nem obter licenças
para a instalação de equipamentos.
Para ter sua situação regularizada enquanto o processo é analisado
pela Justiça, a empresa tem que depositar o dinheiro da multa em juízo
ou apresentar uma fiança bancária que garanta essa cobrança. “Isso faz
com que a empresa sinta no bolso o fato de ter infringido a
regulamentação da Anatel, porque ela vai ter que dispender um capital
para depositar em juízo ou pagar a um banco para que garanta a execução.
E isso custa dinheiro à empresa, ou seja, dói no bolso”, avalia Cravo.
Nas duas últimas semanas, a Anatel publicou várias multas à
operadora de telefonia Oi, que somam cerca de R$ 40 milhões, por
descumprimento de metas de qualidade. A empresa diz que deverá recorrer
judicialmente da decisão, mas ressalta que, em muitos casos, a falha
pontual que originou a multa já foi reparada a um custo inúmeras vezes
inferior ao valor da punição aplicada. A Vivo também foi multada
recentemente em R$ 3,9 milhões e explicou que as razões que originaram o
processo administrativo já foram superadas.
Para o procurador da Anatel, as multas não são uma novidade, mas estão sendo mais divulgadas recentemente. “As multas sempre ocorreram, o que está havendo é um processo salutar de maior transparência da agência, tendo em vista que os processos sancionadores são públicos, então quando a empresa sofre uma multa todo mundo fica sabendo”, avalia Cravo.
Para o procurador da Anatel, as multas não são uma novidade, mas estão sendo mais divulgadas recentemente. “As multas sempre ocorreram, o que está havendo é um processo salutar de maior transparência da agência, tendo em vista que os processos sancionadores são públicos, então quando a empresa sofre uma multa todo mundo fica sabendo”, avalia Cravo.
Agência Brasil
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