Quando você estiver desanimado com o que lê
nos jornais e revistas, e estiver a ponto de desistir do jornalismo como
algo destinado a tentar mudar para o melhor o mundo, lembre-se de uma
palavra: Wikileaks.
Você vai dar uma segunda chance ao jornalismo, e não sou quem haverá
de recomendar a você que nesta nova tentativa insista em ler os jornais e
as revistas de sempre.
Agora mesmo, novos documentos vazados pelo Wikileaks jogam luzes
sobre os esforços dos Estados Unidos em desestabilizar, minar e derrubar
o governo democraticamente eleito de Hugo Chávez.
Nos documentos, duas empresas de inteligência (e espionagem) aparecem discutindo maneiras de demover Chávez.
A principal delas é a americana Stratfor. Seus agentes narram, nos
e-mails vazados, encontros com conhecidos oposicionistas venezuelanos,
como Henrique Caprilles, o candidato derrotado por Chávez nas eleições
de 2012.
A Stratfor, mostram os papéis vazados pelo Wikileaks, foi buscar
consultoria na Canvas, uma empresa de direita sérvia que obteve sucesso
na desestabilização de um antigo governo de seu país com estratégias
como a manipulação de estudantes para promover passeatas de protesto
pré-fabricadas.
É até engraçada a maneira como a Canvas se refere à Venezuela e aos
venezuelanos. O país é uma “piada total”, e os venezuelanos são
“retardados”. Uma mente mais cínica poderia dizer que os autores dos
e-mails da Canvas estivessem pareciam estar olhando para si próprios, e
não para a Venezuela e seus habitantes.
Desanimado com o jornalismo?
Pense no Wikileaks e em seu fundador, o bravo Julian Assange.
Mas sim: talvez seja a hora de desistir do noticiário envenenado que a mídia tradicional oferece a você.
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