Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse hoje (8) que muitos assentamentos foram criados no país sem que os agricultores familiares tivessem condições de se desenvolver. Segundo ele, a redução no número de assentados no governo da presidenta Dilma Rousseff – que cria uma tensão com os movimentos dos trabalhadores rurais – é resultado de uma reflexão sobre como tornar a reforma agrária sustentável.
“Não adianta a gente cometer a irresponsabilidade de distribuir
muita terra e não permitir que o agricultor encontre na terra uma
maneira de sobreviver. No Brasil, há muitos assentamentos que se
transformaram quase em favelas rurais”, disse Carvalho durante o
programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
De acordo com ele, essa consequência acendeu um sinal de alerta para
o governo. “Foi com essa preocupação que a presidenta Dilma fez uma
espécie de freio do processo para repensar essa questão da reforma
agrária e, a partir daí, tomarmos um cuidado muito especial sobre o tipo
de assentamento.”
Segundo Carvalho, o Programa Terra Forte,
lançado no início da semana pela presidenta em Arapongas (PR) é
resultado da reflexão e da decisão política de tornar os assentamentos
uma referência positiva. O programa investirá R$ 600 milhões em projetos
de agroindústria para assentamentos da reforma agrária. “Não queremos
assentamentos dependentes do Incra [Instituto Nacional de Reforma
Agrária], não queremos assentamentos que sejam apenas uma forma de
enganar as pessoas dando a elas uma esperança que depois não se
concretiza.”
O ministro disse ainda que o Incra, responsável pela reforma
agrária, passa por um processo de reestruturação, assim como os órgãos
de assistência técnica rural. O objetivo é que os produtores recebam
acompanhamento adequado, e o governo possa fiscalizar efetivamente o
andamento da reforma agrária nesse novo molde. “Tivemos de fato um
processo em que o Incra foi depredado, foi desmontado em gestões
anteriores”, destacou ele a respeito do trabalho para recuperar o
instituto.
Agência Brasil
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