Indicadores de atividade industrial e consumo em janeiro mostram que a
economia começou 2013 em ritmo acelerado. Para analistas, dados como o
avanço do tráfego de veículos pesados nas rodovias, a alta na expedição
de papelão ondulado e o salto na produção de automóveis apontam que a
indústria cresceu mais de 1% em relação a dezembro, na série com ajuste
sazonal, após a perda de fôlego observada no último trimestre do ano
passado. Para alguns economistas, a alta pode chegar a 2%.
No entanto, especialistas afirmam que é cedo para extrapolar esse
comportamento para todo o primeiro trimestre, já que o aumento da
atividade nas fábricas seguiu concentrado no setor automobilístico e o
IPI totalmente reduzido para carros, em vigor até dezembro, pode ter
dado um último alento às vendas e à produção do mês passado. Há, ainda, a
percepção de que esse repique da indústria pode ser reflexo de
recomposição de estoques e, portanto, não deve durar.
A
produção de veículos subiu 11,2% de dezembro a janeiro, segundo
cálculos dessazonalizados pela Tendências Consultoria com base nos
números da Anfavea, entidade que reúne as montadoras. O fluxo de
veículos pesados nos pedágios cresceu 5% e a expedição de papel
ondulado, 3,8% na mesma comparação.
Com base nesses indicadores, a Tendências projeta expansão de 1,6% na
produção, mas não vê esse desempenho como sustentável, diz a economista
Alessandra Ribeiro. Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do
Banco ABC Brasil, afirma que apesar da expectativa de variação superior a
1,5% na produção industrial entre dezembro e janeiro, o sentimento dos
empresários não mostra situação tão favorável, o que pode indicar
crescimento menos intenso nos próximos meses.
O economista-chefe da BB DTVM, Marcelo Arnosti, é mais otimista. Ele
afirma que pode haver avanço entre 2% e 2,5% da indústria em janeiro. Os
estoques mais ajustados, a sustentação do ritmo forte da demanda das
famílias e alguma recuperação da produção de bens de capital, na esteira
do início de uma reação do investimento, poderão garantir um fechamento
melhor para a indústria no primeiro trimestre do ano.
Blog do Luis Nassif
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