O
fim de semana viu nascer, com toda pompa e circunstância como se
costuma dizer, a #rede, o novo partido da ex-senadora e ex-ministra
Marina Silva, a legenda com que ela deve voltar a disputar o Palácio do
Planalto no ano que vem. Boa sorte ao partido novo criado sob a
liderança de Marina.
Fará bem à democracia no Brasil, principalmente se fizer - como o prometido e como espero que fará - a defesa da reforma política, do financiamento público de campanhas eleitorais e de tantos outros pontos de mudanças necessárias na política brasileira. Aos partidos, à sua existência saudável e à sua longa vida, além do financiamento público a fidelidade partidária é fundamental.
Se quisermos melhorar a politica no Brasil, temos que começar por impedir a infidelidade partidária, via legislação, corrigindo, assim, um grave erro do Judiciário, que é autorizar os parlamentares quando mudam de partido a levarem para o novo o tempo de rádio e TV e os recursos do fundo partidário correspondentes. Isso cria um verdadeiro mercado de compra e venda de mandatos legalizado pelo Judiciário. Um erro e, pior, não foi o primeiro.
A defesa de posições históricas do PT
Ao defender a renovação da política, a ex-senadora assume posições históricas do PT, como o limite à reeleição parlamentar, aprovado no último congresso petista, bem como outras teses já expostas por ela como bandeiras de seu novo partido. Natural, Marina escreveu boa parte de sua história e fez a maior parte de sua carreira política no PT.
Já suas criticas sobre monopólio dos partidos e sua visão de que os partidos estão a serviço das pessoas não encontram eco na realidade. Os partidos servem ao país e ao povo. Podemos não concordar com suas propostas e programas, desta ou daquela legenda, mas elas governam segundo interesses de grupos e classes sociais e aprovam leis no Congresso Nacional segundo seus representados, eleitos pelo voto popular.
O exemplo do Código Florestal tão caro a Marina e à #rede é clássico: há mais pessoas que se servem dos partidos que o contrário. Também não há monopólio dos partidos no Brasil e sim a presença de fortes entidades e organizações sociais, fora as sindicais que representam tanto os trabalhadores quanto os empresários. E temos, também, a presença de uma oposição extraparlamentar, assumida e declarada, representada pelos donos dos meios de comunicação.
Mesmo que alguns votem por interesses pessoais...
Isso sem falar no impacto da internet e das redes sociais na política e no nosso quadro institucional. Há partidos e partidos. Sem falar nos de aluguel... Mas na hora de votar no Parlamento, todos representam interesses - mesmo que alguns votem por interesses pessoais. No Brasil temos democracia - sempre infinitamente melhor que a ditadura - exercida no dia a dia e sempre sob o fogo da crítica e do contraditório.
Temos um Parlamento aberto e transparente, onde todos os grupos e segmentos da sociedade podem exercer e defender seus direitos e interesses. Há eleições livres e democráticas. É sempre possível mudar e reformar para melhor nossa democracia, começando pela reforma política. Vamos ver como se comportará a #rede, que não será nem de direita e nem de esquerda, nem oposição e nem situação.
Especialmente neste quesito: mudar, reformar aprofundar e aprimorar nossa democracia. E vamos ver como o cidadão-eleitor vai se comportar diante da #rede.
(Foto:José Cruz/ABr)
Blog do Zé Dirceu
Fará bem à democracia no Brasil, principalmente se fizer - como o prometido e como espero que fará - a defesa da reforma política, do financiamento público de campanhas eleitorais e de tantos outros pontos de mudanças necessárias na política brasileira. Aos partidos, à sua existência saudável e à sua longa vida, além do financiamento público a fidelidade partidária é fundamental.
Se quisermos melhorar a politica no Brasil, temos que começar por impedir a infidelidade partidária, via legislação, corrigindo, assim, um grave erro do Judiciário, que é autorizar os parlamentares quando mudam de partido a levarem para o novo o tempo de rádio e TV e os recursos do fundo partidário correspondentes. Isso cria um verdadeiro mercado de compra e venda de mandatos legalizado pelo Judiciário. Um erro e, pior, não foi o primeiro.
A defesa de posições históricas do PT
Ao defender a renovação da política, a ex-senadora assume posições históricas do PT, como o limite à reeleição parlamentar, aprovado no último congresso petista, bem como outras teses já expostas por ela como bandeiras de seu novo partido. Natural, Marina escreveu boa parte de sua história e fez a maior parte de sua carreira política no PT.
Já suas criticas sobre monopólio dos partidos e sua visão de que os partidos estão a serviço das pessoas não encontram eco na realidade. Os partidos servem ao país e ao povo. Podemos não concordar com suas propostas e programas, desta ou daquela legenda, mas elas governam segundo interesses de grupos e classes sociais e aprovam leis no Congresso Nacional segundo seus representados, eleitos pelo voto popular.
O exemplo do Código Florestal tão caro a Marina e à #rede é clássico: há mais pessoas que se servem dos partidos que o contrário. Também não há monopólio dos partidos no Brasil e sim a presença de fortes entidades e organizações sociais, fora as sindicais que representam tanto os trabalhadores quanto os empresários. E temos, também, a presença de uma oposição extraparlamentar, assumida e declarada, representada pelos donos dos meios de comunicação.
Mesmo que alguns votem por interesses pessoais...
Isso sem falar no impacto da internet e das redes sociais na política e no nosso quadro institucional. Há partidos e partidos. Sem falar nos de aluguel... Mas na hora de votar no Parlamento, todos representam interesses - mesmo que alguns votem por interesses pessoais. No Brasil temos democracia - sempre infinitamente melhor que a ditadura - exercida no dia a dia e sempre sob o fogo da crítica e do contraditório.
Temos um Parlamento aberto e transparente, onde todos os grupos e segmentos da sociedade podem exercer e defender seus direitos e interesses. Há eleições livres e democráticas. É sempre possível mudar e reformar para melhor nossa democracia, começando pela reforma política. Vamos ver como se comportará a #rede, que não será nem de direita e nem de esquerda, nem oposição e nem situação.
Especialmente neste quesito: mudar, reformar aprofundar e aprimorar nossa democracia. E vamos ver como o cidadão-eleitor vai se comportar diante da #rede.
(Foto:José Cruz/ABr)
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