quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Caso Renan: a diferença entre protestos virtuais e protestos reais

Manifestações que se limitam à internet são irrelevantes.




Meu artigo sobre a petição contra Renan provocou uma discussão veemente.
Alguns dos signatários se sentiram atingidos porque eu disse que abaixo assinados virtuais são, em geral, tocados adiante entusiasmadamente por inocentes úteis.

Lamento, mas é verdade. Isso não quer dizer que cada qual dos signatários é um inocente útil. Mas a maior parte, a despeito das boas intenções, certamente é.
Manifestos virtuais são o triunfo da preguiça no mundo moderno. Quem tem causa genuína vai protestar nas ruas, sob chuva sinistra, sob sol de torrar, sob ameaça de violência policial.
Nos últimos anos, vimos isso repetidas vezes, numa resposta à iniquidade ultrajante que tomou o mundo nos últimos trinta anos a partir de Reagan e Thatcher.
O movimento Ocupe Wall Street é o maior símbolo disso. Os Indignados da Espanha são outro bom exemplo. As manifestações na Praça Tahrir, no Egito, derrubaram um ditador, apearam depois do poder militares que tentaram ocupar o vazio e agora colocam contra a parede uma presidência demasiadamente movida pela religião.
Protestar é isso.

Cadê as pessoas?
Cadê as pessoas?

Assinar petições virtuais é uma demonstração estéril de revolta. Se a revolta é real, ela tem que sair dos celulares e ir para as ruas.
Este é o grande teste.
O que se viu até em protestos virtuais como este contra Renan é que os irados não parecem dispostos a perder uma tarde ensolarada de sábado ou domingo para se manifestar.
Um, dois, três milhões de assinaturas obtidas a um simples clique valem pouco. Melhor: não valem nada. A não ser que saiam do confortável mundo virtual e enfrentem a aspereza das ruas.

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